O CONHECIMENTO DO ENFERMEIRO EM CARDIOLOGIA E SUA HABILIDADE EM LIDERANÇA DA EQUIPE COMO DIFERENCIAL NA QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA A PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA NO ADULTO



CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS - FMUCENTRO DE PESQUISA E PÓS  GRADUAÇÃOCURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM EM CARDIOLOGIA.ANDERSON PEREIRA LIMAO CONHECIMENTO DO ENFERMEIRO EM CARDIOLOGIA E SUA HABILIDADE EM LIDERANÇA DA EQUIPE COMO DIFERENCIAL NA QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA A PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA NO ADULTOTrabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Enfermagem em Cardiologia, apresentando ao Centro de Pesquisa e Pós-Graduação do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas, orientação: Profª Ms. Lucienne Dalla Bernardina.São Paulo2010Curso: Especialização em Enfermagem em Cardiologia.Título: O Conhecimento do Enfermeiro em Cardiologia e sua Habilidade em Liderança da Equipe como Diferencial na Qualidade da Assistência a Parada Cardiorrespiratória no Adulto.Autores: Anderson Pereira LimaOrientadora: Profa. Ms. Lucienne Dalla BernardinaIntrodução: A parada cardiorrespiratória (PCR) é a situação de máxima atenção e que exige conhecimento do enfermeiro e da equipe de enfermagem, pois representa uma emergência clínica. Para o enfermeiro desenvolver sua prática profissional, a equipe de enfermagem precisa atuar de forma sincronizada. A liderança e a comunicação são estratégias que possibilitam ao enfermeiro promover a melhoria do gerenciamento da assistência de enfermagem no contexto hospitalar. Objetivo: deste estudo é identificar a importância e a habilidade do Enfermeiro em liderar a equipe de enfermagem no sucesso ao atendimento a PCR no adulto. Método: Pesquisa bibliográfica de artigos de periódicos indexados pelas bases de dados LILACS e MEDLINE, utilizando-se os descritores: emergência, enfermagem, parada cardiorrespiratória, liderança e capacitação, compreendido no período de 1999 a 2009. Resultados: O Enfermeiro dentro da generalidade de sua atuação segue tanto para a função administrativa como assistencial, atendendo as necessidades do cliente, da empresa, do setor e da equipe de enfermagem diretamente subordinada a ele, principalmente no que se refere à qualidade da assistência em uma situação de emergência, como a PCR. Para atender essas exigências, necessita do conhecimento em cardiologia e em PCR, além da responsabilidade legal por prestar cuidados diretos a pacientes críticos em iminente risco de morte, deter habilidades em liderança, capaz de coordenar a equipe de enfermagem, proporcionar um sincronismo ideal entre a equipe multidisciplinar para o sucesso no atendimento a PCR.Conclusão: O enfermeiro é o profissional mais preparado e importante no atendimento as emergências, e que o seu conhecimento em cardiologia e sua habilidade de liderança da equipe são fatores fundamentais, indispensáveis e insubstituíveis na qualidade da assistência ao cliente em PCR.Descritores: enfermagem, parada cardiorrespiratória e capacitaçãoINTRODUÇÃOASPECTOS GERAIS DA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIAA Parada Cardíaca Súbita (PCS) é a principal causa de morte na Europa, nos Estados Unidos da América e no Canadá. No Brasil as doenças do aparelho circulatório são as principais causas de morte, (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2005)Dentre as emergências cardiológicas a parada cardiorrespiratória (PCR) é a situação de máxima atenção e que exige toda experiência do enfermeiro e sua equipe de enfermagem representando a mais grave emergência clínica com que podemos nos defrontar, esta é a situação de máximo estresse agudo ao organismo, sendo muito temida pelo enfermeiro e sua equipe de trabalho quando de sua ocorrência, (WORSTMAN; FRANK et al, 2005).A PCR pode ser definida como uma condição súbita e inesperada de deficiência absoluta de oxigenação tissular seja por ineficiência circulatória ou por cessação da função respiratória, (CINTRA; NISHIDE; NUNES, 2005).Segundo esses autores, em qualquer uma das situações, ou na presença de ambas, poderão ocorrer danos celulares irreparáveis em poucos minutos, devendo-se ter em mente que