Auto-estima e o processo de aprendizagem



Para valorizar a influência da auto estima no desenvolvimento das aprendizagens de alunos e professores de uma escola estadual os autores do artigo desenvolveram atividades individuais e em grupos e perceberam que o professor é responsável pelo desenvolvimento da aprendizagem e esta desempenha papel central no desenvolvimento, nos processos de mudança, na estimulação recebida do meio e na escola como espaço físico institucional onde se ministra e se sistematiza o ensino, espaço social para a educação das pessoas.
Buscaram em seus estudos o sentido para mostrar as diversas formas do conhecimento deste processo de aprendizagem para melhor se desenvolver o trabalho escolar, visto que educar é realizar uma obra de projeção sobre o futuro no tempo e no espaço onde os indivíduos possam ser sujeitos de sua própria caminhada.
Rogers e Paulo Freire receberam maior ênfase neste estudo por mostrar que, para desenvolver a auto estima no aluno é necessário que haja um clima de confiança entre professor/aluno e que três condições fundamentais existem para desenvolver a auto-estima do aluno, que são a empatia, aceitação incondicional e o ser autêntico, onde o professor deve aceitar o aluno da forma como é, sem emitir julgamentos, compreendendo-o e demonstrando através de palavras e gestos que sua ação é verdadeira, e por isso faz-se necessário conhecer o aluno, suas dificuldades, seus desejos e suas habilidades, a fim de usar do que tem domínio e auxiliando-os a resolver suas dificuldades.
Branden e Poppovic definem a auto-estima como a confiança na capacidade de pensar, na habilidade de se dar conta dos desafios básicos da vida e no direito de vencer e ser feliz, nas suas aspirações, nos seus sonhos, que influenciados pela motivação e um auto-conceito positivo fazem com que a criança melhore sua capacidade de aprendizagem devendo ter como primordial estar integrada aos currículos escolares tornando o aluno um ser pensante e criativo que nutra o desenvolvimento de sua auto-estima.
Todos nós, independente de classe social, cor, raça ou religião, temos sentimentos próprios dos seres humanos. Um deles é buscar a autorealização em todos os sentidos. Não nascemos para sermos depreciados, por isso tentamos preservar nossa imagem. Quando recebemos elogios pelas coisas boas que fazemos nos contaminamos e tentamos não decepcionar reforçamos e fazemos com que haja aprendizagem. Ao lembrar o erro de forma pejorativa, o professor está reforçando a insegurança da criança
Para alguns pensadores a auto-estima esta relacionada com cidadania, pois um ser que não se sinta valorizado torna-se um cidadão inseguro, sem opinião própria e fácil de ser manipulado, sem condições de defender seus direitos como agente de sua própria vida.
Nas entrelinhas Demo fala que a auto-estima do professor esta vinculada a cidadania, pois para ser educador o professor deve ser antes cidadão e isto implica, também em valorização profissional , remuneração e participação efetiva na organização de classe.
Mostrar ao aluno que todos somos seres pensantes e que todos são capazes de desenvolver o seu raciocínio aumenta a auto- estima e deveria fazer parte do currículo com um professor motivado para proporcionar uma educação de qualidade onde os educandos consigam interagir com o mundo e modificá-lo no que for necessário de acordo com suas concepções, sua interação com o meio e que o trabalho feito com crianças vincula a auto- estima como facilitadora do processo de ensino aprendizagem, elaborando atividades para este fim favorecendo incentivos que possibilite a auto confiança.
Para que este artigo fosse concluído e tirado as devidas conclusões, os autores utilizaram como metodologia atividades individuais e em grupos com a devida supervisão para que conclusões pudessem ser relatadas neste trabalho.
É importante destacar que as atividades foram, basicamente, realizadas em grupos e a sua importância para desenvolver a segurança no indivíduo, pois segundo Campos (1987:57,apud Noro) "ao procurar sua identificação, o indivíduo recorre, como comportamento defensivo, à busca da uniformidade, que lhe garanta segurança e estima pessoal" e também faz menção a importância do jogo neste processo e da motivação do professor que trabalha com este cidadão.
Ao término do trabalho desenvolvido com os alunos, Ellis Maria Souza Noro e Luiz Roberto augusto Noro perceberam o quanto se tem a transformar e a construir uma educação em que o aprendizado seja significativo com o aluno sendo sujeito do seu processo de ensino-aprendizagem. Fazem uma citação de Paulo Freire na qual podemos fechar este resumo.
Assim, concorda-se com Piaget:
"quer se trate de uma educação da razão e das funções
intelectuais, ou de uma educação da consciência moral, se
o ?direito à educação? implica que esta tenha em vista ?o
pleno desenvolvimento da personalidade humana e o
reforço do respeito pelos direitos do homem e pelas
liberdades fundamentais?, o que importa é compreender
que semelhante ideal não poderia ser alcançado por
qualquer um dos métodos em vigor. Nem a autonomia da
pessoa, que pressupõe esse pleno desenvolvimento, nem a
reciprocidade, que evoca esse respeito pelos direitos e
pelas liberdades de outrem, que poderão desenvolver em
uma atmosfera de autoridade e de opressão intelectuais e
morais; ambas reclamam imperiosamente, pelo contrário,
para sua própria formação, a experiência vivida e a
liberdade de pesquisa, fora das quais a aquisição de
qualquer valor humano permanece apenas uma ilusão."
(2000:71)

Autor: Marilene Schwinn


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