Homenagem ao Dia Internacional da mulher



O que lhe diz o seu espelho?O mundo pode mudar, virar de ponta-cabeça, o clima pode alterar-se de maneira brusca pelo aquecimento global,provocando tsunamis, terremotos, ciclones, nevascas e qualquer outro fenômeno assustador.Tudo pode sair do prumo, o caos pode instalar-se em todo lugar, mas as questões básicas da existência humana, estas seguirão inalteradas.E no tocante a essas questões, aquelas que garantem a sobrevivência da espécie pouco ou nada mudarão.Assim, particularmente no que se refere ao universo feminino, é como se estívéssemos nos primórdios da civilização.Lá atrás, antes da descoberta do fogo, antes da articulação da linguagem, quando apenas os grunhidos faziam parte da rudimentar interação social, creio que a mulher já se atrevia em outros dialetos na tentativa de uma aproximação.De lá pra cá, o mundo mudou, a ciência evoluiu, a expectativa de vida aumentou consideravelmente, e os avanços foram sendo estendidos a todas as camadas populares, apesar de ainda existir miséria absoluta em vários lugares.No entanto, podemos perceber que as inquietações humanas continuam as mesmas.A sensação de vazio e de impotência diante dos desafios da vida.Sejam eles ligados aos fenômenos da natureza ( os desastres ambientais se tornaram recorrentes, viraram pesadelo) ou de ordem emocional.Aí vem a crucial questão da solidão humana.Homens e mulheres mudaram seus hábitos ao longo da história.Sofisticaram-se em seus gostos, em sua ambição, em seu trabalho, em seus objetivos.E essa sofisticação se deu de forma tão abrupta que fica difícil estabelecer um paralelo entre o modo de vida de nossos avós e o que levamos hoje em dia.E isso, num constructo histórico, é no mínimo assustador.É tempo ínfimo para mudanças tão drásticas.Alguém já se atreveu a comparar o corpo humano do século passado com o de agora? E o corpo feminino? Meu Deus, quanta diferença! É com se tivéssemos mudado de espécie.Saímos do natural para o estereotipado, o cem por cento artificial num piscar de olhos.E aí vem, o que ao meu ver, está intrinsecamente ligado às nossas inquietações, principalmente nossas, das mulheres, categoria da qual orgulhosamente e sofridamente também faço parte.Quem somos, o que queremos?Cadê as nossas referências? Quem temos como modelos de superação, de arquétipo do bem para seguir, para nos valer nos momentos de dúvida, de desvalia? Se até o corpo feminino já não é mais o mesmo, o que dizer de nossa alma? De nossas emoções?A quantas anda a nossa satisfação pessoal com o nosso invólucro?Para quem não está querendo ser "a outra", aquela da barriga de tanquinho(pasmem!), dos seios apontando para o céu, do bumbum e pernas marmóreos, tudo bem.Mas para quem não se entende com o espelho, ah! o drama da vaidade e da insatisfação perpétua se estabelece por completo.Aí, só mesmo terapia em tempo integral para tentar reverter os estragos pela falta do maravilhoso e remédio para todos (ou quase) males: o amor-próprio.Então,mais uma vez nessas minhas divagações.E quem já me fez a deliciosa gentileza de ler alguns modestos escritos meus sabe que divagar faz parte do meu jeito de escrever.O meu propósito é simplesmente falar do que nos atropela a existência, do que nos apequena a alma, do que nos faz abrir mão da gente em busca de uma felicidade que nunca estará off road.O caminho é inverso.Não dá pra fugir das inquietações, das insatisfações.Mas se nos apaziguarmos com nosso espelho, se aquietarmos a nossa mente, se seguirmos a voz de nossas emoções ( habilidade genuinamente feminina), creio que será possível uma alegria real, uma satisfação que nos conduza a caminhos mais seguros e tranquilos.Mais do que fazer mil e uma homenagens ao Dia Internacional da Mulher, é bom que a gente aprenda constantemente a construir a nossa história.De preferência sempre de mãos dadas com os homens, fazendo jus a essência feminina de promotora da vida.Parabéns a todas as mulheres do planeta.
Autor: Amarília Couto


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