lesões cerebrais graves e irreversíveis ocorrem logo após os primeiros cinco minutos de PCR, em condições de normotermia. É de extrema importância que toda pessoa, (inclusive leigos) saiba detectar uma PCR, pois não se deve perder mais que 10 a 20 segundos para realizar o diagnóstico e instituir as manobras de ressucitação cardiopulmonar. A PCR é clinicamente diagnosticada quando pelo menos quatro condições coexistem: 1) inconsciência; 2) apnéia ou esboço de respiração; 3) ausência de pulsos nas grandes artérias e 4) aparência moribunda. Na prática, considera-se o paciente em PCR quando, pela palpação digital nas regiões carotídeas e femorais, não é possível se detectar pulsações efetivas, e ausência de movimentos respiratórios.Habitualmente são observados quatro padrões básicos de alterações do ritmo cardíaco na PCR, sendo eles: 1) taquicardia ventricular sem pulso; 2) fibrilação ventricular (FV); 3) assistolia e 4) atividade elétrica sem pulso, (ARAÚJO; ARAÚJO, 2001).ETAPAS DO ATENDIMENTO A PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA NO ADULTOO suporte básico de vida é a etapa mais decisiva para, de fato, se ressuscitar um paciente, consiste em todos os passos realizados num atendimento de reanimação cardio cerebral e pulmonar (RCCP) até imediatamente antes da intubação e administração de drogas. O suporte básico de vida é executado numa seqüência pré-definida caracterizada pelo ABCD primário ou avaliação primária, podendo esta fase ser aplicada dentro de um hospital ou não, por especialistas ou leigos, o intervalo precedendo uma parada cardíaca é denominado período peri­parada. O período periparada é considerado entre 1 hora antes e uma hora após a parada cardíaca. Reconhecer e tratar imediatamente as condições críticas nos períodos pré-parada ou periparada pode evitar uma parada cardíaca completa. O reconhecimento de condições críticas requer habilidades adequadas na avaliação do paciente. A avaliação inicial deve ser feita na seguinte ordem: avaliação do nível de consciência; tocando na vítima e chamando em alto e bom tom, essa medida é importante, pois possibilita rapidamente diferenciar quem pode estar em parada cardíaca e quem certamente não está, (MANSUR; RAMIRES, 2006).Deve-se proceder à abertura das vias aéreas com hiperextensão do pescoço, abrindo a boca do paciente. Caso haja suspeita de trauma, um dos socorristas deve segurar a cabeça do paciente, alinhando pescoço e tronco, enquanto outro, pressionado os ângulos da mandíbula com os dedos indicadores, empurra a mandíbula para frente e abre a boca com os polegares. Na impossibilidade de adequadamente ventilar o paciente com esta manobra de abertura de vias aéreas deve-se realizar a manobra de hiperextensão apesar do risco de lesão cervical. Uma vez aberta às vias aéreas, é necessário detectar se há ventilação através da manobra de ver, ouvir e sentir (ver se há expansão torácica, ouvir algum som de respiração e sentir algum ar exalado em contato com a orelha), iniciando-se o item B (breathing). Eventualmente, a manobra de abertura de vias aéreas é suficiente para desobstruí-Ias e protegê-Ias contra a queda da língua, permitindo ventilação espontânea, caso não haja ventilação espontânea, devem-se proceder duas ventilações de resgate, de preferência com algum material adequado que evite o contato direto do socorrista com o paciente, e se possível ofereça uma maior fração inspirada de oxigênio (FiO2). O ar ambiente apresenta uma FiO2 de 21 %, enquanto o ar exalado na expiração do socorrista tem uma FiO2 de 17%, suficiente para manter a vida. Essas duas ventilações de devem durar 1 segundo de inspiração e com volume suficiente para verificar a expansão torácica. Fazer a ventilação não é uma manobra tão simples, de modo que é recomendado que a atribuição de ventilar fique com o profissional mais experiente. Realizadas as duas ventilações de modo adequado, o profissional deve checar, no máximo em 10 segundos, se há presença de pulso central, por meio da palpação da artéria carótida, iniciando o item C (circulation), compressões torácicas devem ser iniciadas rapidamente após a detecção da ausência de pulso, numa velocidade de, pelo menos, 100 vezes por minuto. O local correto da compressão é de dois dedos acima do processo xifóide do esterno. Enquanto