Estudo de Caso: Paciente com Hipertenção Arterial



HIPERTENÇÃO ARTERIAL

A pressão arterial e o produto do débito cardíaco multiplicado pela resistência periférica. O debito cardíaco e o produto da freqüência cardíaca multiplicada pelo volume sistólico. Na circulação normal, a pressão e exercida pelo fluxo sanguíneo através do coração e dos vasos sanguíneos. A pressão arterial alta, conhecida como hipertensão, pode resultar de uma alteração no debito cardíaco, de uma alteração na resistência periférica ou de ambas. Os medicamentos utilizados para tratar a hipertensão diminuem a resistência periférica, volume sanguíneo ou forca e freqüência da contração miocárdica.
A hipertensão e uma pressão arterial sistólica superior a 140 mm Hg e uma pressão diastólica maior que 90 mm Hg durante um período sustentado, com base na média de duas ou mais mensurações da pressão arterial obtidas em dois ou mais mensurações da pressão arterial obtidas em dois ou mais contatos com o profissional de saúde depois de uma triagem inicial.

Fisiopatologia
Para que a hipertensão aconteça, deve haver uma alteração em um ou mais fatores que afetam a resistência periférica ou do debito cardíaco, principais fatores de risco (Além da Hipertensão):
- Tabagismo
- Dislipidemia
- Diabetes melitos
- Idade superior 60 anos
- Sexo (homens e mulheres pos-menopausa
- Historia familiar de doença cardiovascular (em parente mulher com menos de 65 anos de idade ou parente homem com menos de 55 anos).
Varias hipóteses sobre as bases fisiopatológicas da pressão arterial elevada estão associadas ao conceito de hipertensão como uma condição multifatorial.
A hipertensão pode ter uma ou mais das seguintes causas:
- Atividade aumentada do sistema nervoso simpático relacionado com a disfunção do sistema nervoso autônomo.
- Reabsorção renal aumentada de sódio, cloreto e água relacionada com uma variação genética na maneira pela a qual os rins manuseiam o sódio.
- Atividade aumentada do sistema renina, angiotensina, aldosterona, resultando em expansão do volume do liquido extra-celular e resistência vascular sistêmica aumentada.
- Vasodilatação diminuída das arteríolas relacionada com a disfunção do endotélio vascular.
- Resistência a ação da insulina, que pode ser um fator comum ligando a hipertensão, diabetes melito do tipo 2, hipertriglicemia, obesidade e intolerância a glicose.
Manifestações Clinicas
O exame pode não revelar anormalidades diferentes da pressão arterial alta. Na hipertensão grave, pode ser notado o papiledema (inchação do disco óptico).
As pessoas com hipertensão podem estar assintomáticas e permanecer assim durante muitos anos. No entanto, quando os sinais e sintomas específicos sobrevêm, elas geralmente indicam a lesão vascular, com manifestações especificas relacionadas com os órgãos servidos pelos vasos afetados. A cardiopatia coronariana com angina ou infarto do miocárdio é uma conseqüência comum da hipertensão.
Estudo de caso
Paciente: L.C.B
Idade: 64 anos
End: Rua Marciano Rauchuk Jd: Vila Bosque
Hipertensa, no dia da entrevista sua PA estava 130 x 90 mmHg
Há 14 anos atrás devido a um pico de pressão fez aneurisma cerebral e ficou 5 dias na U.T.I
Sente muita dor nas pernas, relata ter muitas varizes.
Faz uso de Captopril / Hidroclorotiazida / Alorax (ansiedade)
Fumante a 20 anos
Tem a alimentação normal
Observa-se que seus cabelos estavam caindo devido uma química utilizada

Diagnostico de enfermagem:

São necessários história e exames físicos completos. As retinas são examinadas e são efetuados exames laboratoriais para avaliar a lesão do órgão alvo.
1- ECG- pra de terminar os efeitos da hipertensão sobre o coração (isquemia, hipertrofia ventricular esquerda) ou presença de cardiopatia subjacente.
2- Radiografia do tórax ? pode evidenciar a cardiomegalia.
3- Proteinúria, níveis elevados da uréia e creatinina no sangue- indicam doença renal como uma causa ou efeito da hipertensão; a microalbuminúria na primeira urina da manhã é o sinal mais precoce.
4- Potássio sérico- diminuído no hiperaldosteronismo primário; elevado na síndrome de cushing, ambas as causas de hipertensão secundaria.
5- Urina (24 horas) para catecolaminas ? aumentada no feocromocitoma.
6- Cintilografia renal para detectar as doenças vasculares renais; pode incluir a ingestão de captopril, um inibidor da ECA, para detectar seu efeito sobre o fluxo sanguíneo renal.


