PEDAGOGIA DO SÉCULO XXI: MÍDIAS



Adriana Santos dos Santos
Jeane Oliveira da Costa

RESUMO: As mudanças ocorridas no presente milênio foram influenciadas pelo uso das tecnologias. Consequentemente a comunidade escolar tem que acompanhar o desenvolvimento da sociedade, surgindo assim o interesse em abordar de forma dinâmica e reflexiva o tema desse artigo, uma vez que se procura despertar no educando e principalmente no educador, a importância de se equilibrar e ampliar os conteúdos utilizando as ferramentas que se encontram disponíveis a maioria da população. Portanto o objetivo deste artigo é: refletir sobre a prática docente, e o processo de ensino aprendizagem, e inserir a escola de forma consciente na era tecnológica, não utilizando o computador apenas como uma máquina de escrever, mas como um acesso rápido ao conhecimento, através da internet ou das variadas multimídias que nos circundam. Uma vez que informática educativa nada tem a ver com aulas de computação. A nova prática pedagógica designada por Morin é de "aprender a aprender", "aprender a refletir" e "aprender a pensar". E deve estar inserido em todos os currículos das escolas públicas ou particulares.

Palavras-chave: Modernidade. Internet. Educação.

INTRODUÇÃO

O presente artigo é uma solicitação da disciplina de Metodologia Científica, para a prática do professor em sala de aula mediante as variáveis transformações que sucedem os diversos âmbitos da sociedade mundial.
Este trabalho segue a linha de pensamento de Kullok (2000), que parte do pressuposto de "investir na formação do professor para que possamos alcançar outro patamar educacional". Baseia-se também nas ideias de Tajra (2003), quando afirma que "o educador está sempre aprendendo; ele passa a assumir um papel de pesquisador que está sempre em processo de mudança e de aquisição de novos estágios do saber".
Kullok e Tajra seguem o mesmo eixo temático uma vez que tentam alertar professores para que se tornem pesquisadores, e nunca se acomodem, ou sintam-se encapasses de se adequar ao mundo moderno. Ao educando que se sinta parte fundamental no processo de ensino aprendizagem, e não um mero expectador. E principalmente ao poder público, da necessidade de reger novas leis que possam amparar os professores, de forma que estejam todos inseridos nesta nova visão ou modalidade de ensino, aprimorando seus conhecimentos para que tenham domínio de conteúdo, não se restringindo aos livros e outros materiais didáticos, mais de maneira inclusa no mundo informatizado e tecnológico que se encontram.
A educação no Brasil foi desvinculada do seu real objetivo, sabendo que em diversas vezes, a educação exerceu a função de ampliar o poderio dos governantes que a todo custo usavam a escola como arma para deter a hegemonia do país, através dos conteúdos que suprissem as expectativas e interesses dos mesmos. Isso sem esquecer o longo período de 20 anos de ditadura, que obscureceu nossa vida cultural, silenciando os intelectuais e artistas e intimidando professores e alunos.
Por muito tempo cultivou-se a ideia de que o professor deve facilitar a aprendizagem do aluno ao máximo. Segundo um conceito tradicional a criança não está apta a aprender o complexo mundo exterior, competindo ao adulto, o papel de definir o que a criança deve ou não aprender e principalmente como deve fazer. Na escola não é diferente, uma vez que o ensino ainda encontra-se alienado a pedagogia tradicional, onde o conhecimento tem por finalidade facilitar a memorização por parte do aluno, sendo este os estágios máximos, que o aluno pode alcançar, segundo a lógica predestinada do professor.
Nestas escolas a metodologia frequentemente se define nas aulas expositivas, seguindo uma sequência fixa, enfatizando a repetição de exercícios e exigindo a memorização do tema abordado. Em suma, nunca é considerado o que a criança aprende fora da escola. Os únicos recursos didáticos além do livro são o quadro e mais arcaicamente a cartilha que simbolizam de forma clara, a precariedade dessa fase ainda inclusa em várias escolas no século XXI.
Portanto a avaliação obtida nas escolas tradicionais se traduz em: desenvolver no aluno o ato de reproduzir o que o professor lhe ensina, exatamente como o professor lhe ensinou, desenvolvendo assim um pensamento que compete ao professor não ao aluno. Consequentemente o professor só poderá ser considerado um bom professor se obtiver uma boa nota por parte dos alunos. Resumindo, a aprendizagem, o ensino tanto do aluno quanto do professor baseia-se no mero fato de decorar o que foi ensinado.
Vasconcelos (1995, p. 21), afirma que:

