O Que é Educacionismo
O educacionista não tem partido político. Tem causa. No lugar de "fábrica para os trabalhadores", nosso slogan é "escola igual para todos". A revolução hoje deve ser feita para assegurar o pleno desenvolvimento da capacidade de cada um, e permitir que todos sejam remunerados de acordo com essa capacidade. As tendências de hoje são diferentes daquelas imaginadas por Marx.
O primeiro passo, de responsabilidade do educacionista, é a nacionalização da educação, com a aprovação de uma mudança na Constituição que preveja essa responsabilidade para os municípios e o projeto de lei de Responsabilidade Educacional, que define metas e padrões para o país inteiro, respeitadas as diferenças regionais, descentralizando o gerenciamento para as prefeituras.
O segundo passo, que é de responsabilidade dos educadores, é transformar a escola atual numa escola de qualidade, com professores contratados por um concurso público nacional e muito bem remunerados, com piso salarial federal alto, padrão de salário, de formação e de conteúdo. Escolas com equipamentos modernos e edificações bonitas e de qualidade.
Segundo as estatísticas, gasta-se R$ 61 bilhões em educação no Brasil, mas desse índice o governo federal só gasta R$ 7 bilhões. O resto fica por conta das prefeituras. Sem falar nas desigualdades. Existem cidades com R$ 20 mil de renda per capita enquanto outras tem menos de R$ 600. Como pode esse prefeito trabalhar para ter escolas de igual qualidade?
Semana passada foi divulgado o resultado do Enem, que apresenta o retrato atual da educaççao no país. Dos 20 estabelecimentos com melhores resultados, 15 são particulares e os 5 públicos são federais. Nenhum colégio estadual do país ficou entre os 20 com melhor avaliação. Participaram do Enem, no ano passado, um milhão de estudantes, em 18.798 escolas públicas e privadas. Lamentavelmente, ainda temos, hoje, um milhão e meio de crianças no Brasil que ainda não estão na escola e das que já estão, quase 40 milhões, só um terço atingem o ensino médio.
Quando o senador Cristovam Buarque assumiu o Ministério da Educação tentou dividi-lo em dois, porque o MEC cuida essencialmente das universidades e muito pouco da educação básica. Fez várias propostas, dentre as quais a criação do Ministério da Educação Básica. Foi criada, em sua gestão, a Secretaria da Erradicação do Analfabetismo, quando conseguiu, logo no 1º ano, colocar 3 milhões e duzentos alunos na sala de aula e 5 milhões no 2º ano. Em 4 anos, teríamos abolido o analfabetismo, se o governo Lula não tivesse paralisado o
programa.
O Educacionismo prega uma verdadeira revolução na educação mas não é um projeto para um governo ou um partido ou um presidente. Demanda um tempo maior que um mandato. Nossa tarefa imediata é convencer os omissos e acomodados, os descontentes, apáticos, mas ainda não corrompidos pelo conservadorismo ou pelos cargos, de que vale a pena lutar por uma causa e essa causa existe.
Criar uma consciência nacional, convencer os pobres de que é possível seus filhos terem uma escola equivalente à dos ricos e convencer os ricos de que essa equivalência é necessária.
Autor: Maria Rachel Coelho Pereira
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