HOTDOG E COCA-COLA



HOTDOG E COCA-COLAJúlio César Galhardo de SiqueiraProf. Davi de MirandaCentro Universitário Leonardo da Vinci  UNIASSELVILicenciatura Plena em Geografia (GED0611)  Geografia Econômica01/10/09
RESUMOInforma o dicionário eletrônico Priberam de Língua Portuguesa que por globalização se define: 2. Fenômeno ou processo mundial de integração ou partilha de informações, de culturas e de mercados. O presente trabalho destina-se a descrever a observação das influências da globalização na sociedade.Palavras-chave: Economia; Mundial; Mercados; Capital.1 INTRODUÇÃOApós a Segunda Guerra Mundial o mundo viu a construção de entidades e organizações internacionais com o objetivo de padronizar a política internacional voltada na época a dois blocos econômicos que disputavam ideologicamente a supremacia. Esta disputa ficou conhecida como Guerra Fria e marcou significativamente a economia global. Com o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas o bloco comunista viu muito limitado seu campo. De imediato, a nova nação chamada Rússia adotara economia relativamente aberta ao capital estrangeiro em alinhamento com a economia capitalista adotada pelos E.U.A. Este acontecimento resultou em uma Nova Ordem Mundial planificada e adotada em todo mundo. Significou em si a superioridade do modelo baseado na economia de mercado em detrimento da economia planificada, resultando num modelo econômico generalista e mais abrangente chamado economia globalizada que rapidamente absorveu a economia européia influenciando o restante do mundo agora unificado economicamente. Esta condição favoreceu uma maior presença de produtos estrangeiros e significou a consolidação de marcas que aderiram à globalização e trouxeram novos valores aos países envolvidos.2 PRODUÇÃO GLOBAL PARA O MERCADO GLOBALHá quem defenda a defenda a idéia de que a mundialização global inicia-se com a circunavegação de Fernão de Magalhães em 1519, mas são as últimas décadas as que resultam em um grande padrão aberto aos capitais estrangeiros adotados pelas sociedades inseridas neste processo.FIGURA 1 - RONALD REAGAN E MARGARET THATCHER, CASA BRANCA, 1988.FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/ThatcherismoPolíticas econômicas anti protecionistas adotadas por Margaret Thatcher e Ronald Reagan permitiram uma abertura de mercado sem precedentes na história do comércio internacional, defensores do modelo liberal econômico que defende a mínima participação estatal nos rumos da economia de um país, pouca intervenção do governo no mercado de trabalho, livre circulação de capitais internacionais, abertura da economia para a entrada de multinacionais e adoção de medidas contra o protecionismo econômico.3 MERCOSUL E ARROZA globalização estimulou a formação (principalmente nos anos 90) de blocos econômicos, associações regionais de livre mercado que derrubaram as barreiras protecionistas. À frente dessas organizações estão o Nafta (Acordo Norte-Americano de Livre Comércio) sob a liderança dos Estados Unidos e envolvendo Canadá e México, a UE (União Européia), tendo a economia alemã como mais forte, e o bloco do Pacífico, sob comando do Japão. Através do Gatt (Acordo Geral de Tarifas e Comércio) e OMC (Organização Mundial de Comércio), a superação econômica das barreiras nacionais ganhou ada vez mais intensidade, abrindo caminhos para integrações até entre os próprios blocos econômicos regionais.Às associações econômicas regionais, com diminuição dos protecionismos e atração de investimentos internacionais, acrescentou-se a limitação dos gastos governamentais, com a prevalência da economia de mercado e a busca de um Estado mínimo, redirecionando sua atuação e tamanho, com privatizações.O arroz, alimento típico da culinária nacional, consumido popularmente pelo povo brasileiro, é basicamente de origem uruguaia e argentina. O levantamento da produção, importação e preço do arroz a partir das safras de 1995/96 até 2000/2001 do Ministério da Agricultura aponta que no período de março de 1999 a fevereiro de 