Evasão Escolar Na Eja, Uma Triste Realidade Da Eeefm Francisco Augusto Campos



Evasão escolar na EJA, uma triste realidade da

EEEFM Francisco Augusto Campos


Cleberson Vieira de Araújo

Licenciatura plena em História – UFCG,

Especialização em PROEJA – UFPB ( em curso ) e

Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial – CEFET PB ( em Curso).

RESUMO

Ao longo da história, uma modalidade de ensino seria esquecida pelos órgãos governamentais e assim sendo, seria posta à margem da sociedade. Este trabalho tem por objetivo destacar motivos e apresentar possíveis soluções no intuito de barrar ou mesmo amenizar o grave problema da evasão na EEEFM Francisco Augusto Campos. A partir de um questionamento e da análise de artigos e livros referentes à temática da evasão é que investigamos as causas deste problema na escola em questão que apresenta elevado número de abandono, e que tentamos mostrar neste trabalho.

PALAVRAS CHAVE: Educação de Jovens e Adultos, Ensino – aprendizagem,   Evasão

INTRODUÇÃO

O tema em questão trata de um problema presente em todas as escolas e com mais intensidade nas escolas que oferecem a modalidade de jovens e adultos.

Analisar os problemas e apresentar possíveis soluções baseando-se nas idéias de pensadores da educação como o escritor Paulo Freire, é nosso objetivo, para assim desenvolver idéias capazes de alterar ou mesmo amenizar problemas da escola como o da evasão escolar.

Um grande número de desistentes em uma escola expõe para toda a comunidade uma série de problemas que o educandário apresenta tais como, falta de verbas para ampliar a precária estrutura lá existente, baixa remuneração do corpo docente e falta de motivação da classe estudantil, e só analisando e entendendo esses problemas é que encontraremos as raízes da evasão escolar, para assim podermos combatê-la de forma eficiente.

Com este trabalho, trazemos a tona problemas da escola e alguns motivos que fazem com que esses problemas venham a existir e como o aluno é diretamente afetado,fazendo-o evadir-se do ambiente escolar.

Para responder os nossos questionamentos, nos valeremos de autores que escrevem sobre o tema, tais como Paulo Freire e Moacir Gadote, na certeza de que nos darão subsídios que possam fundamentar consistentemente este trabalho.

Evasão escolar na EJA, uma triste realidade da  EEEFM Francisco Augusto Campos

O tema da evasão escolar é um assunto abordado por vários autores e em várias obras, a exemplo de Paulo Freire e Moacir Gadote.

Porém, é na EJA que vemos os números mais alarmantes desse fenômeno o que pode ser observado na EEEFM Francisco Augusto Campos, onde em dados do ano letivo de 2007, temos uma evasão chegando a quase 50% dos alunos inscritos na EJA.

A EJA vem ganhando alunos em todo o Brasil, conforme a reportagem da revista Nova Escola on–line, de novembro de 2003 que, " (...) já são mais de 4,2 milhões de alunos em todo o país". Com isso, vemos que esse não é um projeto simples ou de iniciativa unicamente do Brasil, pois existe uma grande pressão interna e externa buscando incessantemente a erradicação do analfabetismo.

O Brasil precisa apresentar números apreciáveis de alunos que freqüentam a escola, poderíamos portanto nesse instante destacar um dos problemas da EJA, "os números", muitas vezes fictícios ou tão somente fantasias com professores despreparados, alunos desestimulados, livros de conteúdo questionável e escolas sem a mínima estrutura física, com isso podemos imaginar o que se reserva a essa categoria ...

Também podemos destacar como fator inquestionável e determinante para o abandono da escola, a forma como os assuntos são abordados na sala de aula o que evidencia o despreparo da escola e do professor ao receber o aluno e, ainda,  uma forte distorção ronda a escola, como afirma ILLICH em texto publicado na obra de Moacir Gadote.

" O aluno é (...) "escolarizado", a confundir ensino com aprendizagem, obtenção de graus com educação, diploma com competência, fluência no falar com capacidade de dizer algo novo." (GADOTE, p. 296, 2003)

O debate é longo e repousa sobre o velho dilema que aflige a  educação brasileira surgindo assim as perguntas: Qual a educação que temos? Qual a educação que queremos para a EJA?

Paulo Freire diz em seu livro  " A Pedagogia do Oprimido " que não há nada melhor para o desenvolvimento dos alunos, que o respeito aos conhecimentos com os quais o aluno já chega ao adentrar a escola, sendo o dever do professor e mesmo da instituição o de instigar para que esses conhecimentos sejam ampliados e até mesmo melhor, entendidos em um contexto amplo.

Portanto, a escola não é o único lugar onde o aluno adquire conhecimento, e ainda há questionamentos que afirmam ter a escola uma estrutura de leis e toda uma programação que não permite o desenvolvimento do aluno a seu tempo e assim não permitindo  que o aluno venha a desenvolver suas habilidades, como afirma ILLICH:

" A maior parte da aprendizagem ocorre casualmente e, mesmo, a maior parte da aprendizagem intencional não é resultado de uma instrução programada. (...) A escola é ineficiente no ensino das habilidades, principalmente porque é curricular " ( GADOTE p. 298, 2003 )

É fato que cada aluno tem suas peculiaridades e quando se trata dos alunos da EJA tal é nosso espanto ao nos depararmos com aquele aluno rico em conhecimentos, pois " o ser humano é um ser ao mesmo tempo singular e múltiplo. Dissemos que todo ser humano, tal como o ponto de um holograma, traz em si o cosmo" (MORIN, p. 57, 2003).

Uma outra questão que preocupa o professor da EJA é sobre qual seria a forma correta de avaliar esse aluno, evidenciando as peculiaridades desse público impõe,  pois:

" (...) cabe ao professor reconhecer as diferenças na capacidade de aprender dos alunos, para poder ajuda-los a superar suas dificuldades e avançar na aprendizagem"

( HOYDT, p. 07, 2004).

Sendo assim a avaliação que antes associada a nota tão somente quantitativa, hoje assume um novo paradigma visando mais a qualidade do aluno.

Dessa forma a nova LDB de 2000 definiu os objetivos da EJA, dando direitos a esses excluídos do ambiente escolar, o retorno à escola para lhes proporcionar um ambiente agradável e propício, pronto para garantir que esse aluno não mais a abandone. E assim, para que a dívida com os jovens e adultos seja reconhecida, é preciso que este reconhecimento traga também à consciência de que enquanto não se investir na qualidade da educação e nos professores, os problemas de evasão, repetência, exclusão e tantos outros continuarão existindo e a escola continuará, cada vez mais, a se afastar da sua real missão que vai muito além de ensinar a ler e escrever.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tema abordado nesse trabalho é amplo e exige uma pesquisa apurada no ambiente escolar e ainda uma pesquisa bibliográfica significativa, e essa temática será explorada em maior dimensão em um trabalho monográfico cuja pesquisa está em andamento.

REFERÊNCIAS

- http://novaescola.abril.com.br/ed/167_nov03/html/encarte.htm, acesso em 25 de outubro de 2007, 20 horas e 30 minutos.

- HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do processo ensino-aprendizagem . Ed. Ática – 6ª edição: São Paulo: SP. 2004.

- MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários a educação do futuro/Edgar Morin. Tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeane Sawaya. Revisão técnica de Edgard de Assis Carvalho – 8ª edição – São Paulo: Cortez, Brasília: UNESCO, 2003.

-  FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

- GADOTE, Moacir. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS. Editora Ática – 8ª edição, São Paulo – SP: 2003.


Autor: Cleberson Vieira de Araújo


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