O aluno recebe tudo pronto, não problematiza, não é solicitado a fazer relação com aquilo que já conhece ou questionar a lógica interna do que esta recebendo e acaba se acomodando. A prática tradicional é caracterizada pelo ensino ?blá-blá-blante?, salivante, sem sentido para o educador, meramente transmissora, passiva, a - crítica, desvinculada da realidade, desconectada.

Todavia a pedagogia tradicional necessita de mudanças. A principal mudança parte do pressuposto básico de que o ensino concebido pela maioria dos professores permanece na ilusão de que o educador é detentor único do saber, e o aluno uma máquina que apenas memoriza e repete um conhecimento pronto e acabado.

CONTEXTUALIZACÃO

As diversas opressões ocorridas no período de regime militar agravaram e prolongaram a difusão da escola tradicional. Porém no final da década de 70, vários pedagogos e filósofos passaram a rever a educação brasileira dando início a várias teorias, dentre as quais se destacou a Pedagogia Histórico-Crítica, que teve como idealizador Dermeval Saviani (1944). A tarefa da pedagogia histórico-crítica se insere na tentativa de reverter o quadro de desorganização sofrida pela escola e o descontentamento e insatisfação por parte dos professores, que almejavam melhores salários e condições dignas de exercer a profissão.
Para Saviani não se trata de transmitir um saber acabado, à semelhança da escola tradicional, e sim de construir um saber elaborado com a participação efetiva do aluno ou da criança se esta não está inserida no contexto escolar.
Na Pedagogia Tradicional, a escola é vista como principal fonte de informação, de transformação cultural e ideológica na comunidade escolar, respondendo aos interesses da burguesia como classe dominante. O sistema educacional é extremamente rígido, contendo uma grande quantidade de informações, tratadas de forma descontextualizada da realidade vivenciada pelo aluno, visando a memorização e não a aprendizagem em si.
Com a chegada do novo milênio o capitalismo se propagou de forma rápida e excludente. O mundo se deparou com as múltiplas faces de um processo contínuo, onde quem se sobrepõe é aquele que detém o maior poder aquisitivo, acarretando em diversas desigualdades sociais e principalmente financeiras. No entanto a sociedade evoluiu quebrando vários paradigmas e tabus, bem como preconceitos. As mudanças ocorridas no decorrer das décadas transformaram o modo de pensar e agir de grande parte da sociedade. A maior responsável por tais mudanças denomina-se tecnologia que caracteriza a sociedade do século XXI.
Esta sociedade é caracterizada como a sociedade da informação e do conhecimento. As mudanças ocorrem de forma veloz e para nela estar incluída faz-se necessário que as pessoas estejam capacitadas para exercer à dinâmica do mundo moderno. Diante disso, mudança é considerada a palavra de ordem neste novo século, e a escola deve se adequar a ela, uma vez que exerce enorme influência na sociedade.
Hoje estamos cientes do impacto que as tecnologias causaram em toda sociedade mundial, deste modo à chegada das tecnologias no ambiente escolar, paulatinamente provoca uma mudança de paradigmas. Todavia, a escola tradicional, ainda exerce um poder significativo na maioria das escolas, no qual o professor fala, o aluno escuta, o professor manda e o aluno obedece. Com a chegada da era digital essa figura do professor e deslocada para mediador do conhecimento, um facilitador da aprendizagem. Porém para que isso ocorra de maneira pouco tardia o professor não deve ter medo da crescente autonomia do aluno, sabendo que alguns professores temem serem substituídos pelas máquinas. Na verdade é o professor quem vai dinamizar este novo processo de ensino-aprendizagem por intermédio do computador, que nada mais é do que uma ferramenta de ensino. E o aluno deve explorar ao máximo com criatividade suas potencialidades se envolvendo de forma efetiva na aprendizagem.
Para que esse quadro possivelmente, seja modificado acerca dos métodos de ensino-aprendizagem, um novo paradigma é apresentado, segundo este o ensino segue uma nova ordem, de desenvolver o aprender a aprender.
Este novo procedimento exige um novo modelo de professor, que não poderá mais ser aquele professor firmado na autoridade do cargo, mas um professor com uma nova visão do ato de ensinar, tornando-se um professor pesquisador, disposto a aprender, resultando num processo de construção do saber.
Para Kullok (2000):