o paciente não estiver intubado, a relação compressões vs ventilações deve ser de 30:2, conforme publicação das últimas diretrizes. Devem-se manter cinco ciclos de 30:2 que totalizam 2 minutos de RCP, antes de nova verificação de pulso carotídeo, dando máxima importância à qualidade das compressões torácicas e mínima interrupção do ciclo, (PRADO; RAMOS; VALLE, 2005).Uma vez concluído o suporte básico de vida, com o ABCD primário, procede-se o suporte avançado de vida que corresponde ao ABCD secundário, sendo esta aplicada por pessoal técnico altamente qualificado, cabe ao enfermeiro a grande responsabilidade de supervisionar sua equipe, manter o setor sempre preparado para o recebimento e detecção das emergências cardiológicas, já que tempo é fator preponderante no sucesso do atendimento a esse tipo de paciente, (AEHLERT, 2007).Segundo AEHLERT, um esforço de ressucitação requer a coordenação de quatro tarefas críticas, sendo manuseio de vias aéreas, compressões torácicas, monitorização eletrocardiográfica e desfibrilação e acesso venoso com administração de drogas. A intubação endotraqueal é um procedimento avançado de manutenção das vias aéreas no qual um tubo é inserido diretamente na traquéia, a intubação deve ser feita pelo médico; é o item A desse atendimento, caracterizado pela via aérea avançada, o tubo endotraqueal já deve ter seu balonete testado pelo profissional da equipe de enfermagem. O número do tubo a ser escolhido varia principalmente com a estatura do paciente e o sexo, devendo se optar pelo tubo mais calibroso possível de ser usado, no caso que está sendo atendido. Via de regra, para homens escolhe-se um tubo tamanho 9.0, e para mulheres, tamanho 8.0. A instalação de via aérea avançada em situação de emergência depende muito da experiência tanto do médico quanto do enfermeiro envolvidos no atendimento, tendo em mãos todo material necessário e agilidade para adequada fixação do tubo e rápido suporte ventilatório.O enfermeiro, liderando sua equipe de enfermagem, deve ser perspicaz para seqüência aos cuidados de emergência no paciente grave; um enfermeiro experiente divide com o médico a responsabilidade de verificar o correto posicionamento do tubo endotraqueal, comunicando e corrigindo anomalias. Após a intubação, a primeira medida a ser adotada é confirmação do posicionamento adequado do tubo e sua fixação, (constituindo o item S do suporte avançado); auscultando o epigástrio, que deve estar silencioso; em seguida auscultando ambos os hemitórax do paciente na linha hemiclavicular e axilar média; observe o tórax do paciente se há expansão plena bilateral com a ventilação. Se os ruídos pulmonares estiverem ausentes após a intubação e ruídos sejam auscultados no epigástrio, considere que houve intubação esofágica, prepare material para aspiração e nova intubação e comunique o médico, O tubo endotraqueal deve ser fixado, verificando e registrando a profundidade do tubo na altura dos dentes do paciente concluindo o item B, o enfermeiro deve manter sua equipe sempre atualizada e treinada, não só para auxílio na intubação, mas também para suas possíveis complicações e condições que dificultam ou impossibilitam a intubação orotraqueal, como edema de glote, traumas, laringoespasmos entre outros, estando sempre preparados com materiais disponíveis para intubação retrógrada ou glicotireoidostomia quando solicitado pelo médico. O item C inicia-se logo após a intubação, com a oferta de oxigênio suplementar com ambú e pressão positiva, imediata monitorização cardíaca para detecção do ritmo, e acesso venoso calibroso antecubital bilateralmente (preferencialmente) para administração de volumes e drogas, a punção intravenosa (IV) é a colocação de um cateter em uma veia para obter acesso à circulação venosa corporal. O acesso IV pode ser conseguido pela punção de uma veia periférica ou central, (PARANHOS, 2007).Segundo MARTINS, a administração de drogas é o item D, iniciado assim que se consiga uma via venosa. Todas as drogas a serem administradas na PCR devem obrigatoriamente ser seguidas de 20 a 30ml de bolus de fluido e elevação do membro. Se já há um acesso venoso central, este deve ser a via de preferência. Raramente haverá indicação para o acesso venoso central durante a PCR. As atuais recomendações