Brasil e o Sistema de Cotas para Negros
Sabemos que os negros, não só no Brasil, mas em outras partes do mundo, foram cruelmente explorados pela escravidão, fazendo a riqueza de muitos brancos e nações como, por exemplo, Portugal. Mas, felizmente, esta história de escravidão ficou extinta no dia 13 de maio de 1888, quando a princesa Isabel assinou a lei que aboliu a escravidão no Brasil.
Sabemos, também, que com a libertação dos negros das senzalas, aquela liberdade tão sonhada tornou-se, para eles, um pesadelo, porque não tinham para onde ir nem como subsistir. O fim da escravatura não melhorou a condição social e econômica dos libertos. Sem estudos ou uma profissão definida, para a maioria deles a liberdade não mudou sua condição de subalterno nem ajudou a promover a sua cidadania ou condição social
Agora, passados 122 anos daquela condição desumana em que viveram, os negros de hoje vivem em condição de igualdade com os demais, garantida pela Constituição Federal onde em seu Art. 5º diz: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade", e ainda no Art. 6º diz: "São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados".
Não é novidade para ninguém que o ensino fundamental e médio nas escolas públicas brasileira é de qualidade lamentável e isso vale tanto para os negros, brancos, pardos e índios. Estão todos inseridos no mesmo contexto.
Quando vejo essa infeliz discussão, percebo como os próprios negros são racistas e se desvalorizam, pois participando desse processo de cotas, estão afirmando que são inferiores aos demais, o que não é verdade. O que diferencia o negro de um branco é apenas a cor da pele, pois o resto é tudo geneticamente igual e com o mesmo potencial, sendo eles, capazes de aprender, assimilar e transmitir os seus conhecimentos como qualquer outro ser humano.
O sistema de cotas para negros terem acesso à universidade é um sistema totalmente desigual e injusto com os demais candidatos, pois a mesma dificuldade que um negro tem em relação à qualidade do ensino público, os não negros também tem.
Daí faço uma grande interrogação: será que isso não poderá trazer um problema para a vida profissional de um negro, no futuro, quando ele poderá ser discriminado por esta condição, já que lhe foi cobrado a metade do conhecimento em relação a um não negro?
O que percebo é que falta muita sensibilidade e preparo para os nossos legisladores, pois o que deveriam de aprovar é "Cota Social", pois dessa maneira estaríamos pondo na balança a condição social de cada um e não, apenas, a cor do estudante.
Autor: Carlos Viana Rocha
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