De Repente



DE REPENTE

De repente você acorda de madrugada

E tudo não passa do mesmo de sempre

Sua vida não parece não usada?

Não parece que ninguém mais te intende?

De repente você se olha no espelho

E vê seu maior inimigo na frente

Seus olhos vazios, seu lábio vermelho

E seu egoísmo entorpecente

De repente o telefone toca

E a vontade de atender te falta

O amor alheio não te sufoca?

A tua melancolia não te exalta?

De repente a boca fica amarga

E as palavras ficam pra depois

Você não queria uma espingarda?

Quem sabe dar um tiro ou dois?

De repente nada mais importa

E qualquer liberdade não existe mais

Só resta mesmo trancar minha porta

E me distanciar mais de meus pais.

De repente nada mais existe

A fogo me molha, o vento me queima

Você não acha melhor ser triste

Do que destruir a alegria alheia?


Autor: Ana Claudia Bechte Plate


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