como opções, caso não se consiga o acesso periférico rapidamente são o acesso intra-ósseo e via endotraqueal. Após intubação as relações de massagem vs ventilação se modificam em alguns aspectos. As compressões são ininterruptas junto com as ventilações, mantendo um ritmo de 100 batimentos por minuto por um ciclo de 2 minutos, e ventilações lentas com seqüência de 8 à 10 ventilações por minuto, diminuído-se assim lesões por hiper-oxigenação e/ou disfunções metabólicas. Um enfermeiro chefe de equipe em unidade de emergência deve estar apto a reconhecer os variados ritmos mostrados no monitor, pois identificando esse ritmo orientará melhor sua equipe para pronta conduta e ganho de tempo. Já foram citadas as quatro formas de parada cardíaca; a taquicardia ventricular sem pulso, a fibrilação ventricular, a atividade elétrica sem pulso e a assistolia, sendo que para cada uma dessas arritmias certa conduta é adotada. Como a parada cardíaca é um acontecimento marcado pela imprevisibilidade, podendo ocorrer a qualquer momento e em qualquer local, é necessário que os profissionais de saúde, e nesse bojo o enfermeiro, tenham um comportamento de busca em prol da educação permanente, a fim de obter e/ou reafirmar o conhecimento necessário para uma boa prática do cuidado, no que se refere à eficiência e à eficácia da assistência prestada, (GRAÇA; VALADARES, 2008).Segundo TACSI; VENDRUSCOLO, 2003, Na sala de emergência, exige-se do enfermeiro conhecimento, capacitação e rapidez para a tomada de decisões pertinentes ao diagnóstico, para com um único paciente, ou com um grande número de vítimas, desempenhando o papel de mediador da assistência na sala de emergência e permitindo diminuir o risco de morte.OBJETIVO· Identificar a importância e a habilidade do Enfermeiro em liderar a equipe de enfermagem no sucesso ao atendimento a PCR no adulto.MÉTODODe acordo com GIL (1991), o interesse do levantamento bibliográfico é de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que realmente poderia, requer dados muito dispersos pelo espaço; outra característica é além de conter informações e impressões de outros autores lhe permite registrar suas próprias impressões e opiniões em relação ao assunto, lhe dando certa liberdade de expressar sua opinião ou conclusão sobre o tema em questão.Este estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica, que foi realizada com busca informatizada de artigos periódicos nas bases de dados LILACS e MEDLINE, utilizando-se os descritores: emergência, enfermagem, parada cardiorrespiratória, liderança e capacitação, compreendido no período de 1999 a 2009.Segundo Gonçalves (2003), a pesquisa bibliográfica caracteriza-se pela identificação e análise dos dados escritos em livros, artigos de revistas, dentre outros. Sua finalidade é colocar o investigador em contato com o que já se produziu a respeito do seu tipo de pesquisa.Na pesquisa bibliográfica o pesquisador vai se deparar com dois tipos de dados aqueles que são encontrados na fonte de referência (dados populacionais, econômicos, históricos etc) e aqueles dados especializados de cada área do saber, indispensáveis para o desenvolvimento da pesquisa.Segundo Cervo (2003), a pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos, busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existente sobre um determinado assunto, tema ou problema.A leitura do material bibliográfico foi orientada pelas seguintes diretrizes: identificação das informações e dados constantes do material impresso, estabelecimento de relações entre as informações e os dados contidos com o problema proposto, e análise da consistência das informações e dados apresentados pelos autores.Em seguida, foi realizada leitura exploratória e seletiva dos textos, bem como em sua revisão integrativa, contribuindo para o processo de síntese e análise dos resultados dos estudos, criando um corpo de literatura compreensível.APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃOPapel do Enfermeiro no Atendimento a Parada Cardiorrespiratória no AdultoDas diversas situações de emergências vividas num ambiente hospitalar, a parada cardiorrespiratória (PCR) pode ser entendida como o momento onde a atuação do enfermeiro na tomada de decisões rápidas e precisas é imprescindível para