Uma História



Antes era o verbo
O verbo descobrindo como se conjugar
O verbo transfigurando-se em cada pluralidade.
Na verdade o verbo era Deus
E deu-se que Deus era eu
E o verbo era meu.
O verbo em seu infinito
Composto por passados, presentes, ausentes e futuros
Futuro.
O verbo tinha uma mania,
Sempre queria saber o que seria
Imaginando-se um "amaria", "viveria", "existiria"
Mas na verdade o verbo não era nada.
Seria se fosse presente, mas não. Não era.
O verbo decepcionou-se, chorou e chorou...
Resolveu virar locução!
Pra se esconder, solidão.
Entãoprocurar a solução.
Mas verbo que É
Nunca vira locução
Pois não sabe viver de meias metades que nem são verdades...
Não é variável
É verbo.

Uma vez me contaram que o verbo...
O verbo era Ser.
Só estava conjugado em verbos errados.
Só errava nisso.
E o resto...
O resto é Vida!
E a vida É.
E foi aí que o verbo, aquele do começo da história, começa uma outra história ao apaixonar-se pela Vida.
E a história estava apenas começando...
Perdido de amor o verbou passou a Ser, Estar, sem pudor e sem pesar.
Não precisavam mais de justificativa, pois a Vida e o verbo já justificavam tudo.
E então ver bo passou a viver a vida
E a Vida a ser.

Desse improvável amor nasceram os outros verbos.
O primogênito, não causando espanto
"Amar", sim, amar pra depois nascer
E depois que nasce, conjugando-se pra vida
Todos os outros verbos ficam alí a nossa disposição
Cabe a nós conjugá-los ou não.

Mas essa é uma outra história.
Autor: Gabi Nuspl Coppa


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