2000 a Argentina e Uruguai exportaram para o Brasil 92% da nossa importação, enquanto os restantes 8% ficaram a cargo dos EUA (5%) e Vietnã (3%).O total importado, entre arroz com e sem casca, esbramato, beneficiado e quebrado totalizou 890.779 toneladas. Quanto ao preço, durante o ano 2000, em janeiro, o produtor recebia por saca de 50Kg, R$ 13.77, em fevereiro R$ 13,10, em março R$ 12,26, em abril R$ 11,67 e em maio R$ 11,20. Todavia o saco de 50 Kg custava a esse produtor R$ 13,43. E o produto importado chegava ao Rio Grande do Sul a R$ 12,75 a 11,50.Em 1998, o Senador do Rio Grande do Sul, Pedro Simon solidário com os arrozeiros brasileiros que, a uma semana do início do plantio, ainda enfrentavam dificuldades para conseguir crédito agrícola, suspendeu as importações do produto por considerar um absurdo que o Brasil continuasse importando arroz, quando o estado do Rio Grande do Sul produz segundo o senador gaúcho, um grão de tão boa qualidade, reclamou o parlamentar. Conforme Simon, em seu pronunciamento de 18/06/1998, o Brasil importa arroz subsidiado e de má qualidade enquanto a lavoura de arroz em seu estado é uma das mais modernas existente.Após dois anos, em ano 2000 o ministro Paulo Costa Leite do Superior Tribunal de Justiça anulou a vigência da liminar do Senador gaúcho, Pedro Simon (PMDB-RS) que em 1998 proibia a importação do grão argentino e uruguaio. A importação é garantida pelo acordo de livre comércio do MERCOSUL, e seu impedimento estava provocando duas importantes conseqüências: a perda de credibilidade da política externa brasileira e o comprometimento da consolidação do MERCOSUL o que se revela gravemente danoso para a economia nacional.A determinação do então presidente do STJ foi tomada após análise de pedido de suspensão de segurança encaminhado pela Advocacia Geral da União (AGU). Ao afastar os efeitos da posição adotada pelo TRF (sediado em Porto Alegre), o ministro Paulo Costa Leite entendeu que a liminar obtida pelos produtores rurais do Rio Grande do Sul acabou se constituindo num risco maior para o país porque a suspensão da importação poderia causar o desabastecimento interno de arroz além de causar prejuízos nas relações com o MERCOSUL, prejudicando os consumidores internos de arroz, visto que o Brasil, não sendo auto-suficiente na produção, importa de vários países.O Brasil é signatário de tratados internacionais cujas normas e diretrizes não podem ser desrespeitadas; - compromissos assumidos pelo Brasil em tratados internacionais não permitem a aplicação de preços mínimos de importação; - a decisão pode causar a ruptura da autonomia e da separação entre os Poderes, porque a definição da política de importação e exportação nacional é ato tipicamente administrativo e incumbe apenas ao Executivo, não cabendo ao Judiciário entrar nessa seara; - a suspensão da importação causa grave lesão à ordem e economia públicas, pois fere o Tratado de Assunção, afrontando as normas da Organização Mundial de Comércio.3.1 PREPARO REGIONAL DO ARROZ ESTÁ DESAPARECENDO NO NORDESTEGeovanice Galvão, pernambucana moradora de Guarulhos, São Paulo, conta uma maneira de preparar arroz que está sumindo do cotidiano em Recife, o arroz cozido e lavado, que recebe um modo de preparo semelhante ao macarrão. Atualmente os costumes de outras regiões chegam no nordeste através da TV e internet, o tempo das pessoas está muito controlado, e as pessoas fazem arroz à maneira que se faz no sul, sudeste pondo uma quantidade de água que seca totalmente no preparo. O problema é que no preparo antigo não ia óleo e o sal acaba diminuído pelo processo de lavagem, atualmente o arroz é refogado e guarda todo o sal do preparo.4 PROBLEMAS MUNDIAISA industrialização da sociedade na busca da satisfação do mercado consumidor mundializado consumiu os recursos naturais do planeta e provocou grave problema de conservação do meio ambiente. Esta questão em particular promoveu o envolvimento das pessoas numa melhora das condições ambientais. Mesmo em países com baixo índice de CO2 como o