OS CRONISTAS NA LITERATURA MATO-GROSSENSE



OS CRONISTAS NA LITERATURA MATO-GROSSENSE

Geralmente a literatura de uma região começa com a poesia. Em Mato Grosso começou com as crônicas que serviam como documentário, como fonte histórica, de pouco ou nenhum valor literário.

Fazer crônicas era mania de Portugal. Daí a crença de que trouxeram este hábito para Mato Grosso. Os escritores portugueses escreveram crônicas ao tempo do Trovadorismo, perdurando até meados do período Clássico. Eram crônicas históricas, o mesmo acontecendo com Mato Grosso.

O primeiro cronista do Estado foi Barbosa de Sá, que registrou em suas crônicas os primeiros acontecimentos que vão de 1719 até 1775.

José de Mesquita afirmou que Barbosa de Sá foi "um narrador fiel e minucioso dos fatos iniciais de nossa história-político-administrativa".

Ele escreveu pouco, falando sobre a fundação de Cuiabá, os primeiros exploradores, os mineradores, tudo isto no seu "Crônicas do Cuiabá".

Desaparecendo o primeiro cronista, Joaquim da Costa Siqueira enveredou-se também no ramo de crônicas em seu "Compêndio Histórico e Cronológico das Notícias de Cuiabá, Repartição de Mato Grosso". Este cronista narra fatos que vão de 1776 a 1851. A obra de Siqueira Constitui importante fonte aos estudiosos da história mato-grossense.

Em Vila Bela apareceu o cronista Felipe Nogueira Coelho que escreveu: "Memórias cronológicas da capitania de Mato-Grosso". Estas memórias falam da Fazenda Real e Intendência do ouro. É uma obra que traz importantes informações sobre a antiga capitania. Ele relata a descoberta de minas, lutas contra os índios, a troca de ouvidores e provedores da fazenda.

João Antônio Cabral Carmello foi outro cronista que nos deixou:"Notícias práticas das Minas de Cuiabá e Goyases", descrevendo a rota dos bandeirantes e uma descrição da vila. Diz Carmello no documento: "Quando cheguei a Cuiabá, que foi no dia 21 de novembro de 1727, não havia nela mais que um único engenho, 10 ou 12 léguas distantes da vila, no sítio onde chama a Chapada. A vila está situada na mesma parte direita e lançada por um córrego acima entre morros; tem só 8 ou 9 casas de telha, entre as quais é a melhor a que foi do general Rodrigues César. As mais são ainda de capim..."

José Gonçalves da Fonseca escreveu: "Notícia da situação de Mato Grosso e Cuyabá". O autor registra descobertas de minas nos arredores de Sant?Ana, Pilar e São Francisco Xavier.
Pe. Manoel de Siqueira escreveu: " Memória sobre a decadência das três capitanias minerais e sobre o descobrimento das minas dos Martírios". Dos cronistas citados, foi o único que nasceu em Cuiabá.

Outros cronistas: Hércules Florence -"Viagem Fluvial do Tietê ao Amazonas", Luiz D?Alincourt -"Memórias do Porto de Santos ao Porto de Cuiabá", Rodolfo Wachneldt -"Exploração da província de Mato Grosso em 1836",D.José Antônio dos Reis - "Compêndio de Teologia Moral", Pe. Ernesto Camilo Barreto - "Compêndio de Teologia e Exegética, Religião e Lugares Teológicos", Couto Magalhães - "Os Goianases".


Autor: Henrique Araújo


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