O ARCAÍSMO COMO PROJETO



RESENHA DO LIVRO DE JOÃO FRAGOSO E MANOLO FLORENTINO

O ARCAÍSMO COMO PROJETO


Na obra O Arcadísmo como projeto, de João Frangoso e Manolo Florentino professores da UFRJ, destacam o tráfico de escravos e sua centralização na economia brasileira. Frangoso e Florentino assumem uma postura de mediadores entre duas correntes que explicam como se deu a penetração da economia brasileira. Para isto, foi usadas bases históricas diferenciadas.

Muitos históriadores defendem que o Brasil teve uma economia inicial manipulada por Portugal, onde o Brasil como terra submissa a Metrópole teria que se subjugar às ordens Portuguesas. Esta mesma corrente de pensamento foi iniciada pelo historiador Caio Prado. Foi ele quem rompeu com a teoria dos Ciclos, Celso Furtado e Fernando de Novais deram continuidade ao seus pensamentos. Seria a chamada escola do sentido da colonização.

As bases de pensamento histórico defendidas por esta corrente é de um Brasil unicamente dependete de Portugal, uma dependência economica e social. Como se o Brasil fosse propriedade exclusiva Portuguesa e devido a isto suas relações econômicas se dariam diretamente com a terra mãe. Fazem uma junção entre o plantation, o latinfúndio e a mão de obra escrava. Esta aliança formaria a economia agroexportadora.

Para Caio Prado e seus seguidores a colônia tinha uma elite hierarquizada que era totalmente exposta a vontade de Portugal e seria incapaz de formar grupos internos que comercializasse entre a própria colônia, formando uma economia local. Vale salientar que Caio Prado , Celso Furtado e Fernando de Novais, até admitem que o Brasil tinha uma economia interna, mas que sua produção era unicamente agroexportadora.

Era uma relação que geraria lucro apenas para a Metrópole, onde era engendrada uma fonte de lucro total , submetendo a colônia aos seus ditames. Para a escola do sentido da colonização, a função da colônia era emitir matérias primas unicamente para a Metrópole a preços baixos, estas matérias primas eram transformadas em objetos que deveriam ser vendidos para as colônias a preços elevados.

A outra corrente de pensamento citada na obra O Arcaímos como projeto, foi criada nos anos setenta, tendo explicações antagônicas em relação a escola do sentido da colonização, representada pelos hsitoriadores: Ciro Cardoso e Jacob Gorender, onde, apontaram para o "modo de produção escravista colonial '. Para eles o escravismo comercial gerou lucros internos , estruturando a economia local.

Eles não descartam a agroexportação como fonte de lucro, mas veem a exportação e o tráfico negreiro atreladas à base de sustentaibilidade econômica no Brasil colônia. Uma terra que viabilizava outros meios de capital.

A leitura desta obra possibilita conhecer variadas formas da historiografia brasileira, pois os autores fazem paralelos entre diferentes visões da formação histórica da nossa pátria. Isto nos mostra que a história é dinâmica, Pode ver um Brasil totalmente refém da coroa portuguesa, ou um Brasil refém , mas ousado em suas atitudes para se ver livre da pressão econômica.

O certo é que o Brasil foi sim manipulado por uma corte, e por uma elite aristocrática, que detinham a economia local impedindo uma formação coesa na economia do Brasil. Ainda hoje, vemos um Brasil herdeiro deste poder sofista, que empobrece a sua gente tornando-as refém dentro da própria pátria. Um modelo arcáico de governar e administrar uma nação tão linda.

Autor: Talita Barbosa Ramos


Artigos Relacionados


O Antigo Regime Colonial: A Formação Da Sociedade Brasileira (séculos Xvi - Xviii)

FormaÇÃo E OrganizaÇÃo EconÔmica Da Capitania De Pernambuco Do SÉculo Xvi

Dificuldades Para A Implementação Do Modelo Federalista No Caso Brasileiro

O Projeto Pombalino Para A AmazÔnia E A "doutrina Do Índio-cidadÃo

Sincretismo – Legado Africano Na Cultura Brasileira

Genuinamente Brasileira

América Portuguesa: Pacto Colonial E Relação Metrópole E Colônia