garantir o suporte básico de vida e a organização da equipe, (CAPOVILLA, 2002).No atendimento às emergências cardiológicas é preciso intensivo treinamento, onde os profissionais mais próximos do paciente, como o enfermeiro e sua equipe de técnicos e auxiliares poderão adquirir essa sensibilidade ganhando um tempo vital no atendimento. Tempo este, caracterizado pelo tempo de resposta entre o alerta clínico pré-emergencial, o alerta do monitor cardíaco se este o estiver portando, e a conduta do profissional presente até estabilização desse paciente.Este evento é mais comumente observado nas áreas intra-hospitalares consideradas críticas como: unidades de emergência, unidade de terapia intensiva, unidade coronariana e salas cirúrgicas. Porém, com crescente aumento na freqüência de ocorrência em áreas não críticas, há a necessidade de mudar o enfoque dado até hoje, ou seja, o perfil deverá ser para todos os enfermeiros de modo geral, (BELLAN, 2006).E o papel do enfermeiro inclui a reanimação cardiorrespiratória contínua, monitorização do ritmo cardíaco e dos outros sinais vitais, administração de fármacos conforme orientação médica, registro dos acontecimentos, notificação ao médico plantonista, bem como relatar os acontecimentos aos membros da família, sendo que o apoio para os familiares e amigos é muito importante nesta ocasião. Após uma reanimação satisfatória, o enfermeiro juntamente com o médico precisa controlar rigorosamente os sinais vitais e os parâmetros hemodinâmicos desse paciente, bem como estar atento a qualquer sinal de complicação, e o reconhecimento imediato. E para que esse papel seja cumprido de forma satisfatória, é imprescindível um nível alto de conhecimentos em cardiologia e emergências cardiológicas pelo profissional enfermeiro.Como a parada cardíaca é um acontecimento marcado pela imprevisibilidade, podendo ocorrer a qualquer momento e em qualquer local, é necessário que os profissionais de saúde, e nesse bojo o enfermeiro, tenham um comportamento de busca em prol da educação permanente, a fim de obter e/ou reafirmar o conhecimento necessário para uma boa prática do cuidado, no que se refere à eficiência e à eficácia da assistência prestada, (GRAÇA; VALADARES, 2008).Segundo TACSI; VENDRUSCOLO, 2003, Na sala de emergência, exige-se do enfermeiro conhecimento, capacitação e rapidez para a tomada de decisões pertinentes ao diagnóstico, para com um único paciente, ou com um grande número de vítimas, desempenhando o papel de mediador da assistência na sala de emergência e permitindo diminuir o risco de morte.O tema emergência é abordado diversas vezes em diversos cursos, porém ainda são grandes as dúvidas e problemas na hora de agir; cabendo ao enfermeiro dividir o conhecimento científico, (ZANINI; NASCIMENTO; BARRA, 2006).O autor ressalta que frente a isso o enfermeiro, deve deter um conhecimento amplo em parada cardiorrespiratória, identificação dos ritmos de parada, conhecimento em farmacologia, protocolos do Basic Life Support (BLS) e Advanced Cardíac Life Support (ACLS), terapia elétrica e intervencionista para que a resposta da equipe seja satisfatória com conseqüente sucesso no atendimento. O sucesso da reanimação cardiorrespiratória depende do tempo entre a ocorrência e o início do tratamento, e fundamentalmente do conhecimento do enfermeiro em cardiologia.O Serviço do Enfermeiro, dentro do macro atendimento à emergência, interage com todas as áreas sob sua responsabilidade, de forma autônoma e em co-responsabilidade, orientado por técnicas e rotinas e sistemas de intervenção. O enfermeiro exercita uma prática do cuidado sempre em busca de subsídios para a excelência do fazer profissional, (LIMA; ERDMANN, 2003).O Enfermeiro que atua em unidade crítica de saúde demonstra destreza, agilidade, habilidade, bem como, capacidade para estabelecer prioridades e intervir de forma consciente e segura no atendimento ao ser humano, sem esquecer que, mesmo na condição de emergência o cuidado é o elo de interação/integração/relação entre profissional e cliente, (BAGGIO; CALLEGARO; ERDMANN, 2008).A Habilidade de Liderança do Enfermeiro no Atendimento a Parada Cardiorrespiratória no AdultoA liderança e a comunicação são estratégias que possibilitam ao enfermeiro promover a melhoria do gerenciamento da