RECUPERAR ÁREAS DEGRADADAS



RECUPERAR ÁREAS DEGRADADAS

Na Pratica A Teoria Dá Certo

RODRIGO DALLACOSTA
Prof. Adalberto Marcon
Centro Universitário Leonardo da Vinci ? UNIASSELVI
Gestão Ambiental (Gam 3851)
19/05/2010

RESUMO

O tema em questão é a recuperação de áreas degradadas, é considerada uma área degradada ou também chamado ecossistema degradado todo ecossistema que por uma ação do homem teve suas características principais modificadas ou destruídas, impossibilitando sua capacidade de auto-regeneração e retorno da mesma a suas características de como era antes de sofrer o impacto sem ajuda do homem. Assim abordaremos algumas técnicas para auxiliar a recuperação de uma área que se encontra degradada, bem como os procedimentos e cuidados que devem ser tomados na implantação do projeto de recuperação tendo em vista que o uso das técnicas erradas pode ocasionar um impacto maior do que o já existente.



Palavras-chave: Auto-regeneração.


1. INTRODUÇÃO


De modo em geral, existe uma preocupação por parte de ambientalistas e pessoas ligadas ao meio ambiente em verificar e descobrir possíveis locais contendo certo tipo de ecossistema degradado ou uma área degrada. Após uma verificação feita em nossa micro região pudemos constatar que encontrar um local que possua uma área degradada não é tão difícil assim. Localizamos um sítio na área rural do município de Herval D Oeste - SC onde identificamos uma degradação e demos inicio ao nosso trabalho de recuperação.

O sítio é de propriedade do Sr. Sérgio Carnieletto, que nos concedeu autorização para fazermos uma avaliação das condições, e logo constatemos que sua propriedade é cortada por um pequeno riacho onde achamos o procurado "uma área degradada." O leito do rio encontrava-se assoreado decorrente da erosão e falta de mata ciliar, que por sinal era outro grande problema tendo em vista que por lei estadual é necessário reservar cinco metros de mata para cada lado do rio.

A quantidade de lixo encontrado no leito do rio e espalhado pelas margens também foi um fator preocupante para nós, pois encontramos junto ao lixo embalagens de produtos agrotóxicos utilizados na lavoura em contato com a água, esses produtos contaminam a água os peixes e as pessoas e levam anos para se degradar. O pequeno córrego de água também servia de passagem para o gado ir de uma margem a outro do terreno do agricultor que é cortado por esse riacho, não possuindo nenhuma ponte para passagem desses animais.


2. DETALHAMENTO DO TRABALHO NO SÍTIO


Observando a forma com que a questão ambiental era tratada por aquela família, podemos entender como aquele pequeno sítio no interior da cidade havia chegado a tal ponto de degradação ecológica. E não existia na mente daqueles pequenos produtores nenhum senso ecológico e de como proceder para evitar que o riacho tão importante para as criações de gado um dia deixa-se de existir.

O primeiro passo que demos para iniciar nosso trabalho de restauração daquela área degradada foi catalogarmos as espécies de mata que continha aquela mata ciliar, e descobrimos a necessidade de adquirimos mudas do tipo pioneira e espécies que se desenvolvem com melhor adaptação em sombra, tendo em vista que no local ainda possuía árvores de grande porte, essas mudas seriam então plantadas junto ao curso de água que corta essa propriedade rural, recompondo assim a mata ciliar que possuía locais que estavam ausente ou carente dessa mata. Depois de compradas as mudas, demos inicio ao plantio das mesmas buscando locais apropriados e fazendo o coroamento antes do plantio, com covas de 30 cm (trinta centímetros) de profundidade.


O passo seguinte foi a limpeza do riacho num perímetro de cem metros, retirando do leito diversos tipos de materiais trazidos pela chuva e erosão, esses materiais foram colocados em bolsas e levados para serem recolhidos pela coleta municipal de lixo, também fizemos a desobstrução de locais onde o córrego encontrava-se assoreado, retirando do leito pedras, galhos e muita terra. Com essa ação o córrego começou a fluir melhor e achamos que fomos bem sucedidos nessa empreitada.

2.1 ASPECTOS QUE PODE SER CORRIGIDOS

No decorrer do trabalho no sitio do Sr. Ségio podemos observar alguns aspectos que podem ser corrigidos, evitando que aquela área degradada possa não se restaurar ou que essa degradação acabe se espalhando por uma extensão maior do que a que se encontra atualmente. Demos ênfase principalmente no diálogo explicativo para o proprietário do sitio da importância de cumprir uma determinação do nosso código florestal, que é a preservação de mata ciliar, tendo em vista que o Sr. Sergio possui em sua propriedade algumas cabeças de gado, sugerimos á ela a separação do gado e da mata ciliar, seja feita através de uma cerca de arames, deixando somente um corredor livre para que o gado possa beber água. Essa simples atitude colabora para o desenvolvimento da mudas plantadas por nosso grupo de estudos no corredor de mata ciliar e preservam pequenas plantas já existentes que se desenvolvem no curso de água, tendo em vista que o simples pisotear do gado sobre a área de mata ciliar acaba causando agressão a esse tido de mata e consequentemente dá inicio a uma nova degradação. Sem falar que o fato do gado defecar próximo ao curso de água pode contaminar a mesma por coliformes fecais, o que não é nada bom para a fauna aquática existente ali e principalmente para o homem, tendo em vista que esse riacho é afluente do nosso rio do Peixe, do qual é captada a água que bebemos.

