HUMANIDADE/HUMANO



HUMANIDADE/HUMANO - O PARADOXO

HUMANIDADE/HUMANO - O PARADOXO

HUMANIDADE[Do lat. humanitate.]S. f.1. A natureza humana.2. O gênero humano.3. Benevolência, clemência; compaixão.(Dic. Aurélio  Séc. XXI)HUMANO[Do lat. humanu.]Adj.1. Pertencente ou relativo ao homem: 2 22. Bondoso, humanitário.(Dic. Aurélio  Séc. XXI)HUMANO/HUMANIDADE  O PARADOXO.Silêncio profundo, o frio intenso, a escuridão. Nada está parado, mas não se percebe movimento algum. Nada sobrevive. Ambiente hostil, mortal. Não há chance alguma, não há complacência. Aparentemente vazio, porém totalmente preenchido pelo tudo. Não permite a vida, mas é vivo e está em constante mobilização. No seu todo pulsam as invisibilidades da morte: raios, ondas, partículas, energia, matéria sólida em tamanhos variados, indo de quânticas dimensões até medidas astronômicas, vagam em todas as direções em velocidades incalculáveis, desde a singularidade inicial que se perde no tempo, a partir de um ponto singular, cujo conhecimento ainda é um mistério, assim como seu todo. Esta é a face "visível" deste cenário, porém ainda teremos que considerar o inverso de tudo isto, o que anula a si mesmo, o anti-tudo, a possibilidade da aniquilação.Este é o espaço sideral. Visto aqui da terra em noite sem nebulosidade e sem lua, detona no homem comum deslumbramentos que se traduzem em uma única palavra: MARAVILHA! No homem da ciência, atrás de fabulosos telescópios, desperta curiosidades e perguntas sobre perguntas e sobre as respostas que vai obtendo, na sua busca sempre envolta também no mesmo deslumbramento que domina a mente do homem simples em seu quintal doméstico.Ocupam uma infinita menor parte de seu todo, sistemas complexos que pontilham aqui e ali cujos detalhes são permitidos serem visualizados nas noites limpas. Com a vista desarmada vê-se o pontilhado faiscante das estrelas e a luz refletida de alguns planetas que formam os sistemas solares que por sua vez agrupados originam as constelações e, estas, as galáxias.Tudo o que foi dito, partículas, planetas, estrelas, galáxias e, também, nebulosas estão para o universo como uma poeira está para todo o copo humano, considerando-se ainda nesta comparação uma escala imaginária para menos.Especula-se atualmente se este universo é todo o universo ou somente mais um que se expande ou se contrai e que em algum momento cósmico poderá encontrar-se com outros nas mesmas condições ou não. E o que se originaria deste "choque universal" ainda não pode ser sequer imaginado pela mente do humano. Outros imaginam que, se o Universo está em constante expansão, chegará um "momento" finito em que haverá um retorno à singularidade inicial, com uma grande condensação. Seria como um pulso, expansão-condensação, uma diástole "seguida" de uma sístole. Neste caso, tempo e espaço de nada significariam, pois, este fenômeno seria, como é hoje, imensurável. Quantas vezes isto já teria acontecido? Estaríamos vivenciando sua primeira diástole (expansão)? Ou, ao contrário, o universo já estaria na fase compressiva, retornando a ponto "inicial"? Neste caso, nada de eternidade e nem de infinito. Talvez, como pensam alguns entendidos, infinito, mas não eterno, o infinito limitado (pelo começo). O que sabemos afinal? Sabe-se que quando há muitas explicações, teorias, para um só fato, na grande maioria das vezes nenhuma delas está certa completamente. Isto é fato.Nos confins deste universo existe, entre outras de várias grandezas, uma galáxia denominada Via Lactea. Nesta, vários sistemas solares são descobertos a todo instante pelos astrônomos e outros planetas semelhantes à Terra e de outros ainda não definitivamente elucidados, a todo momento são anunciados na midia.Posso imaginar agora somente que vivemos num planeta onde, ao contrário do que se passa lá fora, encontramos as condições de sobrevivência para o instrumento corporal que caracteriza cada um dos seres