Brasil a população tem buscado alternativas para o lixo como a reciclagem, economia no consumo de água e questões atmosféricas. Esta preocupação geral é justificada uma vez que a climatologia terrestre apresenta variações por toda a Terra, sem levar em conta fatores econômicos e industriais. A possibilidade de mudança do clima fez com que os habitantes racionais do planeta envolvido se engajassem numa ideologia ecológica vista na maioria dos países existentes.Esta forma de comunicação climática levou as pessoas a se preocuparem com outro lugar além de seu espaço geográfico, preocupando-se com uma necessidade comum a toda sociedade, mas o desgaste dos recursos causado pelo consumismo acelerado não é a única preocupação globalizada, se por um lado faltam recursos, por outro sobram produtos de marcas hoje mundiais e com ele outro problema: doenças.A obesidade nos seres humanos tem aumentado nos últimos anos em razão da forma de vida praticamente igual entre os indivíduos, regrados pelas normas das necessidades cotidianas hodiernas e pela comida fast food comercializada em várias partes do mundo.O site da rede americana Mac Donalds informa em seu site americano que está presente em 120 países, trazendo consigo a ideologia americana de capitalismo e demais marcas subseqüentes aos lanches produzidos pela marca, como a Coca Cola por exemplo. A partir da política de Margaret Thatcher de economia aberta, adota por diversos outros países posteriormente, a rede americana de lanches se expandiu por diversos países, mesmo entre aqueles que adotavam o sistema comunista.FIGURA 2  MAC DONALDS NA RÚSSIAFONTE: http://www.thingsihateaboutbackpacking.com4.1 HISTÓRICO DA MUNDIALIZAÇÃO DO McDONALDS· 1988: O McDonald's abre seu primeiro restaurante num país comunista. Em GyQr, na Hungria e logo depois em Belgrado, na Iugoslávia.· 1990: Em 31 de Janeiro, o primeiro McDonald's da União Soviética abre em Moscou. Foi durante algum tempo o maior McDonald's do mundo (hoje o maior fica em Pequim). Por motivos políticos, o McDonald's Canadá foi o responsável independente, com pouco apoio da matriz norte-americana; uma parede no restaurante moscovita mostra junta a bandeira canadense e soviética. Para superar problemas de abastecimento, a empresa criou sua própria cadeia de fornecedores, inclusive fazendas da então União Soviética.· 1991: É inaugurado o primeiro restaurante em Portugal. No Cascaishopping no dia 23 de Maio.· 1992: Em 23 de Abril, o maior restaurante McDonald's do mundo até os dias atuais é inaugurando em Pequim, capital da China (mais de 700 assentos).· 1994: É inaugurado o primeiro McDonald's na África. Na cidade do Cairo, Egito.· 1996: O primeiro McDonald's indiano abre.· 1996: O primeiro McDonald's abre na Belarus, que se torna o centésimo país a receber uma franquia. Na cerimônia de abertura, a milícia bielo-russa é acusada de uso brutal da força contra membros do público que queriam entrar no restaurante em Minsk.· 1998: Em Portugal é aberto um restaurante no Parque das Nações, local onde se realizou a EXPO 98. A essa altura era o maior da Europa.· 2000: Eric Schlosser publica Fast Food Nation (Nação Fast-Food), um livro que critica os restaurantes fast-food em geral, particularmente McDonald's.5 CONCLUSÃOAcordei, abri os olhos e procurei meus chinelos populares fabricados no Brasil e vendidos desde o ano passado na Europa. Abri meu notebook de marca americana produzido nacionalmente comprado a preço baixo conseguido pela redução de impostos que o governo federal ofereceu na forma de subsídio. Entro no servidor de E-mail, informo login e password, new message, coloco o email do professor, locado num servidor brasileiro. Anexo o arquivo agora lido e clico em send. Me levanto, tomo leite em pó de marca suíça e vacas argentinas misturado com achocolatado em pó de marca americana, produzido empresa transnacional alimentícia.No banheiro sabonete e pasta de dente são de uma empresa anglo-holandesa que produz o sabão em pó que uso pra lavar roupa. Depois da higiene vou pro colégio num