INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NO CONTEXTO ESCOLAR DA AMAZÔNIA



O Brasil tornou-se um país predominantemente cristão, devido à herança que receberia da própria cultura Portuguesa. Esta possuía uma estreita ligação entre o estado Português e a Igreja Católica, sendo tal modo de governo conhecido como "Padroado". Segundo Alves(2005), a expansão marítima não possuía caráter apenas econômico, havia também um forte caráter cruzadista. Fazendo-os buscar a expansão da fé cristã e afirmação da mesma, submetendo assim toda a população nativa e de colonos a um regime em que a única opção era a aceitação do cristianismo.
Na Europa do século XVI, a Reforma Protestante encabeçada por Martinho Lutero, surgiu como um rombo na igreja católica. De acordo com escritor SILVA(2007), através de suas 95 teses, Lutero combate práticas da igreja de sua época, assumindo o caminho da justificação da fé. Esta se popularizou rapidamente ganhando adeptos por vários países.
Na Inglaterra, temos o Anglicanismo, promovido pelo rei Henrique VIII que rompera com a igreja tornando seu estado independente. E por fim o Calvinismo, ocorrido na Suíça, liderado por João Calvino, o qual reformulou o protestantismo desenvolvendo a teoria da pré-destinação.
Hoje continuamos tendo uma opção religiosa em sua maioria Cristã. No entanto há um crescimento constante e cada vez maior do número de fiéis nas igrejas protestantes, causando uma diminuição gradual destes nas católicas. Para Figueiredo (1994), esse quadro resulta numa disputa no campo religioso Brasileiro, ocasionando uma competitividade entre seguimentos que parecem ignorar o fato de fazerem parte de uma mesma religião, aumentando a intolerância de um para com o outro. Assim é de praxe observar vez ou outra, notícias que relatem atitudes de hostilidade e desrespeito entre estas.
A Amazônia é conhecida por sua diversidade social, cultural e religiosa. Assim em nosso cotidiano precisamos lidar diariamente com o diferente ou com aqueles nem tão diferentes assim. De qualquer forma, vemos todo dia manifestações de preconceito, resultantes de ignorância, desinformação e falta de uma formação mais rica para lidar com o meio social.
Portanto para Figueiredo (1994) é papel das escolas, e de seu corpo técnico e principalmente dos professores, tentarem construir uma conscientização quanto essa diversidade.
Sendo assim é de fundamental importância debater e dialogar tal tema, a fim de contribuir com a formação individual dos estudantes, para que atinjam a capacidade de viver harmoniosamente em sociedade, prevalecendo atitudes integradoras sob individualistas. Tornando-os, assim, capazes de perceber que diferenças existem em vários graus e dimensões, e que é preciso encará-las de uma forma sadia e respeitosa, objetivando uma cultura de paz.
Referências BIbliograficas
ALVES, Rubem. Religião e Repressão, São Paulo: Teológica/ Loyola, 2005.
BARROS, Sandra dos Reis. Ensino Religioso na Formação do Cidadão, São Paulo:Vozes, 1994
FIGUEIREDO, Anísia de Paulo. Ensino Religioso: Perspectivas Pedagógicas/ - Petrópoles, RJ: Vozes 1994 / Coleção Ensino Religioso Escolar, Série Fundamental.
KUNG, Hans ? Religiões do mundo: em busca dos pontos comuns / tradução Carlos Almeida Pereira. ? Campinas, SP: Verus, 2004
MENDONÇA, Antônio Gouvêa. Protestantes Pentecostais e Ecumênicos: O campo religioso e seus personagens. São Bernardo do Campo SP: Umesp, 1997
SILVA, Clemildo Anacleto. Da Intolerância Religiosa e Direitos Humanos: Mapeamento de Intolerância. Porto Alegre: Sulina; Porto Alegre: Editora Universitária Metodista, 2007. 175 p.
Autor: Luana Peres


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