vivos que aqui se desenvolveram e que ainda estão em plena evolução vital. O homem da ciência procura, incansavelmente, pelas descobertas de informações que talvez um dia levem ao total conhecimento da verdade da existência humana na Terra.De todos os seres viventes de que se tem notícia que habitaram e habitam a Terra, o humano foi o último a se estabelecer aqui. Assim, muitas eras se passaram, muitas formas de vida aqui se desenvolveram e desapareceram para sempre desde o princípio até o aparecimento dos seres humanos e muitas que conviveram com as extintas ainda perduram na nossa contemporaneidade.Diz-se que os antecessores imediatos do homem atual (Homo sapiens sapiens) teriam surgido na Terra há cerca de 6,5 milhões de anos e que nós estaríamos aqui no máximo há 350-400 mil anos( 200 mil anos?). Desde os nossos ancestrais a inteligência já se fazia superior à dos outros animais. A civilização teria seu nascimento a 50 mil anos.O que se poderia esperar numa situação dessa, onde uma espécie se destaca com muita margem das outras que, assim, são consideradas inferiores? Considerando o que se apregoa atualmente em relação à moral e à ética, qual deveria ser o comportamento de um ser superior em relação aos seus irmãos de habitat ditos inferiores? Seriam mesmo inferiores? O homem procura ter artificialmente o que eles têm naturalmente. Por que? O humano teria perdido as capacidades inerentes a cada espécie animal ou nunca as teve?O próprio homem já respondeu a esses questionamentos a partir de sua própria criatividade inventiva quando produz obras artísticas literárias, cinematográficas, pictóricas que contam ficticiamente histórias fantásticas de seres extraterrenos que invadem a Terra e escravizam os homens, os devoram, aniquilam. Então, um super-herói é lançado e, na última hora, salva a humanidade de todas estas atrocidades. Os fictícios seres invasores, para dominarem a Terra, supostamente seriam muito superiores a nós. Qual seria a nossa reação se vivenciássemos realmente uma situação desta? Que nome se daria ao sentimento preponderante, quando, ao invés de sermos adotados pelos superiores, seríamos somente seus escravos, alimentos e até entretenimento? PAVOR!Sim, seríamos criados para sermos servidos como refeições rotineira no dia a dia dos "ETs", outros seriam enviados a laboratórios para servirem de cobaias vivas, onde todo tipo de experiências, muitas sem objetivo algum, seriam realizadas a toda hora. Talvez um ou outro humano mais esperto conseguisse se safar por um tempo ou até sua morte natural fazendo-se de "amigo de estimação" de adultos e crianças alienígenas, assim como fazemos com cães, gatos, pássaros, peixes, plantas ornamentais ou estaríamos expostos em zoo dependendo de características mais ou menos esdrúxulas de cada um ou por algum sinal de diferenciação de uns sobre outros de nós.Saindo agora do reino da fantasia e voltando a atenção para a nossa verdade, o que acontece na Terra na relação do humano com os outros seres vivos? Não seria esta visão descrita acima a dos seres vivos dominados em relação ao homem? Depois que meus pensamentos vagaram nas informações que li aqui e ali sobre espaço sideral, origem da vida, aparecimento do Homo sapiens sapiens, etc e que tentei transcrever acima, simplistamente e por isso com prováveis erros, pois, sou somente um leitor curioso e com vontade de aprender, finalmente chego onde quero que é falar sobre estas denominações definidas pelo dicionário e que encabeçam estas linhas.Numa análise simplista podemos observar que dos animais ainda classificados como irracionais só recebemos colaboração e ensinamento com suas atitudes observadas por nós e aprendidas e que são primordiais para a nossa sobrevivência aqui, seja na proteção das intempéries, seja no aprendizado da perpetuação da espécie, dentre tantos outros conhecimentos adquiridos baseados nestas convivências. O reino dos