Outro item que colocamos a disposição do Sr. Sergio foi a implantação de poleiros artificiais, isso se faz necessário para que os pássaros venham posteriormente assentar-se sobre esse poleiros artificiais espalhados de forma estratégica nos pontos que necessitem de formação de nova floresta e assim acabem fertilizando a terra abaixo dos poleiros através de suas fezes e pelo descascamentos de sementes e frutos. A plantação de pastagens próximas a área de mata ciliar também foi recomendado, pois, essas gramíneas farão importante papel de cobertura vegetal neste local evitando assim que os nutrientes do solo acima do curso de água, sejam lixiviados e transportados para dentro do leito do rio através da erosão.

A utilização de novas técnicas de cultivo como a adoção da agro ecologia, como vamos explicar no próximo tópico, também foi sugerida como forma de melhoria nos processos ambientais para essa família, bem como a alternância entre tipos de cultivo evitando o empobrecimento do solo devido ao cultivo anual das mesmas espécies. Outra sugestão dada foi o plantio de mudas de arvores frutíferas nas encostas de morros com terreno em declive, técnica utilizada para conter a erosão do solo bem como a contenção das encostas mais acentuadas evitando assim o desmoronamento de grandes quantidades de solo.

Por fim sugerimos a não utilização de defensivos agrícolas nas proximidades do curso de água evitando a contaminação da mesma e preservando a vida aquática neste local. Bem como a limpeza regular do curso de água ao longo de sua propriedade retirando do rio materiais poluentes trazidos pelas chuvas e pela erosão. Deixando como arma principal para esse produtor a conscientização ecológica e a busca continua da melhoria nos aspectos ambientais, visando o desenvolvimento sustentável na produção agrícola. E quem sabe no futuro um selo verde na produção.


2.2 SENDO ECOLÓGICAMENTE CORRETO


Um das sugestões apontadas por nosso grupo de estudos para esse tipo de propriedade rural de pequeno porte, é a implantação da agro ecologia, essa técnica vem crescendo no Brasil e ganhando importante destaque principalmente no que diz respeito aos consumidores que estão buscando cada vez mais comprar produtos ecologicamente corretos, assim com socialmente justo e economicamente viável. Esta visão implica e estabelece uma ética ecológica, forçando o abandono das antigas técnicas de plantio para o caminho da agro ecologia.

Na agro ecologia a agricultura é visto como um sistema vivo e complexo, rica em diversidade com vários tipos de plantas e animais entre outros como microorganismos e minerais. O surgimento da agro ecologia cujas bases ainda estão em faze de aperfeiçoamento vem ao encontro com a preocupação pela preservação dos recursos naturais, critérios como sustentabilidade como a agricultura sustentável. Quem ganha com essa atitude são os recursos hídricos, o solo, a vida silvestre e por conseqüência os seres humanos.

3. CITAÇÕES

Preocupado com o as ações corretivas sugeridas pelo nosso grupo de estudo o proprietário do sítio Sr. Sérgio, comprometeu-se em cuidar das mudas plantadas nas margens do rio até que a mata ciliar esteja recuperada por completa.
Uma das praticas sugeridas pelo nosso grupo de estudos que foi mais bem aceita e despertou grande interesse por parte do Sr. Sérgio e seus familiares, foram a sugestão de fazer uma limpeza periódica no leito do rio que passa sobre a sua propriedade bem como incentivar agricultores vizinhos para fazer as mesmas tarefas de preservação da mata ciliar e limpeza do rio e fontes de água que possa ter em suas propriedades.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Depois de fazermos nossos estudos referentes aquela área degradada, nosso grupo reuniu-se e fez uma analise critica referente o uso de técnicas ecológicas nas propriedades rurais de nosso município, e concluímos que não vamos achar uma propriedade se quer, em nossa região que adote técnicas ecológicas totalmente corretas na produção agrícola ou na produção agropecuária, talvez isso ocorra principalmente pela falta de conscientização ecológica dos proprietários rurais que possuem na sua forma de administrar o pensamento de que os recursos naturais não possam um dia acabar.

Uma forma responsável que encontramos para plantar o senso ecológico e boas práticas ambientais em suas propriedades rurais, foi a conscientização dos novos agricultores, filhos dos antigos administradores dessas propriedades rurais, utilizando-se de palestras e aulas práticas buscando orientar da importância de se fazer um manejo sustentável, o cuidado com a mata ciliar e os cursos e fontes de água que possam existir em suas propriedades e o incentiva ao cultivo agrícola sem uso de agrotóxicos.

5. REFERÊNCIAS

RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA. Artigo publicação por alunos do curso de gestão ambiental Uniasselvi. Herval D Oeste, 2010.

DALLACOSTA, Rodrigo. Recuperar Áreas Degradadas . Herval D Oeste, 2010.
Autor: Rodrigo Dallacosta


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