QUINHENTISMO



QUINHENTISMO(1500 a 1600)

6.1.INTRODUÇÃO

Em 1500 o Brasil foi descoberto e seu processo populacional foi muito lento. O povo que aqui chegou era de baixa cultura: marinheiros, degredados, aventureiros que aqui se
juntaram aos índios e aos escravos vindos da África. Não consta que chegaram advogados, médicos, cientistas. Muito menos pessoas com senso humanitários. Vieram apenas para explorar a terra e levar os lucros para Portugal. O progresso numa região assim só poderia ser muito lento.

Aos poucos foram-se organizando em capitanias hereditárias, depois o governo geral.
Surgem pólos importantes da cultura como Bahia, Pernambuco, São Vicente e Rio de Janeiro. Aí fundaram-se as primeiras instituições culturais.

6.2.LITERATURA INFORMATIVA - AUTORES E OBRAS:

Alguns viajantes estiveram no Brasil e quiseram registrar esta passagem. Deixaram escritos em forma de documentos, cartas, diário, dados históricos e geográficos com pouco valor literário. Foram escritos em prosa e descrevem a terra, costumes dos nativos, vegetação e curiosidades.

1.Pero Vaz de Caminha - Autor da carta a D. Manuel anunciando a descoberta do Brasil.
Veio na esquadra de Cabral e exerceu a função da escrivão da armada. Pouco se sabe
sobre ele. Sabe-se que foi uma pessoa culta pela erudição de sua carta. Esta carta foi o
primeiro documento escrito no Brasil.

2.Pero de Magalhães Gandavo - "História da província de Santa Cruz a que vulgarmente
chamamos Brasil","Tratado da Terra do Brasil".

3.Gabriel Soares de Souza -("Tratado descritivo do Brasil ou Notícias do Brasil") É a melhor obra do Quinhentismo.

4.Pe.Fernão Cardim: "Do clima e terra do Brasil","Do princípio e origem do Brasil", "Narrativa epistolar de uma viagem", "Missão Jesuítica", Obs. Estas obras estão reunidas na obra:"Tratado da terra e gente do Brasil".

5.Pero Lopes de Souza: "Diário de Navegação".

6.3. CARACTERÍSTICAS DA LITERATURA INFORMATIVA:

- Descrição da terra, vegetação;
- Descrição dos índios;
- Fontes históricas;
- Descobrimentos, geografia;
- Texto em forma de cartas e crônicas.


6.4.LITERATURA JESUÍTICA - AUTORES E OBRAS:

No Brasil tudo vinha de Portugal, mas ficava longe e de difícil transportes, por isso os
pe.Jesuítas começaram a fazer seu próprio material didático e religioso. Tinham duas finalidades: catequizar e educar. Surge então a literatura jesuítica com pouco valor literário. Estes trabalhos desenvolveram-se em cartas, peças de teatro, poemas, documentos históricos, obras didáticas, geográficas e religiosas.

1.Pe.Manoel da Nóbrega- iniciador da literatura Jesuítica e o superior dos Jesuítas. Escreveu muitas cartas que mais tarde gerou:"Cartas do Brasil". Também escreveu a peça teatral:"Diálogo sobre a conversão dos gentios".

2.Pe. Simão de Vasconcelos - "Notícias curiosas das causas do Brasil".

3.Pe. José de Anchieta - Fundou o 1o. Colégio e posteriormente a cidade de São Paulo. Escreveu muito, sobre temas diversos. Foi o autor mais próspero do Quinhentismo. Obras:"Arte da Gramática da língua mais usada na costa do Brasil","Vocabulário da língua Tupi" "Fragmentos históricos e sermões","Na festa de São Lourenço", "De Rebus Mendi de Sá" "De beata Virgine dei Matre Maria","Na visitação de Santa Isabel", "Auto da pregação universal","Cartas".

6.5.CARACTERÍSTICAS DA LITERATURA JESUITICA:

- Temas religiosos e catequéticos;
- Descrição histórica dos santos;
- Textos simples escritos em forma de cartas e crônicas;
- Teatro e poesias simples e religiosas.

6.6.TEATRO E POESIA:

O teatro no Brasil foi iniciado pelos Jesuítas. Anchieta foi o ponto máximo no teatro e na poesia. O teatro era importante para chamar a atenção dos índios para a catequese. As principais obras são de Anchieta: "Na festa de São Lourenço","Auto da pregação universal".

Anchieta também se destaca na poesia. Seu principal trabalho é o poema à virgem: "De beata virgine dei Matre Maria", escrito na areia de Iperoíg quando prisioneiro dos Tamoios.

Também merece destaque Bento Teixeira. Foi o homem mais culto do nordeste antigo. Escreveu o poema "Prosopopéia", uma imitação de "Os Lusíadas" de Camões. O poema contém 94 estrofes e fala sobre os feitos de Jorge de Albuquerque, donatário da Capitania de Pernambuco. Longe está porém este autor do mestre português.


Autor: Henrique Araújo


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