Resenha do Livro Preconceito Linguístico, de Marcos Bagno



O livro Preconceito lingüístico de Marcos Bagno vem para quebrar alguns mitos referentes à língua portuguesa, alguns mitos, que ele, Bagno, diz existir. É um livro acadêmico muito usado por professores não só do curso de língua portuguesa, mas em vários outros cursos.

O livro é dividido em quatro partes, onde o autor trabalha a idéia da não existência da língua culta (padrão) e tenta quebrar o preconceito lingüístico. Na primeira parte Marcos Bagno fala dos mitos do preconceito. O que melhor exemplifica o que quer ser transmitido está no mito três: "o português é uma língua difícil", onde ele tenta acabar com esse paradigma. Na segunda parte Bagno trás os elementos que perpetuam os preconceitos lingüísticos, segundo ele os elementos são: a gramática tradicional, o ensino tradicional, os livros didáticos, o ultimo ele denominou de comandos paragramaticais ? manuais de redação, programas de tv e rádio que tratam do assunto, etc. Na terceira parte Marcos tenta desconstruir o preconceito lingüístico, desta vez trás alguns dados que não justificam o numero de analfabetos no Brasil (p. 132): a china é bem mais que o Brasil e tem 6% de analfabetos enquanto no Brasil tem 12,4%. Na quarta e ultima parte do livro, Bagno tenta entender o preconceito com os lingüistas, pessoas que se dedicam ao estudo da língua.

Para dizer o penso sobre o livro farei algumas perguntas ao leitor desta resenha. O que você entende na frase "O português é fácil"? Pois eu entendo que tudo que está relacionado com a comunicação verbal e escrito na língua portuguesa é fácil, desde falar com um amigo a escrever um ofício para o Presidente da República. E pendo que escrever e falar na língua portuguesa são fáceis, entendo que não existe nenhuma complicação. Assim entendo. O leitor concorda comigo, ou pelo menos me entendem? Espero que sim.

Indo ao ponto. Marcos Bagno depois de escrever várias páginas afirmando que português é fácil e que não deve existir preconceito ? nessa parte concordo com ele ? ele chega na página 162 e dá exemplos de realizações fonéticas da língua portuguesa, após os exemplos Bagno diz o seguinte: "parece complicado? E é! Diante de uma situação dessa, que é apenas uma das muitas séries de inter-relações entre letra e som que existem na língua portuguesa, não nos parece nem um pouco "inadmissível" a existência de dúvidas e excitações por parte dos brasileiros, inclusive os bem alfabetizados, no momento de escrever". Agora eu me pergunto: como pode uma mesma pessoa dizer que português é fácil e complicado ao mesmo tempo, ou melhor, em um mesmo livro? Essa, sem dúvida, foi uma das coisas que mais me chamou atenção em todo o livro.

Olhando só para a idéia do "não ao preconceito lingüístico", é sim um tema muito relevante, pois como, desta vez sim, inteligentemente, Bagno mostra que existe vários fatores que contribui para a variação lingüística, deixando assim muito diversificado o modo de falar de todos os brasileiras, fica incabível o preconceito.

O livro Preconceito lingüístico é um livro muito repetitivo, onde a mesma idéia é repetida vária vez. Por esse motivo recomendaria apenas a leitura da primeira parte do livro, onde é trabalhado alguns mitos e o desejo do fim do preconceito lingüístico. Mesmo lendo apenas essa parte, a leitura tem que ser bastante crítico, como qualquer outra leitura.
Autor: Edu Castro


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