assistência de enfermagem no contexto hospitalar, (GALVÃO; SAWADA; CASTRO; CORNIANI, 2000).Numa perspectiva contemporânea, há uma concordância em que a liderança seja um fenômeno grupal e que envolve um sistema de influência social de um indivíduo sobre os demais; e, ainda, ser um processo coletivo, compartilhado entre os elementos de um grupo, (SIMÕES; FÁVERO, 2003).Além das características de conhecimento teórico e assistencial é de fundamental importância ao profissional enfermeiro uma forte característica de liderança e dimensionamento da equipe de enfermagem durante essa situação, sendo ele, portanto quem conhece cada membro da equipe e suas habilidades profissionais, devendo gerenciar e direcionar todos os membros durante a reanimação cardíaca pulmonar e cerebral. O enfermeiro deve também manter um alto nível de tranqüilidade e ser responsável pela capacitação, reciclagem, treinamento e avaliação da equipe.Especificamente em relação ao sincronismo é preciso que haja comportamentos de liderança dentro da equipe, e a partir disso, a organização e distribuição das tarefas de cada membro. Estudos associam a ausência de coordenação, transferência de informação, distribuição das tarefas na atuação prática, pelo membro que iniciou e liderou a atendimento, e excesso ou déficit no número de profissionais presentes, à má atuação da equipe, (BELLAN, 2006).Os enfermeiros são vistos como profissionais mais capacitados para exercer tal função, devido ao seu conhecimento clínico, habilidade para oferecer cuidado holístico e forte advocacia em favor do paciente, uma vez que conhecem os serviços de outros profissionais e pessoal associado à saúde, (VALENTIM; SANTOS, 2008).Segundo WEHBE; GALVÃO (2005), neste cenário, entendemos que para o enfermeiro desenvolver sua prática profissional, principalmente, em setores onde o trabalho é dinâmico, a equipe médica e de enfermagem precisam atuar de forma sincronizada, este profissional necessita desenvolver algumas habilidades, salientando então, a liderança. A liderança na enfermagem tem sido foco de vários pesquisadores afirmando a importância da liderança para o desenvolvimento do trabalho do enfermeiro em suas diferentes áreas de atuação.Na especificidade da área da saúde, a prática gerencial e de liderança do enfermeiro evolve atividades diversas que englobam o gerenciamento do cuidado, gestão de pessoas, gestão de recursos materiais, acompanhamento e avaliação das atividades desenvolvidas no aspecto quanti - qualitativo. Atuando na liderança de pessoal, os enfermeiros detêm a responsabilidade e o poder decisório na condução das ações, não somente da equipe de enfermagem, mas de outros profissionais da área da saúde, (PETERLINI, 2004).De acordo com PETERLINI (2004), o enfermeiro necessita identificar as necessidades e os problemas relacionados ao atendimento direto ao paciente em situação de emergência.O enfermeiro quando atua em situação de emergência, como a parada cardiorrespiratória, tem como função prestar assistência, executar tratamento, coordenar a equipe de enfermagem, além de exercer funções burocráticas. Para isso, deve aliar à fundamentação teórica a capacidade de liderança, o discernimento, a iniciativa, a habilidade de ensinar, a maturidade e a estabilidade emocional, O profissional que atua na Unidade de Emergência tem como função obter a história do paciente, fazer o exame físico, executar o tratamento, aconselhando e ensinando a fazer a manutenção da saúde. Devendo aliar à fundamentação teórica a capacidade de liderança, o trabalho, o discernimento, a iniciativa, a habilidade de ensinar, a maturidade e a estabilidade emocional, (CARVALHO; LOPES, 2006).CARVALHO; LOPES (2006), nesse relato cita também a habilidade de ensinar, sendo este aspecto, grande responsável pelo bom desempenho da equipe.E para que a equipe tenha um bom desenvolvimento durante o atendimento, deve existir também um sincronismo nas condutas adotadas, e para que isso seja possível o comportamento de liderança do enfermeiro deve prevalecer, para que a equipe siga um referencial durante o atendimento. (ARAÚJO E ARAÚJO et al..2001).E é apenas através da liderança que o enfermeiro tenta conciliar os objetivos organizacionais com os objetivos do grupo da enfermagem, buscando o aprimoramento da