Prescrição de Enfermagem
O objetivo do cuidado de enfermagem para pacientes hipertensos focaliza a diminuição e controle da pressão arterial sem efeitos adversos e sem custo indevido, para alcançar essas metas, deve apoiar e ensinar o paciente a aderir ao regime de tratamento, implementar as alterações necessárias no estilo de vida, tomar medicamentos conforme a prescrição e agendar consultas regulares de acompanhamento com o profissional de saúde para monitorar a evolução ou identificar e tratar quaisquer complicações da doença ou terapia.
- Aumentando o Conhecimento
O paciente precisa compreender o processo da doença e como as alterações do estilo de vida e medicamentos podem controlar a hipertensão. A enfermeira pode encorajar o paciente a consultar uma nutricionista para ajudar a desenvolver um plano para perder peso. Em geral o programa consiste em restringir a ingesta de sódio e lipídios, aumentar a ingesta de frutas e vegetais e implementar a atividade física regular. Explicar que demora 2 a 3 meses para que as papilas gustativas se adaptem às alterações na ingesta de sal, pois isso pode ajudar o paciente a ajustar-se à ingesta reduzida de sal.
- Promovendo o cuidado domiciliar e comunitário
Quando solicitada a participar de uma triagem de pressão arterial, a enfermeira deve observar se esta sendo utilizada a técnica adequada de medição da pressão arterial, observar se os manômetros usados estão calibrados e se foi feita a provisão para fornecer o acompanhamento para qualquer pessoa identificada como portadora de pressão arterial elevada.
Cada pessoa deve receber um registro por escrito da pressão arterial na triagem.
- Ensinando o autocuidado aos pacientes
O regime terapêutico é da responsabilidade do paciente em colaboração com o profissional de saúde. A educação sobre a pressão arterial alta e como tratá-la, incluindo medicamentos, alterações no estilo de vida na dieta, controle de peso exercício, estabelecer as pressões arteriais-alvos e a assistência no suporte social, podem ajudar o paciente a alcançar o controle da pressão arterial. O envolvimento dos membros da família nos programas de educação capacita-os a apoiar os esforços do paciente para controlar a hipertensão.
Os pacientes precisam saber que a pressão arterial varia continuamente e que deve ser monitorada a faixa dentro da qual a pressão de cada um varia.
- Modificações no estilo de vida para prevenção e tratamento da Hipertensão
- Perder peso, quando obeso
- Limitar ingesta de álcool a não mais que 30 ml de etanol (p.ex.,720 ml de cerveja, 300 ml de vinho ou 60 ml de uísque) por dia ou 15 ml de etanol por dia para mulheres e pessoas com menos peso.
- Aumentar atividade física aeróbica (30 a 45 minutos na maioria dos dias da semana).
- Reduzir a ingesta de sódio a não mais que 100 mmol por dia (2,4 g de sódio ou 6 g de cloreto de sódio).
- Manter a ingesta nutricional adequada de potássio (aproximadamente 90 mmol por dia).
- Manter a ingesta nutricional adequada de cálcio e magnésio para a saúde geral.
- Parar de fumar e reduzir a ingesta nutricional de lipídios saturados e colesterol para saúde cardiovascular global.

Algumas atribuições do enfermeiro
1. Pré-consulta (triagem/confirmação diagnóstica);
2. Consulta de enfermagem (CE) - para pacientes com
PA sob controle);
3. Pós-consulta (reforço de orientações após as CM);
4. Reencaminha ao médico, anualmente, ou caso surja
alguma alteração;
5. Encaminha à Nutrição, quando necessário;
6. Encaminha ao Serviço Social, quando necessário;
7. Encaminha à Psicologia, quando necessário;
8. Controle dos retornos;
9. Contato e busca dos faltosos (aerograma e/ou visita
domiciliar);
10. Coordenação do serviço;
11. Projetos de pesquisa.

Assim, um acompanhamento deste paciente, quanto a visitas domiciliares, verificando o uso correto das medicações, faz com que o enfermeiro acompanhe os resultados obtidos no tratamento dessa paciente.
Incentivar essa paciente a realizar um tratamento correto, alimentação balanceada, atividades físicas, e principalmente ao anti-tabagismo, melhorará a qualidade de vida dessa paciente, procurando incluí-la em grupos de tabagismo, e hiperdia, ajudará ela encontrar maneiras de manter uma vida saudável.
Autor: Mariana Sette Ciccotti


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