Sem final de sonhos ou pesadelos...



Sem final de sonhos ou pesadelos...

Edson Silva

Com a Holanda derrotando o Brasil de apenas um tempo e Alemanha goleando a "fanfarrona" Argentina, ficamos sem aquela que seria a final dos sonhos ou dos pesadelos: entre Brasil e Argentina. Seria a primeira vez na história de 80 anos (olha o meu 8 aí) de Copas do Mundo que teríamos a tão esperada final contra os hermanos. A história de maior rivalidade do futebol sulamericano começou, em Copas, em 1974. O Brasil, que na época já era tri-campeão mundial e a Argentina não tinha títulos em Copas, só tiveram decisões nos mundiais em oitavas de finais.

Em 30 de junho de 1974, na Copa da Alemanha, o Brasil venceu "los hermanos" por 2x1 num triangular que envolveu ainda a Itália, que também foi derrotada pelo Brasil, que ficou em quarto lugar na competição ao ser derrotado pela Polônia do Lato, único jogador do mundo a marcar gols no Brasil em duas Copas. Em 78, na Copa da Argentina, Brasil e "los hermanos" empataram em 0x0, a Argentina obteria saldo de gols no "famoso" jogo contra o Peru do goleiro Quiroga, que era argentino naturalizado, foi para decisão do título e conquistou seu primeiro mundial.

Em 2 de julho de 1982, nas oitavas de final da Copa da Espanha, o Brasil de Zico, Sócrates, Falcão, Júnior e Éder, do técnico Telê Santana, venceu por 3x1 a Argentina do jogador e hoje técnico Maradona. Em 24 de junho de 90, na Copa da Itália, "los hermanos" com Maradona e Cannighia dariam o troco e venceriam o Brasil, que tinha como jogador o Dunga, hoje ex-técnico da Seleção Brasileira. Eram oitavas de finais e foi 1x0 para os argentinos e com direito a outra história estranha no futebol, com jogadores brasileiros alegando terem sido dopadas com "água batizada" dos "hermanos".

Por si só, uma decisão entre Brasil e Argentina seria recheada de história. Os técnicos representaram os opostos em campo. Se Maradona surgiu para as Copas em 82 com o prestígio de ser um dos maiores jogadores de meio campo do mundo- há quem diga que melhor que ele apenas Pelé- (o considero um jogador fora de série, mas só para citar alguns brasileiros melhores que ele: Garrincha, Zico e Rivellino), em 90 surgiu Dunga como um meio campista símbolo da raça.

Tão acostumados com o futebol arte e levados pelo fracasso da Seleção Brasileira em 90 diante da Argentina de Maradona, muitos brasileiros utilizaram a expressão "Geração Dunga" para batizarem o futebol mal jogado, o anti-futebol. Querendo ou não, Dunga voltou como meio campista na Copa de 94 e o Brasil foi tetracampeão, empatando a final em 0x0 e vencendo nos pênaltis. Ele voltou em 98, o Brasil foi bem até a imprensa criticar que o capitão Dunga era muito ríspido com os demais integrantes da equipe.

Coincidência ou não, Dunga passou ser mais dócil com os companheiros, mas o Brasil perdeu a final da Copa por 3x0 para a França, maior diferença de gols que nossa Seleção já sofreu num mundial. Agora, com Maradona e Dunga como técnicos, Brasil e Argentina podiam escrever mais um capítulo final em Copas e haveria já um grande vencedor : o publico que poderia testemunhar um dos principais confrontos esportivos do planeta. Seria a final dos sonhos para alguns e dos pesadelos para outros, pena que Holanda e Alemanha nem tomaram conhecimento disso e mandaram as duas Seleções pra casa nas quartas de final, menos mal que não corremos mais risco de o Maradona sair pelado, conforme prometia, caso sua equipe fosse a campeã. A boa notícia é que a torcedora do Paraguai, Larissa Riquelme disse que posará nua mesmo após a desclassificação de sua equipe, também nas quartas de final.

Edson Silva, 48 anos, jornalista, Campinas
Email: [email protected]

Autor: Edson Terto Da Silva


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