Guarda-chuvas viram clipes



É uma teoria: Os guarda-chuvas viram clipes.

Explico para quem ainda não entendeu:

Todo mundo já perdeu um guarda-chuva.

Todo mundo já achou clipes.

Ninguém nunca achou guarda-chuvas nem perdeu clipes.

Logo, guarda-chuvas viram clipes...

 

Nossa! Que chegou a essa constatação deve observar o mundo de uma forma diferente e especial... Eu não conseguiria sozinha. O meu marido (ou ex, ainda não tenho certeza) disse: Mas os clipes são bem menores que os guarda-chuvas.... Acho que ele não entendeu bem a metamorfose.

 

Um amigo disse que eu devo ter tomado vinho na hora do almoço quando falei da teoria. Por quê? Viajar é preciso...

 

Outro amigo comparou a um teste feito por um cientista: o da aranha.

É assim:

O cientista solta uma aranha e fala: - Aranha, anda!

E a aranha anda...

O cara pega a aranha, arranca uma das pernas e a solta novamente. De novo, ele fala: - Aranha, anda!

E a aranha anda...

O cara pega novamente a aranha, arranca outra das pernas e a solta novamente. E, de novo, fala: - Aranha, anda!

E a aranha anda...

E assim continua até arrancar a última das pernas da aranha...

Quando a solta pela última vez, fala: - Aranha, anda!

E a aranha não anda!

Conclusão da experiência?

A aranha sem as pernas fica môca! (ou desobediente!)

 

Preciso descobrir essas coisas... Às vezes só vemos o óbvio em tudo. Onde está a subjetividade, a possibilidade, o mundo das fantasias. Onde está Alice no País das Maravilhas? O somatório dos elementos lógica e anti-lógica a produzir um sabor especial? É como se você dissesse que vejo o que como é a mesma coisa que como o que vejo.  Ou o mesmo que dizer que gosto de tudo o que tenho é o mesmo que tenho tudo o que gosto. Quem é você? Quem eu sou?

 

Preciso ver que o desenho do chapéu amassado, de O Pequeno Príncipe, é uma jibóia a digerir um elefante.

 

Preciso entender essas coisas. Observar, contemplar, tomar conhecimento íntimo.

 

Renata Cabral

29/03/2010


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