EM NOME DA LIBERDADE DE IMPRENSA
Há um grande fantasma (yo no creo!) a assombrar o país nos últimos meses. Trata-se do boato de que a liberdade de imprensa está ameaçada, pelo fato de estar em discussão o tratamento dos conteúdos trabalhados pela mídia e pela proximidade das correntes ideológicas que governam o país atualmente com alguns líderes de países autoritaristas.
Que a liberdade de imprensa, de expressão, de credo, enfim, de tudo o que foi conquistado até agora seja um tesouro que não pode mais ser perdido, ninguém discute, afinal todos sabemos que este é o elemento fundamental para que qualquer país possa sonhar com a democracia.
Porém, também precisamos reconhecer o impacto que a mídia exerce sobre a sociedade e, por isso mesmo não podemos deixar de discutir as formas pelas quais ela vem interferindo em nossas vidas.Se não podemos tolerar o Estado manipulando a imprensa, também não podemos deixar que grupos de interesses alheios ou até mesmo contrários aos da população continuem a ditar sua cultura e nos empurre goela abaixo qualquer conteúdo, sem que ao menos possamos opinar sobre sua qualidade.
Não se pode negar que a mídia está presente na formação do caráter das crianças brasileiras. Muito mais que os pais ou quem quer que seja por elas responsável, a mídia se aproxima, fala diretamente e da maneira mais sedutora às gerações em desenvolvimento e consegue delas tudo o que quer.
Nos maiores veículos de comunicação, a programação infantil não oferece nenhum auxílio ao Estado nem aos pais, na formação de cidadãos críticos e conscientes de seus direitos e deveres, ou, nos casos mais populares, fazem exatamente o caminho inverso, uma vez que é através desta programação que muitas de nossas crianças tem seu primeiro contato, mesmo que visual, com armas e com a violência em geral.
É por isso que devemos questionar se os meios de comunicação em suas programações voltadas ao público menor de idade, está cumprindo ou ao menos obedecendo aos princípios do Estatuto que este ano está completando duas décadas. A sociedade não pode deixar que a grande mídia continue a deformar o caráter das nossas crianças em nome da liberdade de imprensa.
Autor: Alex Moreira
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