Lados Obscuros



lados obscuros
quartos são escuros
não sei quem é que vai morrer
quadros absurdos
já tenho meus escudos
não sei quem é que vai morrer
corpo insensato, voz de um som ingrato
cadáveres decoram o asfalto

beco sem saída
humano homicida
não sei quem é que vai morrer
louco de hospício
aquele é seu ofício
não sei quem é que vai morrer
olhos como um manto, brados que me espantam
infância que desperta o teu pranto

clero que me engana
não fica vai insana
não sei quem é que vai morrer
ébrios e soturnos
lânguidas posturas
não sei quem é que vai morrer
fogo repetia, lua impedia
teu céu não tem estrelas e enfeitiça

crias, ingênuas... sinistros da vaidade
rastejam nas frias cenas

lados obscuras
excessos de dois mundos
não sei quem é que vai morrer
criança inconsciente
profunda e inocente
não sei quem é que vai morrer
olhar tá proibido, neurônio esquecido
fui lá ver aquele anjo esmaecido

pupila se dilata
leão de bronze e prata
não sei quem é que vai morrer
loucura na cidade
motivo: a tempestade
não sei quem é que vai morrer
as chaves abrem portas de casas quase mortas
habitadas por pessoas enforcadas

Baco possuído
deus do vinho antigo
não sei quem é que vai morrer
conheço Dionísio
seu fim é meu início
não sei quem é que vai morrer
aquele que enlouquece, transcede e enfurece
espíritos que o mundo lhe oferece

cancelo esse dilema, é o fim desse poema
porque já sei quem é que vai morrer.
Autor: Marcelo Moreira Grilo


Artigos Relacionados


Sinto Muito Amor

Sinopses De Um Amor

Eu Fiquei Tão Feliz

Quem Sou Eu?

Meu Sonho é Morrer

De SolidÃo

Poesia Sobre Meio Ambiente.