Presença de negros em fazendas do sertão de Pernambuco



Presença de Negros Escravos em Fazendas do Sertão de Pernambuco
Com a Lei 10.693/2003 que inclui estudos afrobrasileiros no currículo nacional, visando transmitir aos alunos do Ensino Básico e Médio a História da África e do Brasil Negro, passou-se a questionar: porque a linguagem e principalmente a história, detentora dos dados durante tanto tempo, não conseguiu enxergar o negro como etnia importante na formação do povo brasileiro? E, po quê, nas poucas vezes quando esse se tornava visível era com estigma de inferioridade? Se a África é o berço da humanidade e se os ancestrais de homens e mulheres do mundo todo vieram da África, como se pode corrigir as injustiças históricas em relação a essa etnia? Mesmo sem abordar a questão da escravidão, quais as dificuldades que impedem a inclusão e o pleno exercício da cidadania dos afrodescentes no Brasil? Sobre essas questões, Kabengele Munanga (2009) traz informações importantes em relação à exploração e a dominação brutal às quais foram submetidos os africanos, que naquele contexto, exigia considerá-los rudes. Com que finalidade ? A de justificar e legitimar a violência e a humilhação dos trabalhos forçados? Seria negando a esse grupo a dignidade de fazer parte da humanidade?
A literatura existente sobre a presença de negros no sertão de Pernambuco apresenta como focos da escravidão no periodo de colonização nas regiões caracterizadas como de domínio da Casa da Torre da família D?Àvila, especialmente as que corresponde às areas de Cabrobó, Santa Maria da Boa Vista, Carnaíba, Floresta, Itacuruba, Salgueiro, Mirandiba, São José do Belmonte, Belém do São Francisco, Parnamirim, Terra Nova, Ouricuri, Bodocó, Orocó, Exu, Lagoa Grande e Petrolina. Essas e outras areas de Pernambuco, atualmente estão sendo analisadas para efeito de reparar um erro historico com os negros que tanto contribuiram para a colonização da região. Essas areas estão sendo reinvindicadas ao governo brasileiro pelos remanescentes quilombolas, do mesmo modo que as terras indígenas estão sendo gradualmente demarcadas e devolvidas. Se os os índios estão conseguindo a demarcação de suas terras e os descendentes de judeus (cristãos novos) merecem conseguir o espaço que lhe foi negado na história por tantos anos, por que não devolver também a vez e a voz ao negro nessa sociedade desigual, que embora invísivel por tanto tempo, a própria Constituição Federal exige que se torne visível o diferente e que se torne igual o marginalizado ou que seja reconhecido o direito à igualdade a todos independe de etnia, filosofia, política opu crença.


Autor: Djalmira Sá Almeida


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