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Ensino a Distância: Aliado ou Inimigo?

Conta-nos uma anedota que uma pessoa adormeceu em 1923 e quando acordou, no ano de 2010, viu que tudo havia mudado, menos a sala de aula. Penso que há injustiças em tal exemplo. Podemos perceber hoje, na maioria das escolas, uma inovação em material humano e físico, bem diferente do que víamos há 10 anos. Dentro do contexto de "Ensino inovador" podemos perceber até aulas virtuais. Imaginem, aulas pela televisão, internet! É a modalidade de Ensino a distância que vem conquistando um espaço muito amplo na sociedade contemporânea.

A Educação a distância surge, no Brasil, com a finalidade de um ensino que abranja um número maior de alunos e que dê uma acessibilidade ao conhecimento de forma eficaz. De acordo com Moran(2002) " Educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente.

Com o advento dessa modalidade, as preocupações surgem a respeito das formas utilizadas para efetivação do processo da aprendizagem.

O uso das tecnologias: televisão, vídeo, computador, e outros, possibilitaram a inovação nas atividades didáticas, contudo, essa distância provocou um certo "relachamento" nas ações que definem tradicionalmente o ensino.

Neste processo de aprendizagem, existem os papéisdo professor, tutor à distância ou presencial e o aluno. O professor, mediador do conhecimento, tem o papel tradicional de organizar o conteúdo, o tutor presencial e à distância, com papéis similares, mas não idênticos, auxiliam no processo ensino-aprendizagem como, etmologicamente conceituando, cuidando dos alunose o aluno, ator principal, se apropria do conhecimento da forma que lhe convém.

Mesmo diante de todo o aparato, as preocupações são muitas: a aprendizagem pode ser prejudicada com esse distanciamento, a falta de cobrança próxima coloca em dúvida a real aprendizagem, a busca rápida e mais prática pelo certificado se sobrepõe à identificação com os cursos. A busca das instituições particulares por "clientes" fazem-nas oferecer "benefícios" aos alunos.

Podemos perceber sim uma universalização do ensino, um aumento significativo de cidadãos cursando o 3º grau, entretanto o que está em jogo não é mais à acessibilidade, mais sim a qualidade na formação do Ensino Superior no Brasil. Diante de tal fato, são necessários o julgamento e análise dos cursos oferecidos, da metodologia utilizada, da instituição em si, pois temos a possibilidade de escolher. A decisão será sempre sua e na hora de fazer a opção lembre-se de que bons alunos nunca se deixarão enganar, não fingirão que aprendem, enquanto a faculdade finge que ensina.

Márcia Dias dos Santos  Professora de Língua Portuguesa da rede Estadual e Municipal de Nova Mamoré e Mestranda em Ciências da Linguagem  UNIR, Guajará-Mirim.

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