O fato é que a educação do século XXI, além de transmitir informações, tem que formar um cidadão que saiba transformar essas informações em conhecimento, em ação, e desenvolver habilidades e competências que o capacite a lidar com o ?oceano de informações?, com as rápidas transformações nos modos de produção, e instrumentalizá-lo a realizar um projeto de vida e de sociedade.

De fato com o dinamismo da sociedade, as tecnologias ocupam um lugar de destaque no cotidiano das pessoas, pois são informações recebidas 24 horas por dia, através de instrumentos de comunicação que estão disponíveis as mais baixas classes sociais, a exemplo a TV, o rádio, revistas e jornais. E as crianças estão sujeitas a grande parte dessas informações. A maioria das mídias exerce uma forte influência sobre a criança, a exemplo à televisão que agrega vários conteúdos e informações que chamam a atenção da criança, que por natureza tem uma curiosidade aguçada, e vai à busca de responde-lás.
O computador pode fazer isso, pois é um mundo pelo qual não só crianças como adolescentes e adultos sentem-se atraídos e fascinados, pela quantidade de temas ou pela facilidade e rapidez que o acompanham se referido a internet que ocupa um lugar de destaque entre as demais, características essenciais ao mundo veloz que nos encontramos. Contudo o uso do computador nas escolas vem crescendo, à medida que os alunos e professores são inseridos neste novo e complexo contexto de educação.
Tajra (2003, p.20) afirma que:

A internet como mídia e a que mais crescem nos últimos anos e tende a ser a mídia mais popular em médio prazo, tem uma característica ampla de possibilitar diversos tipos de comunicação e interações entre culturas, de forma bastante enriquecedora [...]

