Parque Dona Lindu: Muito dinheiro e pouca utilidade.



A desigualdade social é um mal que atinge o mundo inteiro. Em cada lugar com uma intensidade. No Brasil é algo absurdo e em Recife não é diferente. Conhecida também como a terra do frevo, pela praia de Boa Viagem, pela história e cultura do bairro do Recife antigo, a cidade do Recife é muito mais que isso. É um reflexo da má distribuição de renda, onde os pobres são iludidos com promessas que, inclusive, podem ser cumpridas. Mas não são. No ano de 2008, observou-se a polêmica sobre a construção do Parque Dona Lindu. Na época foi travada uma briga entre os moradores do bairro cartão-postal da cidade, Boa Viagem, que desejavam uma área verde para seu lazer e a prefeitura do Recife, que queria um parque imponente e com muito concreto.
Alheia a tudo isso, a população que mora em áreas que não aparecem nas campanhas de turismo ficou esquecida. Isso deixa claro o descaso com os que mais precisam. Gastar milhares de reais em um parque em uma área nobre da cidade torna-se incompreensível diante da situação. Enquanto nos subúrbios da capital pernambucana a violência assombrava (e ainda assombra!) as pessoas e a falta de saneamento básico dificulta ainda mais a vida delas, as atenções foram voltadas para um assunto totalmente fútil. Mais concreto ou área verde? O Recife quer mais dignidade. Por que não gastar na educação, no saneamento, cultura e ações sociais? Sinceramente, os governantes preocupam-se mais em marcar seus governos com grandes obras do que cuidar dos que necessitam de ajuda urgente.
Toda essa briga fútil acabou em mais da metade do parque de área verde, mas com muito concreto, uma inauguração antecipada com quase nada pronto, uma grande parte dos recifenses morando em palafitas e sem ajuda, muita violência e uma cidade vivendo de aparências. Uma cidade que se vangloria de gastar números astronômicos em parques da elite e também para fazer seus carnavais, escondendo seus moradores inconvenientes do mundo.
Autor: Wayne Rodrigues


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