DO SILÊNCIO DAS TELAS AO PRÊMIO NO PALCO



 

Desde o surgimento do vocativo Oscar em 1931, pondo de lado o título oficial anterior, “The Academy Awards of Merit”, a cerimônia de premiação dos melhores filmes não havia tido uma surpresa como esta que ocorreu neste último domingo, dia vinte e seis de fevereiro de 2012, na qual o The Artist recebeu o prêmio de Melhor Filme.

Isto não causaria nenhum tipo de maravilha não fosse um detalhe evidente: “O Artista”, como foi traduzido, é preto-e-branco e mudo; algo aparentemente estranho para o século XXI, no qual se tem produções em 3D e High-Definition, a exemplo disso viu-se Hugo, de Martin Scorsese, também indicado para esta categoria. Em The Artist viu-se revividos a mesma maestria e beleza dos antigos filmes mudos, como os de Charles Chaplin e O Gordo e o Magro.

Um detalhe técnico como este não poderia passar despercebido aos olhos do público, que de uma forma ou de outra, encantou-se com esta produção francesa (Paris Filmes), dirigido por Michel Hazanavicius. Muito se discutiu sobre o conjunto de estrelas do filme, pois como afirmou a crítica: não se conhecem muito bem eles. E isto realmente importa?

No entanto, ao contrário do que se possa dizer de negativo do longa-metragem, The Artist também ganhou outros prêmios importantes, tais como: Melhor Diretor para Michel Hazanavicius, Melhor Ator para Jean Dujardin, Melhor Trilha Sonora para Ludovic Bource, Melhor Figurino, além do citado prêmio.

O contraste entre a presença do som das vozes dos atores/atrizes em cena, a emoção das palavras, o sentimento na interpretação, frases desconcertantes, que causam impactos e vertigem é algo que sempre é levado em consideração para a escolha da principal categoria das premiações. E é neste ponto que reside toda uma frustração, pois em The Artist, o personagem principal não diz uma única palavra, como ganhou tal premio, então?

A explicação parece um tanto filosófica: a Academia exaltou a figura do diferente, do contraste mesmo. O telespectador maravilhou-se com o filme e é evidente que esta película causou estranheza ao momento atual do Cinema. As tecnologias inovaram o modo de ver as coisas, pois quase tudo agora está modernizado, mas o Cinema não é só isto, é antes de tudo, uma ARTE.

Download do artigo
Autor: Adilio Jr. De Souza


Artigos Relacionados


O Pavor Sem Limites Mostra Sua Face

Melhor Diretor Oscar 2012 - Saiba Mais

Silêncio Mineiro

Instrução Normativa N.º 001 De 27 De Setembro De 2010

Melhor Maquiagem

O Que é Direito?

Sem Comentário...