No Silêncio, O Encontro



O silêncio da tarde invadia meu ser. De repente, da janela do quarto, olhei para fora e vislumbrei o imenso céu a me sorrir. Ouvi Deus me falar baixinho o quanto era importante para Ele. Contemplei Seus feitos... A Sua criação... Então, me vi pequenina em Seus braços fortes.

Quis chorar... Quis gritar... Também cantar de alegria, mesmo em meio a tanta dor que o momento me proporcionava: a dor para o crescimento.


A solidão, invadia então minh'alma e,  no silêncio da tarde, cerrei os olhos e sonhei que Jesus em seus braços me carregava. Toda a lembrança triste, do passado apagava, com Sua brandura e amor me perdoava, com Seu sangue me lavava e me purificava. Não bastasse tudo isso, ainda por cima me amava e de filha me chamava. 

Os olhos fechados, a alma mantinha-se em repouso, enquanto o coração num compasso ritmado, vagaroso e lento pulsava dentro do peito.


Pude então perceber, que não era sonho, mas a pura realidade do encontro...

Jesus ali estava presente: dava-me a mão, carregava-me no colo, quando meus passos não podiam continuar a jornada.

Com Sua delicada mão acariciava-me o rosto, enxugava-me as lágrimas, falava-me baixinho e me confortava – trazia-me, então, novo alento... Fazia-me nova criatura.

Chamava-me para segui-Lo e deixar para trás lembranças amargas do passado. As palavras mal faladas, mal conduzidas. As agressões proferidas ao léu; as flechas lançadas, infrutíferas.

Por um momento, quedei-me num convulsivo choro do arrependimento mas, Suas mãos suaves tocando meu semblante triste, enxugavam minhas lágrimas e um sopro, como brisa fresca da manhã,  adentrava meu peito.

Era Jesus que jamais me abandonara, e me recebia como filha, esquecendo que abandonara Sua presença para gozar das benesses que o mundo me oferecia.   

Assim, no silêncio da tarde, pude me encontrar com o Meu Senhor, aos Seus pés suplicar perdão e me colocar como serva, qual não fora minha surpresa, quando me veste com vestes reais, coloca-me um anel no dedo, faz-me calçar sandálias, para que eu tenha autoridade de pisar em cobras e escorpiões.

Assim, ao vislumbrar as vicissitudes por que passara, pude agradecer, pois, não fossem elas, jamais poderia testemunhar esse encontro real e verdadeiro com meu Salvador.


Autor: Inajá Martins de Almeida


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