ENSAIO: Espaços Não Formais: uma realidade contemporânea



ENSAIO: Espaços Não Formais: uma realidade contemporânea

 

 

 

 

 

Por:

Roselita Maria Andrade

 

 

 

 

 

Analisando os paradigmas da educação não formal

 

 

Os movimentos sociais são ações provenientes da organização da sociedade civil, tendo como características fontes de inovações e mudanças sociais. Detentores de saberes empíricos estão inseridos em um contexto social onde esses conhecimentos geram uma força produtiva.

 

Neste sentido, de acordo com Gohn (2004) os movimentos sociais participam da atual sociedade como um elemento que constrói uma nova ordem social, contrário a concepções equivocadas de perturbação da ordem, que ainda perpetua por alguns políticos tradicionais.

 

Na história política do país, os movimentos sociais são presentes há muito décadas, ma somente a partir da década de 90, com o avanço das políticas públicas, surgiram novos movimentos sociais que não apresentavam apenas atitudes reivindicatórias, mas também propositiva. Este fato é real, quando vemos, por exemplo, o Movimento dos Sem Terras (MST), que redirecionaram seus propósitos, visando o desenvolvimento social do grupo. Diante deste contexto Gohn (2004), nos diz que houve uma reforma do sujeito histórico (inserido no movimento social), sendo que este novo sujeito ressignificou suas práticas, e a organização popular avançaram.

 

Neste contexto dos movimentos sociais, surge a educação em espaços não formais, uma educação que ultrapassa os muros da escola, porém regada de controvérsias, pelo fato de não estar inserida em processos escolarizáveis. É de suma relevância refletirmos sobre essa educação que abrange várias dimensões como: a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos, capacitação para o trabalho através da aprendizagem de habilidades, bem como o desenvolvimento de potencialidades, possibilitando aos indivíduos fazerem uma leitura do mundo do ponto de vista de compreensão do que se passa ao seu redor.

Para Gadotti (2005), a educação não-formal descentraliza o poder de educar, é menos burocrática, e visa uma aprendizagem flexível, que respeita as diferenças biológicas, culturais e históricas. A educação não-formal de certa maneira, associa-se à idéia de cultura. Desempenham um papel concreto de formação de aprendizagem, tanto na esfera cognitiva como social.

 

Sendo o articulador da aprendizagem nos espaços não-formais, o educador social, utiliza como fio condutor da aprendizagem o diálogo tematizado. Neste sentido, não existe metodologias, fundamentação teórica, etc, o espontâneo, a criação, são elementos que direcionam o trabalho do educador social, que deve ter como embasamento: princípios, métodos e metodologias de trabalho.

 

 Para subsidiar o trabalho do educador social, as instituições desenvolvem projetos sociais e econômicos, como o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), na área social que visa combater o trabalho infantil, essas                 propostas de trabalho do educador social estão amarradas a realidade em que o indivíduo está inserido, ou seja, uma ligação com a vida coletiva, relevando a cultura local, faixa etária, práticas coletivas, entre outras com a finalidade de que essas capacidades e potencialidades locais sejam consideradas, resgatadas e adicionadas na sua formação.Os projetos sociais tem o intuito de elevar a produção de saberes, reconstruindo e ressignificando alguns eixos de valores.

 

 

Algumas Considerações

 

A educação em espaços não-formais, ainda tem um longo caminho a desbravar, já que o tema não conquistou um grande espaço na maioria das universidades, pesquisadores e intelectuais.

 

Compreendemos que o campo para a atuação do educador social está muito abrangente, devido às demandas de crianças e adolescentes em situação de risco.

 

A educação em espaços não-formais intermedia a aprendizagem do aluno nos espaços formais de educação, devendo ser refletido pela sociedade civil com o intuito de melhor subsidiar movimentos e programas com o intuito de elevar as possibilidades de transformação do sujeito.

 

 

Referências

 

GOHN, Maria da Glória. Movimentos Sociais: espaços de educação não-formal da sociedade civil. Publicado em 02/04/2004.

 

----------------------------------Movimentos sociais na atualidade: manifestações e categorias analíticas.

 

---------------------------------Educação não-formal, educador (a) social e projetos sociais de inclusão social.

 

 

 

 

 

 


Autor: Roselita Maria Andrade


Artigos Relacionados


A Inclusão Da Temática Ambiental Nos Processos Da Educomunicação

Designações Sobre A Educação

Políticas De Formação De Educadores(as) Do Campo

Rcnei De Matemática: Uma Perspectiva Para O Cotidiano Da Criança

EducaÇÂo Formal E NÃo-formal: Educadores Sociais No Mundo Contemporâneo E Memórias Pessoais

Conceito E Funções Da Educação De Jovens E Adultos

Movimentos Sociais E Novas Configurações: Associativismo Comunitário