Ô seu!



Ô seu!

Ainda hoje me peguei pensando no que fazer para um trabalho proposto na universidade da qual sou aluno, tema livre.

Quando se dá o tema fica difícil, quando o tema é livre, piora.

Pois bem, fui à luta e pus cabeça pra funcionar, pensei em temas da atualidade, temas históricos ou culturais, nada me tocou, e me veio à pergunta, como eu, Matinhense da gema, poderia resgatar a cultura de meu povo a muito esquecida.

Fácil, falar sobre o fandango, não, vou falar do pau de fita, não, caça e pesca era melhor, enfim, como decidir o que é o mais importante.

Por ter essa familiaridade com a cultura local, não pude de imediato entender o que é, em meu ponto de vista, a cara de um povo, a língua, não falo de português, inglês ou espanhol, falo das características únicas da fala de um povo de determinado lugar.

E em Matinhos essa cultura lingüística é muito evidente, e foi só abrir a mente que percebi o quão rica é nossa cultura e quão rico é nosso vocabulário.

Um cidadão qualquer do mundo ao encontrar outro pela manhã  Bom dia  e o outro responde  bom dia- um Matinhense ao cruzar outro pela manhã  ô seu  a resposta, opa- um curitibano espantado  Nossa!- o Matinhense  "a meu bonje"...  curitibano desaprovando algo  bem feito  O Matinhense  Éga seu  curitibano ameaçando alguém  te dou um murro- O Matinhense  "dolhe um pé do ouvido"  curitibano faz escândalo, Matinhense faz "sangria desatada". Curitibano estava nas proximidades, Matinhense nos "arrebardes".

É um jeito único de falar, alem dessas variações e criações lingüísticas, a maneira que o Matinhense fala, alias canta, com uma musicalidade muito típica, reconhecível esteja ele onde estiver.

Matinhos é tão rica em sua cultura, falta valorização e reconhecimento dessas culturas típicas nossas, vamos tentar resgatar juntos a cultura local e junto com ela nossa identidade, nossa cara, é fácil "cambada" só basta querer!


Autor: Leandro Silveira Tavares


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