Esta é a importância de que políticas públicas sejam elaboradas e ofertadas as escolas para que disponibilizem aos professores meios pelos quais possam estar capacitados para atender esse novo público de alunos informatizados. Os educadores devem possuir um novo perfil profissional para século XXI, e seu desafio é reaprender a aprender, compreender que não é mais a única fonte de informação, sabendo que o aluno é parte fundamental do ensino e não um mero expectador da escola e da sociedade excludente da qual está inserido.
A integração das novas mídias no âmbito escolar se dá como uma evolução natural, tanto para a informação quanto para a comunicação. Porém a prática pedagógica é fundamental para o uso dessas tecnologias, nos remetendo a um novo desafio: de usá-las para novas transformações.
Nesta linha de pensamento Papert (1994) afirma que "aquilo que é aprendido pelo esforço próprio da criança tem mais significado para ela e se adapta melhor as suas estruturas mentais". Uma vez que o processo de aprendizagem requer, para as informações novas, uma estrutura anterior que permitam que estas possam ser melhores assinaladas pela criança. Nesta filosofia não enquadra a aprendizagem passiva, caracterizada apenas pela absorção de informações. O mais importante é a observação e a investigação no processo de indução do aluno, levando este a desenvolver o verdadeiro processo da descoberta.
Levando em consideração que essas transformações necessitam ter início no pré-escolar, onde as crianças dessa faixa etária utilizam diversas mídias, contribuindo decisivamente para o desenvolvimento das capacidades de observação, reflexão, cordenação psico-motora, ou para o despertar dos sentidos, já que as potencialidades da multimídia reúnem simultaneamente a imagem, a cor, o som, enfim os efeitos audiovisuais, que exercem um poder de deslumbre, sobre a criança. Portanto as mídias só podem servir de acesso ao conhecimento se forem integradas dentro ou fora da escola seguindo uma metodologia específica para a compreensão do aluno, bem como do professor.
Dessa forma a tecnologia deve estar sempre a serviço da humanidade e não ao contrário. As práticas pedagógicas que empregam essas tecnologias de forma planejada permitem que o aluno desenvolva autonomia, fundamental para um mundo cada vez mais pleiteado, ou seja, cada vez mais concorrido, tanto dentro como principalmente fora da sala de aula.
Com o advento da informática é comum falar de inclusão digital e de como a informática contribui para o aprendizado das crianças.
Tajra (2001) expõe em seu livro, A Informática na Educação, a importância da mesma para o século XXI, refere-se à ela como, um novo paradigma educacional, e para que ocorra qualquer mudança, necessita-se que se inicie num processo interno de sensibilização para uma nova realidade. Questiona ainda o fato dos professores não se sensibilizarem quanto ao uso da informática na área educacional, uma vez que os demais profissionais das diversas áreas do conhecimento já utilizam a informática como instrumento auxiliar em seus trabalhos.
Os computadores são multifuncionais e acompanham o mundo em que vivemos quantas coisas podemos fazer, ensinar e aprender sem sair de casa ou da escola, através do computador. Com todas essas facilidades e inovações que a informática propõe, é importante ressaltar que a maior parte dos empregos que surgirão ou já existem, de alguma forma utilizam novas tecnologias de informação e comunicação.
É fato que estamos vivendo um período revolucionário tanto dos computadores quanto nas áreas de telecomunicações, como a TV digital em funcionamento há pouco tempo (2008). As mudanças estão ocorrendo em todas as áreas, culturais, religiões, sociais, econômicas e outros. A evolução tecnológica é tão grandiosa e fascinante que nos leva a muitas discussões, entre elas a capacitação do profissional que atua na educação, pois, é só este que pode conduzir os alunos, a nova visão de mundo. Portanto um dos fatores para o sucesso na utilização da informática na educação é a capacitação dos professores perante essa nova realidade.
Ao falar em educação no século XXI, não se pode esquecer a educação à distância, a qual recebeu uma credibilidade notável neste século, em comparação a sua repercussão em décadas anteriores. Hoje muitos educadores preocupados com sua formação continuada, optam por cursos a distância, por várias vezes leva em consideração sua disponibilidade, uma vez que as instituições de ensino à distância, oferecem aulas nos finais de semana.
O contexto dos cursos a distância está inserido no processo de organização do ensino-aprendizagem online. Um processo complexo se comparado ao ensino presencial. A junção das tecnologias de informação e comunicação no meio educacional tem favorecido o desenvolvimento acadêmico que envolve ações interativas buscando iniciativa e autonomia do mesmo. Porém neste contexto abre-se uma discussão para o lugar da afetividade, entre o docente e o acadêmico e de que forma a afetividade se manifesta na educação à distância.
É preciso repensar o compromisso do educador, frente a esse novo contexto. Este deve estar preparado e fundamentado em teorias de aprendizagem para a educação no século XXI, assim como saber fazer uso de ferramentas computacionais na educação online, a fim de quebrar barreiras, como a distância e propiciar um envolvimento afetivo com quem esta participando na construção do conhecimento.
Medeiros (2001) considera de maior importância nos cursos à distância, fatores como a acessibilidade, a possibilidade de acesso ao aluno; endereçabilidade à condição de chegar aos locais e pessoas, considerando as dificuldades de transmissão, recebimento de dados e imagens e sons, e da mesma forma, recebê-los com qualidade, no que inclui a velocidade e interatividade. Esses fatores são importantes, pois são necessários para uma educação de qualidade, levando em consideração à distância.
No século XX, valorizava-se ainda a sala de aula convencional para a construção do conhecimento. As videoconferências eram utilizadas mais com fins empresariais, é só a partir do século XXI, que a educação vem apropriar-se de fato desse recurso. A interação em tempo real é o que mais chama a atenção das pessoas que buscam essa forma de aprendizagem.
As ferramentas de comunicação (correio eletrônico, bate papo...), se tornaram fortes ferramentas de aprendizagem, pois possibilitam que os alunos de todo país se conheçam; exponham suas ideias; troquem informações; interajam com os colegas; professores e monitores. Porém em pleno século XXI, há quem ainda tenha receio em manusear ferramentas tecnológicas como diz Christmann (2004).

Na educação à distância, é possível verificar o medo de muitas pessoas de se relacionarem com o mundo da informática. São tantas inovações que muitas vezes assustam. Entretanto, é preciso pensar nas construções possíveis de serem realizadas, através deste meio diferenciado e inovador, e de que forma podemos torná-las aprendizagens eficientes e significativas.

