Transtornos mentais comuns em trabalhadores de enfermagem em emergência hospitalar em um hospital público.



Os transtornos mentais comuns (TMCs) são considerados um agravo a saúde dos trabalhadores, pois de acordo com Rodrigues Neto et al (2008), são associados a fatores comportamentais e genéticos, atingindo em média 450 milhões de pessoas no mundo, sendo representados por sintomatologias depressivas, ansiedades e somáticas. Outros fatores associados aos TMCs, seriam a idade, sexo renda familiar e religião. Os TMCs, são ligados ou não ao trabalho e tem-se verificado a presença crescente entre os servidores públicos estaduais, ocasionando afastamentos para restabelecer a saúde. No estado de Santa Catarina, por exemplo, estes afastamentos, têm índices relativos aos transtornos mentais comuns e comportamentais, incluindo doenças como: depressão, fobias, estresse, psicoses, dependência química e esquizofrenia. Assim, a presente pesquisa tem como objetivo geral realizar um levantamento da prevalência de TMC nos trabalhadores de enfermagem da emergência do Hospital Governador Celso Ramos. Em termos metodológicos trata-se de um estudo exploratório, epidemiológico, descritivo e transversal, de natureza quantitativa, afim de levantar a prevalência dos profissionais de enfermagem, que possuem riscos de adoecerem de transtornos mentais comuns. Dentre estes profissionais estudou-se técnicos e auxiliares de enfermagem, de ambos os sexos, plantonistas diurnos e noturnos, com faixa etária entre 23 e 50 anos de idade. Tempo de serviço na área acima de três anos, formando então, uma população total de 34 profissionais, sendo servidores públicos da Secretaria de Saúde do Estado de Santa Catarina, lotados na emergência do Hospital Governador Celso Ramos. Para coleta de dados , foram utilizados o Self Report Questionnaire (SRQ-20) e o MBI. Quanto aos resultados, no que diz respeito ao perfil sócio-demográfico, 68.75% pesquisados são do sexo feminino e 31.25% do sexo masculino; a faixa etária média está compreendida entre 38 e 25 anos de idade, a média de filhos é de 1.125 por profissional. Já quanto ao estado civil, 37.5% casados, 31.25% solteiros, 6.25% viúvos e 25% divorciados. O tempo médio de serviço é de 12 anos, sendo que apenas dois profissionais têm outro vínculo empregatício com carga horária de 30 horas semanais. A profissão ficou dividida num total de 62.5% técnicos e 37.5% auxiliares de enfermagem. Em relação ao turno de serviço, 43.75% exercem suas atividades no período diurno e 56.25% no noturno. Levantou-se também que a média de hora plantão por profissional que ficou em 50.125 horas ao mês. As respostas do SRQ-20 permitem inferir que 68.75% dos participantes apresentam possibilidades de manifestar transtorno mental comum. Em relação ao teste MB, considerou-se que entre os dezesseis pesquisados, 25% apresentaram alto envolvimento pessoal no trabalho. Na dimensão exaustão emocional, 33.33% apresentaram baixa; 55.55% média e 11.11% alta probabilidade de manifestar tal sentimento. Na dimensão despersonalização, 77.77% apresentaram baixa; 11.11% média e 11.11% alta probabilidade de apresentar tal descompensação.
Autor: Francini Costa


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