Resumo Do Livro O Livreiro De Cabul



A jornalista norueguesa Asne Seierstad conheceu Sultan Khan em Cabul, em novembro de 2001, após a queda do Regime Taliban. Depois de passar seis semanas nas montanhas de Hindu Kush, ao lado de comandantes da Aliança do Norte, dormindo no chão e viajando a pé, a cavalo e na boléia de caminhões, foi um alívio conhecê-lo e poder relaxar e conversar sobre literatura. Livreiro proeminente, pertencente a chamada classe média local, Sultan Khan havia sido preso, teve sua livraria destruída e diversas obras queimadas por comunistas, por mujahedins e pelo taliban. Em todas as ocasiões, se recuperou e seguiu em frente, alimentando o desejo de ser útil a seu país através do desenvolvimento da literatura.

Convidada a jantar em sua casa, a autora pôde conhecer sua família: mãe, esposa, filhos, irmãos e sobrinhos, que dividiam um apartamento de quatro cômodos em uma região que ainda se recuperava dos horrores da guerra. Apesar do ambiente descontraído, as mulheres pouco falavam, o que instigou sua curiosidade. Teve então a idéia de escrever um livro sobre esta família – se não pobre, como a maioria das outras, ainda assim pode-se dizer que típica, por estar impregnada dos costumes e das crenças vigentes.

Admitida de boa vontade como hóspede, passou três meses observando a rotina de Sultan e suas duas esposas, a madura Sharifa e a jovem Sonya, de 16 anos. Seus filhos Mansur, Aimal e Eqbal, que trabalhavam 12 horas por dia nas livrarias do pai e não podiam ir à escola. Suas filhas Shabnam e Latifa, sua mãe Bibi Gul, seus irmãos Yunus, Shakila, Bulbula e Leila, e seu sobrinho Fazil. Acordava pela manhã, entrava na fila para o banheiro, tomava o café, usava a burkha para sair. Com os homens viajou, e acompanhou-os eventualmente à livraria. Com as mulheres foi a casamentos, a visitas, às compras, acompanhou seus afazeres domésticos. De todos ouviu relatos e queixas sobre seus sonhos, expectativas e frustrações a respeito de suas vidas particulares e a esperança de tempos melhores, entre guerras de tribos locais e as imposições de um chefe de família que, embora sendo letrado e denominar-se liberal, se impunha soberano sobre o destino dos membros da família.
Autor: Daniele Barizon


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