"O homem é o exercício que faz!"



"O homem é o exercício que faz!"

Edson Silva

Nós que temos na informação ofício, muitas vezes nos maravilhamos com avanço tecnológicos, em especial da internet, que podem proporcionar gratas surpresas, como a que tive recentemente ao receber no email, pela ferramenta de busca do Google, entrevista de página inteira de nosso amigo "Tito" (Francisco de Assis Pereira de Campos). Conterrâneo e amigo, desde a adolescência, do prefeito de Sumaré José Antonio Bacchim (PT), "Tito" mora em Sumaré faz 31 anos. Veio estudar Filosofia e Teologia no antigo Seminário de Nova Veneza, foi ficando e desenvolvendo ações sociais junto às comunidades carentes das mais diversas regiões sumareenses, algo que eu e muita gente por aqui já sabia.

Na entrevista dada ao jornalista João Umberto Nassif e publicada no jornal a Tribuna, que circula em Piracicaba, São Pedro e Rio das Pedras, eu soube um pouco das origens do "Tito", em sua terra natal: Piracicaba. Nascido em sítio, lá ele é conhecido como "Tito" do "Dito Jica" ou "Frei Tito" e aqui entram as informações que inspiraram o título deste artigo, que coloquei entre aspas porque é estrofe de uma música do Raul Seixas. O "Tito" fez a segunda maior experiência pregada em práticas religiosas cristãs: Amar o próximo como a si mesmo, a primeira é: Amar Deus sobre todas as coisas.

Na entrevista, "Tito" e outros religiosos revelam que moraram anos numa favela piracicabana, vivendo o martírio de homens, mulheres e crianças que nela habitavam. Eles não fizeram isso como chamados laboratórios de atores antes do próximo trabalho de TV, cinema ou teatro. Mais que viver a realidade, "Tito" e outros freis ajudaram organizar a comunidade, buscaram melhorias e implantaram importantes procedimentos voltados à saúde, capacitando mulheres em procedimentos básicos, como curativos; criando uma cozinha comunitária para melhor a nutrição dos moradores.

Num dos trechos da entrevista "Tito" diz que nas favelas o sentimento é de quem está à margem da sociedade, sem auto-estima e por isso muitas vezes o único espaço que a pessoa encontra é na marginalidade. Comunidade e religiosos participaram de mutirões, rebocando casas e "Tito" diz que a presença ali era de extrema importância para os moradores e resume: "Aprendi a fazer muitas coisas com eles, montamos fábrica de blocos lá dentro e compramos um caminhão". O exercício de doação humana chegou a ponto de os religiosos optarem em ficar sem colchões. Durante uma chuva doaram os que tinham para uma mãe que mantinha o filho deitado no chão úmido. Enfim: a favela foi urbanizada, restando só o barraco dos freis, tombado como patrimônio histórico. É, "o homem é mesmo o exercício que faz..."

Edson Silva, 48 anos, jornalista, da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Sumaré

Email: [email protected]

Autor: Edson Terto Da Silva


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