Mas a questão é como demonstrar afetividade através de uma educação à distância? Como fazer, no momento em que há pessoas do Brasil inteiro? Será possível que o afeto se manifeste nesse meio?
Segundo Christmann (2004) há modelos de interação positivas através de ferramentas de comunicação deste ambiente que possibilita a construção de um espaço de afetividade entre equipe, educadores e educando.

Quando estamos em contato presencial com um sujeito, conseguimos através de suas expressões corporais e faciais, identificar alguns de seus medos, anseios e desejos. A expressão facial nos diz muito, e, muitas vezes, é através dessas situações que utilizamos o afeto como meio de nos aproximarmos do sujeito aprendente. O afeto é uma manifestação que utilizamos inconscientemente sem que na maioria das vezes percebamos a profundidade desse investimento.

O papel do professor nesse caso é ser mediador, buscando sempre motivar e complementar os temas apresentados durante as videoconferências, fóruns e em outros momentos, a fim de causar mais interação e aproximar os alunos uns dos outros. O fórum é uma ferramenta muito utilizada pelos cursos à distância, os alunos podem participar e sentir-se valorizados e parte do grupo, construindo assim uma aprendizagem significativa.
São muitos os autores que discutem a relação da afetividade com a educação. Piaget define a afetividade como todos os movimentos mentais conscientes e inconscientes, não-racionais, sendo o afeto um elemento indiferenciado do domínio e da afetividade. O afeto é a energia necessária para o desenvolvimento cognitivo e estudos que integram as pesquisas de Freud e de Piaget, especificam que a afetividade influi na construção do conhecimento de forma essencial.
Desse modo a afetividade já desempenha um papel essencial no desenvolvimento da inteligência, por isso há uma grande vigilância com a educação à distância. Porém Christmann define a afetividade como uma condição necessária na constituição da inteligência, mas não suficiente.
Frente esta nova realidade educacional os papéis do professor se multiplicam, se diferenciam, exigindo uma maior capacidade de adaptação, de criatividade, diante de novas situações, de propostas desafiadoras que envolvem à distância, com o intuito de obter ações significativas com os envolvidos, bem como a avaliação do processo. Assim podemos justificar a urgência em repensar o compromisso do professor frente a esse novo contexto, a importância de investir e fundamentar o ensino em teorias de aprendizagem para uma educação contemporânea, como também saber fazer uso adequado de ferramentas computacionais na educação. Tudo isso voltado para a educação do profissional do século XXI.
No entanto no Amapá a questão da internet, ainda é considerada uma utopia, já que se arrasta há anos sem nenhuma solução. Mesmo na capital do estado Macapá, os serviços ofertados são de alto custo e de péssima qualidade. Resultado, a maioria dos usuários do Amapá, ainda utiliza a internet discada como forma de acesso, da qual nem sempre se encontra disponível para o mesmo. Tudo seria diferente se o serviço que estivesse à disposição da população fosse de banda larga que é um tipo de conexão à internet onde os dados trafegam de maneira mais rápida que a convencional, ou seja, é mais veloz que a conexão discada, por exemplo.
Algumas operadoras disponibilizam modems, porém a tarifa é cara e precária. Como poucas escolas disponibilizam a internet, como ferramenta de ensino e fonte de pesquisa ao aluno, à maioria resta apenas recorrer as lan house, que é a única maneira que o aluno encontra para se manter inserido na era digital tecnológica, sabendo que a minoria dos amapaenses possui computadores em suas residências, o que facilita a exclusão digital, sofrida pela maioria da população não só amapaense como em todo território nacional.
Porém, apesar de todo esse quadro de pessimismo, os alunos das escolas públicas amapaense podem sonhar com o impossível, pois o governador do estado assinou um convênio para a implantação do programa banda larga nas mais de 135 escolas públicas de ensino fundamental e médio do estado. Segundo o governador do estado Waldez Góes, até o final de 2010 o programa beneficiará 127 mil alunos em todo o estado do Amapá.
É a tecnologia alcançando as mais longínquas comunidades escolares. Observa-se desse modo como todas as sociedades e escolas, necessitam de uma transformação urgente, ora todas devem estar acompanhando o crescimento da comunidade em que se inserem, e essa adequação deve ocorrer de maneira veloz uma vez que a sociedade é dinâmica, ocorrendo assim várias transformações de maneira corriqueira e excludente.