prática profissional e principalmente o alcance de uma assistência de enfermagem adequada. No âmago da liderança está a capacidade de comunicar. Assim, a comunicação é fundamental para o exercício da influência, para a coordenação das atividades grupais e, portanto para a efetivação do processo de liderança, (TREVIZAN et al., 2000)..A parada cardiorrespiratória é a emergência clínica mais temida pela equipe de saúde, e o sucesso no atendimento depende fundamentalmente de uma resposta rápida por parte da equipe de enfermagem, (WORSTMAN; FRANK et al, 2005).Vários autores afirmam que a equipe de enfermagem, por permanecer sempre junto ao paciente, é quem identifica uma parada cardiorrespiratória e inicia as manobras de reanimação. E o enfermeiro como o elemento chave no gerenciamento e liderança da equipe, deve dispor de conhecimento amplo e suficiente para suprir as necessidades desse tipo de emergência e ser o diferencial para o sucesso da reanimação. O enfermeiro é vital nos esforços para reanimar um paciente, sendo que é ele, freqüentemente, quem avalia em primeiro lugar o paciente e inicia as manobras de ressuscitação, chamando a equipe.Além de todo conhecimento detido pelo enfermeiro acerca das questões sobre parada cardiorrespiratória, atendimento de emergência e cardiologia; é o enfermeiro quem lidera a equipe de enfermagem, capacita sua equipe, além de conhecer cada membro, identificando previamente suas habilidades técnicas, (PETERLINI, 2004).O enfermeiro é constantemente cobrado acerca das questões de qualidade assistencial e diferente de outros profissionais da área deve atender as necessidades do cliente como um todo em seu aspecto bio-psico-socio-econômico e espiritual mesmo nas situações de emergência, (WEHBE; GALVÃO, 2005).O enfermeiro também deve manter a organização do setor, com equipamentos devidamente testados e funcionantes, materiais com data de validade checada, bem como gerenciar e supervisionar a equipe para que essas condições sejam atendidas, e também exercer função de educador distribuindo seu conhecimento aos demais membros da equipe de enfermagem, (CARVALHO; LOPES, 2006).Portanto o enfermeiro é o profissional mais preparado e importante no atendimento a parada cardíaca e respiratória no adulto, e seus conhecimentos em cardiologia e liderança são ferramentas fundamentais, indispensáveis e insubstituíveis na qualidade da assistência ao cliente nessa circunstância, sendo esta afirmada por vários autores.Este estudo afirma e demonstra através da revisão literária a importância do conhecimento do enfermeiro em cardiologia para o sucesso no atendimento ao paciente vítima de parada cardiorrespiratória, sendo o elemento chave para a identificação da emergência, condução e gerenciamento da equipe de enfermagem, e finalmente a qualidade do atendimento.CONSIDERAÇÕES FINAISO Enfermeiro dentro da generalidade de sua atuação segue tanto para a função administrativa como assistencial, atendendo as necessidades do cliente, da empresa, do setor e da equipe de enfermagem diretamente subordinada a ele, principalmente no que se refere à qualidade da assistência em uma situação de emergência, como a parada cardiorrespiratória.Para atender essas exigências, o enfermeiro deve deter amplo conhecimento em cardiologia, conhecendo as características do atendimento ao cliente em situação de parada, sendo ele o responsável legal por prestar cuidados diretos a pacientes críticos em iminente risco de morte.Além desse conhecimento específico em cardiologia, o enfermeiro deve deter habilidades em liderança, sendo capaz de coordenar a equipe de enfermagem, proporcionando um sincronismo ideal entre a equipe multidisciplinar para o sucesso no atendimento a parada cardiorrespiratória.Conclui-se, portanto, através dessa revisão literária, que o enfermeiro é o profissional mais preparado e importante no atendimento as emergências, e que o seu conhecimento em cardiologia e sua habilidade de liderança da equipe são fatores fundamentais, indispensáveis e insubstituíveis na qualidade da assistência ao cliente em parada cardiorrespiratória.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1. 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Autor: Andeson Pereira Lima


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