Altas Habilidades




Altas Habilidades

No Brasil, são cada vez maiores as iniciativas e investimento em programas para crianças com habilidades acima da média, bem como difundir informações proeminentes a respeito de altas habilidades/superdotação e das condições que beneficiam o desenvolvimento e esclarecimento, com objetivo a desmistificar falsas informações a cerca desse fenômeno.
Embora o crescente reconhecimento da acuidade de se criar condições adequadas ao desenvolvimento da potencialidade da criança com altas habilidades/superdotação, observa-se que pouco se reconhece acerca das suas necessidades e características. A criança com altas habilidades carece de uma infinidade de aprendizagens enriquecedoras que instigue o seu desenvolvimento e beneficie a concretização total de sua capacidade.
No que se refere à família, o fenômeno das altas habilidades/superdotação causa um choque na rotina exercida pelos pais e pela criança, acionando alteração na influência mútua entre pais e filhos. Desta forma, não se pode ignorar a influência direta da família no desenvolvimento do individuo com altas habilidades. A família juntamente com a escola tem sido fundamental no processo crítico das descobertas de talentos.
"Não existe nenhum modo ideal de se medir inteligência, conseguintemente nós devemos evitar a prática tradicional de acreditar que se conhecemos o QI de uma pessoa, nós também conhecemos a sua inteligência." (Renzulli, 1984).
Segundo Gowan, (1971) o processo de identificação do aluno com altas habilidades/superdotação deve envolver uma avaliação abrangente e multidimensional, que envolve variados instrumentos e diversas fontes de informações.
Delon 1987, também elaborou uma lista de indicadores de superdotação que serve de parâmetros para observação de alunos em sala de aula. Alguns exemplos destes indicadores são:
A. O aluno demonstra prazer em realizar ou planejar quebra-cabeças e problemas em formas de jogos;
B. O aluno mantém e defende suas próprias idéias;
C. O aluno sente prazer em superar os obstáculos ou as tarefas consideradas difíceis;
D. O aluno dirige mais sua atenção para fazer coisas novas do que para o que já conhece e/ou faz;
E. O aluno usa métodos novos em suas atividades, combina idéias e cria produtos diferentes;
F. O aluno põe em prática os conhecimentos adquiridos.
Esses alunos também desenvolvem peculiaridades próprias a cerca de suas aptidões, Tuttle e Becker, (1983), elencam as principais características dos Superdotados:
? É curioso.
? É persistente no empenho de satisfazer seus interesses e questões.
? É crítico de si mesmo e dos outros.
? Tem um senso de humor altamente desenvolvido.
? Tem facilidade em propor muitas idéias para um estimulo específico.
Outras características descritas por Torrance (Gowan e Torrance 1971) são:
? São curiosos, gostam de investigar fazem muitas perguntas.
? São independentes individualistas e auto-suficientes.
? Tem grande imaginação e fantasia.
? Tem sempre muitas idéias.
? Pode ocupar seu tempo de forma produtiva, sem ser necessária uma estimulação constante pelo professor.
A avaliação principal para um aluno superdotado segundo Eunice Alencar é de que seria aquele sujeito que se sai extremamente bem nos testes de inteligências, ou que apresenta um desempenho mental superior.
A alguns anos atrás se um aluno evidencia-se maior aprendizagem, em determinada área disciplina, os professores o passavam de série, o que desencadeava vários problemas, pois o aluno ainda imaturo para aquela série muitas vezes não se adaptava a mesma.
Atualmente o NAAHS (Núcleo de atividades de altas Habilidades/Superdotação) foi criado justamente para suprir essas necessidades, tendo três bases: Unidade de Atendimento à Família, ao Aluno e ao Professor. Para melhor compreensão da família e principalmente do aluno, daí a disponibilidade de diversos psicólogos e profissionais da área, que esclarecem dúvidas aos pais e aos filhos de como lidar com essa nova experiência de vida. Compõem-se das seguintes unidades:
? Unidade atendimento ao professor: Tem objetivo principal oferecer cursos de formação continuada aos professores e profissionais da educação.
? Unidade de atendimento ao aluno: Tem a função de apoiar alunos com altas habilidades/superdotação, professores e comunidade, por meio de materiais necessários ao processo de aprendizagem.
? Unidade de atendimento a família: Tem a função de prestar orientação psicológica e emocional à família.
O aluno ao ser indicado passa por um determinado processo até ser diagnosticado com altas habilidades. Durante este processo de descoberta o aluno é convidado a elaborar um projeto, o qual segue juntamente com um termo de compromisso e o plano de projeto em anexo de sua área de interesse. É o próprio aluno com orientação de seu educador que estipula o prazo para apresentação de seu projeto em uma audiência.
Vele ressaltar que o aluno com altas habilidades não é um gênio, mas apenas um indivíduo com uma habilidade acima da média. Ressalto isso pelo fato dessas pessoas muitas vezes serem tachadas de anormais, dessa forma ocasionando seu isolamento retraimento do grupo escolar.
Por tanto identificar esses talentos é assegurar condições tanto para o desenvolvimento de seu talento quanto, sua participação na vida social. Esses são compromissos que devem ser levados em conta pela escola, pelo educador e pelos órgãos competentes na viabilização de formação continuada e propostas educacionais de qualidade que assegurem oportunidades de aprendizagem para os alunos que se destacam. Evitando dessa forma o grande desperdício de potenciais na sociedade brasileira.
Referências Bibliográficas


GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

ALENCAR, Eunice Soriano. Psicologia e Educação do Superdotado. São Paulo: EPU, 1986.




Autor: Jeane Oliveira Da Costa


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