ônibus de marca estrangeira onde encontro alunos com variadas marcas estampadas em tênis e bonés, aplico atividades e depois do expediente matinal vou almoçar arroz uruguaio, feijão paulista, salada de múltiplos vegetais não nativos, bife e refrigerante americano misto de laranja e manga, esta última fruta típica da China, que justifica a embalagem com motivos orientais.Mais um período de aulas e volto pra casa de carona com uma professora de inglês que possui carro de marca alemã, produzido no Brasil e exportado para países da América Latina e Ásia. Ao chegar, ouço música internacional um pouco, conectado à internet, ocasião em que posso conversar gratuitamente com pessoas em países distantes pra treinar diferentes idiomas utilizando um programa comum de mensagens instantâneas. Vou pra academia, onde percebo a presença de marcas ligadas ao esporte nas pessoas que ali freqüentam, depois dos exercícios volto pra casa, tomar banho num chuveiro estrangeiro, com sabonete internacionalmente conhecido, shampoo europeu para depois me enxugar numa toalha americana. Me visto e vou comer um Hot-dog com coca-cola vendido numa calçada próxima à minha casa.Durante o preparo daquela que será minha janta, vou tomando refrigerante e vou pensando no que escrever na conclusão do trabalho da empresa de outro estado na qual estudo. De repente percebo a internacionalidade do meu lanche comprado por dois reais: o pão trazido por imigrantes italianos que acabou substituindo a tapioca no café da manhã do Brasil, a maionese, um creme gorduroso e calórico francês, a mostarda, um condimento árabe, catchup que vem dos E.U.A., purê de batata à moda britânica, salsicha criada na Alemanha e milho dos países andinos.Percebi através do lanche que a globalização surgiu para atender ao capitalismo principalmente nos países desenvolvidos de modo que os mesmos pudessem buscar novos mercados, tendo em vista que o consumo interno se encontrava saturado e pode ser encarada como uma fase posterior do capitalismo. Com o declínio do socialismo, o sistema capitalista se tornou predominante no mundo. A conseqüente consolidação do capitalismo iniciou a era da globalização, principalmente, econômica e comercial. O processo de globalização estreitou as relações comerciais entre os países e as empresas. As multinacionais ou transnacionais contribuíram para a efetivação do processo de globalização, tendo em vista que essas empresas desenvolvem atividades em diferentes territórios, por isso meu lanche saiu economicamente viável, embora as marcas sejam estrangeiras a fabricação é nacional, marcas como Coca-Cola, Sadia, Hellmanns, Arisco satisfazem o mercado interno brasileiro reduzindo custos de importação..6 REFERÊNCIASSUAPESQUISA. neoliberalismo. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/geografia/neoliberalismo.htm. Acessado em 04/10/09HAVAIANAS. História das Havaianas. Disponível em http://www.havaianas.com.br/#/history. Acessado em 04/10/09WIKIPEDIA. McDonalds. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/McDonald%27s. Acessado em 04/10/09MACDONALDS. MacDonalds Russia. Disponível em http://www.mcdonalds.com/countries/russia.html. Acessado em 04/10/09PRIBERAM. Globalização. Disponível em http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=globalização. Acessado em 04/10/09UNILEVER. Sobre a Unilever. Disponível em http://www.unilever.com.br/aboutus/. Acessado em 04/10/09DIREITO2. Presidente do STJ libera importação de arroz. Disponível em http://www.direito2.com.br/stj/2000/jun/8/presidente_do_stj_libera_importacao_de_arroz_do_mercosul. Acessado em 04/10/09DIREITO2. Simon critica importação de arroz. Disponível em http://www.direito2.com.br/asen/1998/set/18/simon-critica-importaao-de-arroz-pelo-brasil. acessado em 04/10/09Pronunciamento do Senador Pedro Simon (PMDB-RS) de 18/06/1998. Disponível em http://www.senado.gov.br/sf/atividade/pronunciamento/detTexto.asp?t=229198. Acessado em 04/10/09

Autor: Júlio César Galhardo De Siqueira


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