Nossa Imagem
Primeiramente, que a Amazônia se estende por todo o país e somos tão atrasados e primitivos que nem devemos ter carros ou telefones celulares. Enquanto isso exportamos tecnologia em aparelhos de telefonia móvel.
Depois vem a música. Nada contra o samba carioca, mas temos muito mais para mostrar. Diga-se de passagem, mais e melhor. Turista já desembarca falando meia dúzia de palavrões e os clássicos: samba; caipirinha e mulata. Sem querer favorecer ninguém, mas vamos mudar isso. Que tal: frevo; tapioca e Porto de Galinhas?
Atualmente nossa imagem vem se alterando. Não somos apenas o país do sexo fácil e barato, de mulheres nuas, em um carnaval de janeiro a janeiro. Agora somos reconhecidos também por nossa violência que faz das Linhas Verde e Amarela uma só Linha Vermelha.
Há algum tempo atrás duas turistas que passavam férias em Parati/RJ posaram para fotos ao lado de PM?s. Simularam prisões, empunharam o fuzil, pareciam bem animadas, como em um típico fetiche feminino. Agora podemos nos orgulhar, nossos policiais já disputam de perto com os ianques na preferência dos sonhos das turistas européias. Se eles realmente querem a ALCA, terão que engolir nossa concorrência nesse ramo também.
Não se engane em pensar que a culpa de tamanha ignorância seja apenas da pouca cultura dos nossos visitantes. Alguns dos nossos digníssimos artistas promovem o mito de que no Brasil se fala qualquer língua, menos o português.
Em mais uma produção cinematográfica hollywoodiana intitulada O Sabor da Paixão (parece até novela das oito), que conta com a participação da queridinha do diretor espanhol Pedro Almodóvar. Penélope Cruz interpreta Isabella.
A minha dúvida se deve ao fato da personagem Isabella ter nascido e vivido na Bahia, namorado e casado com Toninho (Murilo Benício) e ter como amigos dois arroz de festa de filme nacional, Wagner Moura (Deus é Brasileiro) e Lázaro Ramos (Madame Satã).
Pois bem, não é que apesar de nossa educação ser tão ruim, pelo menos na Bahia todo pescador, mãe-de-santo, e o próprio par romântico fala inglês fluente. Este pseudo filme nacional foi concebido nos moldes de um produto de exportação, desprezando nossa língua materna para melhor se adequar ao público estrangiro e não afeito a legendas.
Triste? Ora, não fique assim. Lembre-se: somos aquele povo alegre que apesar de tudo segue em frente, em meio a tantas adversidades, blá, blá, blá...
Autor: Homero Barbalho
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