DO LIBERALISMO AO NEOLIBERALISMO



O livro do Liberalismo ao Neoliberalismo foi escrito por Francisco Uribam Xavier de Holanda graduado em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará (1991), mestrado em Sociologia do Desenvolvimento pela Universidade Federal do Ceará (1995) e doutorado em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (2003). Atualmente é professor adjunto III da Universidade Federal do Ceará., atuando principalmente nos seguintes temas: democracia, teoria política, desenvolvimento rural, , neo-liberalismo, e capital social.

Ele inicia a obra citando a individualidade do homem, que é resultado das peculiaridades sociais e das múltiplas determinações que passa a ser submetida à sociedade. Fala também que isto resulta dos avanços capitalistas, e para chegar este ponto ele percorre fases como o feudalismo e a chegada do mercantilismo, aonde ele interfere dizendo que o método mercantilista não é uma doutrina econômica, porém um conjunto de praticas em que os chefes de Estados europeus dominam, seria o intervencionismo do Estado na economia.

O surgimento do capitalismo em meados dos séculos XVII uma nova cultura aflorava em que o individualismo e o egoísmo eram os principais motivadores do homem. Para dizer isto Francisco se fundamenta na teoria do homo oeconomicus, ou seja, o desejo do homem não está nas coisas e nem em um ser superior, chamado por muitos de Deus, mas no próprio homem.

Em tão ele continua discorrendo sobre o homem, agora homem enquanto o Estado, para isto ele faz menção das idéias de Hobbs, ele mostra que nesta nova ideologia, o poder do Estado deve ser pleno e ilimitado, ele não esta sujeito à lei, ele próprio se faz lei, ele será a autoridade religiosa.
No liberalismo para as regras continuassem foi necessário uma constituição, seria o poder legislativo, o que para Locke seria um dever político de governar por meio de leis decretadas, objetivando o bem do povo, já que o poder deriva do povo.

Na economia estaria presente o direito da propriedade privada em que todos os indivíduos estariam no direito de fundar uma empresa e vender e lucrar, a todos os trabalhadores teria o direito de vender a sua força de trabalho em troca de um salário.

O liberalismo teria no século XIX, uma etapa bastante turbulenta, estaria enfrentando conflitos entre os países. Diante desta crise surgiu uma nova ideologia, seria o Socialismo, eles viam o liberalismo como uma doutrina burguesa que escondia as relações dominantes, o Estado era o setor domínio, pois era ele quem gerenciava os interesses da burguesia. Para os socialistas a solução estaria na destruição do Estado e com a socialização dos meios de produção, uma divisão em partes iguais seria mais justo e caminharia para uma igualdade.

Com o advento do capitalismo, a indústria tecnologia cresceu bastante e isto gerava uma grande divisão social, era esta divisão que os socialistas combatiam. Para Francisco o surgimento do imperialismo se deu no momento em a produção cresceu e se viram obrigados a expandirem pelos países da África, da Ásia e America Latina.

Com relação à democracia a única democracia compatível com o Estado era a democracia representativa. Em contra partida para os socialistas esta democracia era insuficiente para a emancipação humana, para eles era preciso sair do autogoverno para a autogestão .

O homem no liberalismo é levado por preços, para combater esta idéia surgiram os neoliberais no inicio do século XX, eles buscavam visualizar o homem como um ser de necessidades e desejos através das escolhas. Ele como um indivíduo de desejos é também um ser social, enquanto que nas crenças liberais o homem era movido a capital, no neoliberal ele será tido como um ser social.

Quanto à economia consistia em coordenar as atividades econômicas, seria um mercado baseado na divisão de mercado, nele o individuo teria que se integrar dentro do sistema de cooperação.

No neoliberalismo política e economia andam intercaladas, sendo que a economia é tratada como um fim em si mesmo para obtenção da liberdade política. E para se manter esta economia é necessário um poder total, ele deve usar o poder para evitar que as pessoas desestruturem a economia. Ou seja, cabe ao estado impregnar a ordem.

Os neoliberais defendem que a economia dos mais ricos deve se usurpada para suprir a necessidade dos mais pobres. Seria o princípio utilizado pelos intervencionistas.

Francisco Ubiram prossegue falando das idéias neoliberais, agora ele trata da questão da pobreza, para eles pobreza só diz respeito a quem não tem condição de cuidar de si próprio. O que gera a desigualdade e o abuso de riquezas utilizadas por poucos.

Defendem a segurança a todos os membros da sociedade, todos devem ter a mesma segurança econômica. Para eles a base econômica fundamentada na competição produz uma insegurança econômica, q resulta na procriação da desigualdade social.

Define Francisco o neoliberalismo como uma utopia que subordina todo e qualquer tipo de liberdade à liberdade econômica. Falhando ao pensar que o Estado sobrevive sem economia.

No Brasil o liberalismo foi pensado de forma muito pessoal, embora fosse assimilada do mercado europeu, aqui se buscava não apenas a liberdade econômica, mas também uma liberdade pessoal. Define-se o liberalismo como propagador do individualismo, esta propagação não teve vez aqui, pois o liberalismo agiu em conjunto para a libertação do homem como um todo. Buscavam aqui no Brasil a diminuição do poder imperial, e a total participação do povo no governo.

Na terceira parte da obra é falado do Brasil como país e as idéias liberais, do inicio do império enquanto o Brasil ainda era agrícola ate sua total chegada na industrialização.

Um livro bem dividido, onde o autor buscou através de uma linguagem simples comparar as déias liberais e as neoliberais. Para isto buscou varias citações que trouxeram a sua escrita um maior enriquecimento. Ele tentou buscar a neutralidade da obra, deixando ao leitor apenas o conhecimento das duas ideologias, poucas vezes foi emitida a sua defesa em relação a um dos componentes ideológicos.

Autor: Talita Barbosa Ramos


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