Dr. David Servan ? Schreiber : Primeira Parte; A "Cura" sem medicamento e psicanálise...
"Duvidar de tudo e crer em tudo são duas soluções igualmente convenientes que nos livram de ter de pensar." Henri Poincaré
Este artigo pretende demonstrar o avanço do tratamento das doenças emocionais. Seu objetivo é repensar o antigo paradigma corpo e mente objeto de reflexões desde Platão.
"Quando sofremos de tristeza, sofre só a mente, ou ficamos doentes no corpo"?
Quase sempre privilegiada ao longo da história, a mente ganhou ainda mais importância com Freud, defensor da linguagem como recurso para sua regeneração.
Servan ? Schreiber demonstra QUE É POSSÍVEL ALCANÇAR A MENTE PELAS VIAS MAIS PROFUNDAS DO CORPO a partir de métodos corporais antigos, como:
Técnicas respiratórias, nutrição e acupuntura.
É RECEITA DE SAÚDE INTEGRAL SEM PRAZO DE VENCIMENTO.
"O cérebro emocional é bem mais que um vestígio encoberto de um passado animal: SENHOR DE NOSSO CORPO E DE NOSSAS PAIXÕES, É A FONTE DE NOSSA IDENTIDADE E DOS VALORES QUE DÃO SENSO À VIDA".
Há pessoas que parecem viver em harmonia. A maior parte do tempo elas têm o sentimento de que a vida é generosa. São capazes de apreciar aqueles à sua volta e os pequenos prazeres do dia-a-dia: refeições, sono, projetos, relacionamentos.
Elas não pertencem a nenhum culto ou religião. Todas já passaram por fracassos, decepções, momentos tenebrosos. Ninguém está livre de dificuldades, mas, em geral, essas pessoas parecem ter uma certa habilidade em se livrar de problemas, de dar significado as suas vidas, como se tivessem uma relação mais íntima consigo mesmas, com os outros e com o que elas escolheram fazer com suas vidas.
"Descobri certas chaves que se tornaram úteis para meus pacientes e para mim. Para minha surpresa, elas não têm nada a ver com os métodos que eu tinha aprendido na universidade".
Após me formar, passei 5 (cinco) anos estudando como os neurônios se organizavam em redes para produzir os pensamentos e emoções. Foi difícil voltar ao mundo clínico para completar minha residência em psiquiatria.
Passei 9 anos na Índia, lá tive oportunidade de conhecer a medicina tradicional tibetana, pela qual se diagnosticavam doenças e desequilíbrios por meus de prolongadas contagens de pulsações nos dois pulsos e da inspeção da língua e da urina.
Eles pareciam ter tanto sucesso com uma variedade de pacientes que sofriam de doenças crônicas quanto nós no Ocidente, mas seus tratamentos produziam "muito menos efeitos colaterais" e eram muito mais baratos.
COMO PSIQUIATRA, A MAIORIA DE MEUS PACIENTES SOFRIA DE DOENÇAS CRÔNICAS (DEPRESSÃO, ANSIEDADE, DESORDEM BIPOLAR E STRESS). COMECEI A ME PERGUNTAR SE O DESPREZO PELAS ABORDAGENS TRADICIONAIS QUE ME FORAM ENSINADAS NA FACULDADE ERA BASEADO EM FATOS OBJETIVOS OU IGNORÂNCIA PURA. DE FATO, SE A HISTÓRIA DA MEDICINA OCIDENTAL REGISTRA SUCESSOS FORA DE SÉRIE PARA CASOS GRAVES COMO PNEUMONIA, APENDICITE OU FRATURAS ÓSSEAS, ESTÁ LONGE DE SE REVELAR BRILHANTE PARA A MAIOR PARTE DOS CASOS CRÔNICOS, INCLUINDO ANSIEDADE E DEPRESSÃO.
"(...) Ela tinha recusado a medicação que seu médico lhe prescrevera e buscado ajuda na terapia alternativa. Ela encerrou o tratamento melhor do que se podia imaginar. Não estava deprimida; estava, isso sim, livre de um peso de 30 (trinta) anos, de uma dor psicológica contida pela perda de seu pai, que morrera quando ela tinha seis anos".
Eu estava feliz por ela mas chocado e decepcionado interiormente. Em todos os meus anos de estudo da mente humana, em todo o treinamento que recebi em psicologia científica e depois em psiquiatria, EU JAMAIS TESTEMUNHARA RESULTADOS TÃO PROFUNDOS, NEM VIRA TAIS MÉTODOS DE TRATAMENTO.
Na verdade, fui abertamente desencorajado a buscá-los ? como se fossem o campo de ação de charlatões, algo que não era merecedor da curiosidade médica.
Se ela tivesse vindo a mim como psiquiatra, provavelmente eu teria limitado suas chances de encontrar o crescimento que ela experimentou por meio do tratamento incomum que escolhera.
Nos meses e anos que se seguiram, aprendi a abrir a cabeça ? e o coração ? para modos diferentes, e freqüentemente mais eficazes, de curar os outros...
Referências:
http://metapsicanalise.blogspot.com
Guérir ? Le stress, l?anxiété et La depression sans médicaments ni psychanalyse, Paris, 2003.
Autor: Samuel Delgado Tavares
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