É preciso que as intenções se materializem em práticas de transformação que, no nosso entender, só serão verdadeiras na medida em que se perceba que todos os sujeitos podem e devem contribuir nesta mudança, independente da posição que ocupa na hierarquia de poder no interior da escola, do campo político ideológico a que esteja ligado, do domínio do saber escolarizado, enfim, a grande senha para participar deste processo é querer construir uma escola que possa, efetivamente, garantir aos filhos das classes trabalhadoras os conhecimentos historicamente construídos que representa, no nosso entender, o instrumental básico para que os alunos das escolas públicas tornem-se mais aptos a investir na sociedade, visando à conquista de sua cidadania.
Oliveira (2002, pg.123)

Dessa forma percebe-se que ainda há entre professores certas resistências a mudança. A esse professor que prefere estar "escondido" por trás de uma falsa pedagogia, ou continuar alienado, a pedagogia tradicional, certifique-se de que estará contribuindo para o empobrecimento cada vez mais acentuado, da inclusão dos computadores em sala de aula, em conseguinte como a própria capacidade do professor em dispor desse recurso para melhor aperfeiçoamento de suas aulas.

CONCLUSÃO

Embora não elencamos algumas temáticas que envolvam a Pedagogia do século XXI, entendemos que algumas questões poderiam ainda ser levantadas, já que fazem parte desta problemática, que envolve a educação. Entretanto o computador não deve ser encarado como uma possível salvação a educação brasileira, na verdade o computador pode vir a contribuir no processo de ensino-aprendizagem, na perspectiva de que com a sua utilização, pudesse ser garantido um ensino de melhor qualidade.
Buscamos finalizar este artigo, acreditando que a grande contribuição do mesmo foi à possibilidade de que professores, e todas as pessoas ligadas à área educacional, repensem e reelaborem suas práticas, de forma que possam resgatar a figura do professor, bem como do aluno, que por várias vezes foi concebido como uma folha em branco, pronto a ser preenchida, no qual métodos arcaicos eram utilizados para transmitir um conhecimento pronto e acabado, negando qualquer aprendizagem ou conhecimento empírico que o aluno detenha.
Em última análise, façamos nossas as palavras de Papert (1994), quando se refere a uma escola do futuro, que permanece no passado, a descrevendo-a desta forma:

Seria doloroso olhar no futuro, apenas para ver maravilhosas redes de acesso a conhecimento para algumas pessoas, enquanto outras foram excluídas; ou ver que a educação tornou-se até mesmo mais do que no passado um meio de cultura para a intolerância e o ódio. [...] Contudo, o que não estou pronto para aceitar è desistir de vantagens reais em troca de uma aparência de igualdade. A única opção racional que vejo é investir no encorajamento da diversidade educacional com um comprometimento dedicado não apenas a expandir seus benefícios para todos os que desejam, mas também para assegurar que os que optam por não tê-los estejam fazendo uma escolha informada.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CRISTMANN, Emmily. O lugar da afetividade na educação à distância In: Revista ciência e sociedade. n.1, v.1, jul./dez./2004. São Paulo.

KULLOK, Maisa Gomes Brandão. As exigências da formação do professor na atualidade. Maceió: EDUFAL, 2000.

MEDEIROS, Gilberto; MEDEIROS, Marilú.Tecnologia Educacional de suporte ao meio ambiente: 20º conferência mundial. São Paulo. abr. 2001. Disponível em:
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OLIVEIRA, Ramon. Informática educativa: Dos planos a discussões à sala de aula. 7. ed. São Paulo: Papirus, 2002.

PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. 8. ed. São Paulo: Cortez, 1998.

TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na educação: novas ferramentas pedagógicas para o professor da atualidade. 3. ed. São Paulo: Érica, 2003.

VASCONCELOS, C. S. Construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo: Libertad,1995.

WADSWORTH, Barry J. Inteligência e afetividade da criança na teoria de Piaget. São Paulo: Pioneira Educação, 1997.
Autor: Jeane Oliveira Da Costa


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