Quem Mexeu no Meu Queijo?



Ao ler o livro de Spencer Johnson "Quem mexeu no meu queijo", estive refletindo sobre alguns pontos no que diz respeito à educação. Aliás, o livro é filosófico e não importa a qual âmbito você queira interpretá-lo, importa que a mola que move o eixo central, determina a relevância de mudar.
Haw e Hen, duendes ? e dois ratos ? Sniff e Scurry, passavam a sua vida a percorrer um labirinto em busca de queijo, não só para a sua sobrevivência, mas para a realização pessoal de cada um, o que era diferente, pois o que para um significava segurança, para o outro era o sucesso. Enquanto os ratos usavam do método de tentativa/erro/acerto, os duendes pensavam e aprendiam com suas experiências por mais que ficassem confusos as vezes. Entretanto o que lhes realmente importava era descobrir a localização de seu objeto de desejo.
Ao encontrá-lo em um lugar denominado Posto C, passaram a usufruir dele sem pressa e sem observar a sua volta, jogaram de lado seus instrumentos de trabalho, se mudaram para mais perto do posto, e nem se deram conta que com o passar do tempo o queijo diminuira e estava prestes a acabar. Quando de fato aconteceu, os ratos instintivamente passaram a procurar um novo estoque de queijo e os duendes ao se darem conta do ocorrido, ficaram incrédulos ao enxergarem a situação. O objeto de realização deles era lhes tão relevante que não permitiam abrir mão dele.
Todos os dias os dois duendes iam até o posto e esperavam que colocassem o "seu" queijo no lugar determinado por eles, chegando a procurar algo ou alguém na perda do queijo. Até que Haw começou a questionar a mudança e começou a cogitar a busca de um novo queijo pelo labirinto, porém fraquejou ao ver Hen o desestimulando. Todos os dias eles voltavam para casa frustrados, pois faziam as mesmas coisas e se perguntavam o porquê delas.
Haw começou a aperfeiçoar a idéia de partir sozinho em busca do queijo e mesmo amedrontado saiu em busca pelo labirinto e ao percorrê-lo percebeu que estava perdendo o medo de explorar novamente as novas possibilidades, com isso ao refletir sobre sua práxis anterior e ela diante do que estava à sua frente, passou a sistematizá-la nas paredes do labirinto na finalidade de que Hen ao se descobrir sozinho e motivado a ir à sua procura, fosse se guiando através dos manuscritos nas paredes.
Foram por meio de diversas tentativas à procura do novo queijo e sem desanimar que Haw enfim encontrou um novo posto de queijo e bem maior do que ele e Hen haviam encontrado antes, e para a sua surpresa ele se deparou com seus antigos amigos Sniff e Scurry.
Haw transpôs uma grande transformação à sua postura frente ao novo posto de queijo. Foi através dos seus erros que ele pode averiguar que quanto mais rápido ele esquecesse o queijo velho, mais rápido ele poderia encontrar um novo e diversificado queijo.
Ele mesmo passou a inspecionar o queijo todos os dias, analisando-o a sua qualidade e apto a procurar novos rumos caso tivesse que fazê-la, pois foi refletindo sobre isso que chegou a conclusão de que se ele se adaptasse às pequenas mudanças estaria aberto às maiores que poderiam advir. Descobriu que Hen se quisesse compartilhar com ele deveria encontrar por si mesmo o caminho, e deixar para trás a comodidade e medos, pois ele mesmo não poderia fazer pelo seu amigo, ou mesmo convencê-lo de fazer.
Podemos partir da idéia que o labirinto possa significar o percurso indispensável para conseguir os ideais almejados, como alfabetizar bem e ser bem alfabetizado, tanto do educador como do educando, pois o professor como educador deve estar em constante aprendizado. E para isso devem ser usados instrumentos adequados para buscar e adquirir esses objetivos. Sendo assim, a corrida seria o processo de aprendizagem. E o queijo? Este não seria nada menos que o conhecimento que tantos que são envolvidos na área educacional o buscam incansavelmente, exceto aqueles que depois de um tempo se dão por satisfeitos, usufruindo de conhecimento velho, sem mesmo se dar conta que um dia ele vai embora. E principalmente, não se questionavam de onde vinha o queijo. Quantas vezes recebemos conhecimentos que simplesmente não questionamos de onde vem?
Da mesma forma era Hen e Haw, eles não se deram conta que o queijo estava acabando. Há educadores que depois de se verem obrigados a percorrer um caminho talvez até aventureiro ou perigoso e escuro, porque não o conhecem se amedrontam, ou então começa a culpar uma ao outro a fim de que não lhe seja imputado a responsabilidade. Vão todos os dias para a sala de aula e ao se depararem com a ineficiência do ensino, voltam frustrados e desanimados quanto à educação, dando-lhe o aspecto de insuperável e sempre questionando porque as coisas não podem melhorar.
Mas há aqueles que ao se verem necessitados de mudar seu método, ou seus princípios acerca da sua atuação na sala de aula, partem como Haw, mesmo que sozinho e receoso em busca da mudança e ao descobrirem a transformação de postura e o cheiro do novo conhecimento, este passa a saboreá-lo e se conduz até ele.
Vivemos em tempos de mudança. A adaptabilidade às inovações se torna uma condição indispensável para a sobrevivência da educação, e é incrível como nos acuamos quando nos vemos frente da mudança de hábitos, principalmente se essa mudança afetar nossos princípios, pois temos medo de mudar, além disso, agimos estranhamente àqueles que são abertos a esse tipo de postura.
Portanto, se queremos ter sucesso educacional desde a alfabetização até a formação acadêmica e suas ramificações temos que esquecer de buscar velhos métodos e conhecimentos, assim o novo será encontrado mais rapidamente. E quando vencemos o medo de inovar, então nos tornaremos livres e aptos para conhecermos e ao mesmo tempo escolhermos o que o novo pode nos oferecer.
Autor: Joanna Martins


Artigos Relacionados


Resenha Do Livro : Quem Mexeu No Meu Queijo ? Spencer Johnson M.d.

Resenha Do Livro Quem Mexeu No Meu Queijo?

Quem Mexeu No Meu Queijo?

Quem Mexeu No Meu Queijo? - Mensagem Do Livro X Dia-a-dia Da Empresa.

Resenha: Quem Mexeu No Meu Queijo

Resumo CrÍtico Sobre O Livro: Quem Mexeu No Meu Queijo?

Produtos Nordestinos Fazem Sucesso No Sul Maravilha