vegetais nos serve de abrigo, alimentação essencial, tratamentos de doenças de todos os níveis de gravidade que, se não fosse pelos princípios ativos contidos neles, muitas enfermidades já teriam aniquilado a vida humana no planeta. Assim também se passa com a microbiota.Então, aqui vai o meu protesto e minha não conformação quando se usa as expressões HUMANIDADE e HUMANO para se definir solidariedade, misericórdia, compaixão, quando o que se vê é exatamente o contrário.O humano é o filho caçula da Terra. Através da história conhecida só vemos exemplos que se repetem e que o caracterizam como um ser VIOLENTO. E, pior, tudo começa no seio do próprio ninho construído em nome do AMOR. Assim, como todos já sabem, mas não custa ser repetitivo nesta questão, nós humanos somos os únicos a carregar em nossa descrição a crueldade deliberada, tanto para com seus semelhantes quanto para com todos os outros seres vivos. Mata e devora pelo prazer. Mata e domina pelo poder. Humilha o fraco e o extermina, não como conseqüência de uma "seleção natural", mas, sim, também pela satisfação.Nem mesmo as religiões, criadas pelo próprio homem, que, pelo propósito alegado para suas existências, deveriam ser o freio educador deste, foram e são usadas como motivo para o incentivo a todos os males, ajudando a plantar no coração do humano a intolerância, a cobiça, a avidez pelo poder. Tornou-se o homem, ao longo de sua evolução um ser mentiroso. Como aquele mentiroso contumaz que acredita nas próprias mentiras. Assim, inventa sua história e a repassa indefinidamente para seus descendentes, perpetuando tudo o que é o contrário do que é definido nos dicionários para as atitudes: ter humanidade com... e ser humano com... Tudo de uma maneira casuística, deliberada.Esses meus pensamentos, a princípio, fazem crescer dentro da minha mente sentimentos de desalento e desesperança. Porém, logo expando minha alma e penso que algo ainda vai acontecer de muito radical que abrirá a cortina que esconde as nossas verdades. Por isso, por conseguir sublimar os pensamentos negativos a esse respeito é que exponho aqui minha imaginação, agora, na esperança de que muitos também estão se preocupando com isto e, tendo consciência plena do mundo que nos rodeia, engrossem a língua quando diante de um belo bife, um pernil, uma mortadela, no churrasco sanguinolento. Ali, cada naco representa um ser companheiro de habitat. O pedaço de "alguém" que um dia acreditou que estava sendo protegido, alimentado, acarinhado por um ser superior que aqui veio para servir de upgrade para eles e também evoluir dentro das mesmas condições oferecidas pelo planeta Terra.Eu só queria que mudássemos nosso olhar. Nossa visão sobre a vida. Se não a compreendemos ainda, se não sabemos tantos porquês que permanecem aí desde os primeiros pensadores da civilização, poderemos pelo menos, mudar o que aí está. E esta mudança pode começar a partir dos nossos relacionamentos: família, semelhantes e não semelhantes. Aos que não acreditam na criação, permitam que a evolução seja algo mais que o aperfeiçoamento da inteligência em todos os níveis. Aos mais ou menos religiosos, a cada prece, a cada promessa, a cada pedido de proteção a Deus, aos santos, aos espíritos, lembrar que, para os nossos companheiros não humanos de jornada na terra, deveríamos, por obrigação, ser como deuses e não monstros devoradores, destruidores da natureza, a grande escola ofertada a todos que aqui habitam para o desenvolvimento comum.Então, quem sabe um dia as palavras HUMANIDADE e HUMANO possam ser ditas traduzindo realmente os outros significados além de "gênero humano" e "relativo ao homem" que com freqüência são usadas quando se quer dizer benevolência, compaixão, solidariedade, sem causar em ninguém esta reação que em mim e em muitos ocorre. Seria então o fim do paradoxo.


Autor: Paulo Sipa


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