O HOMEM DA TERRA



Na fazenda onde eu vivia, terra de boa cultura.
Lá pras bandas de Goiás, onde as matas reverberam,
E a natureza é pura.
Com coragem e muita fé, enfrenteis a vida dura!

Quando eu comprei estas terras,
Fruto de muita procura,
Água limpa e diamantes, tinha com muita fartura,
E muita onça pintada, rugindo na mata escura.
Entrei com foice e machado, e lá fiz boa figura.

Fiz meu rancho de barrotes
De sapé a cobertura
Serquei com lascas de sédro,
Resistente quando cura.
Pus uma placa na porta, escrito: "RANCHO ITAPURA".

Tinha uma vida selvagem,
Não vista em lugar algum.
Muitos macacos bugio, tucanos, araras e jacus,
Antas e porcos do mato,
Veado-servo e mutuns.

Nas águas do Araguaia
Onde eu pescava com vara,
Matrinchâns, piaus, pacus.
Tucunarés e pintado, tambaquis, aruanâns,
Piraibas e pirararas.

Deixei minha terra amada, nunca mais eu voltei lá,
Fiz a minha despedida, na hora de viajar,
Abracei os meus amigos e ignorando os perigos,
Viajei para o Pará.


Pedro Gomes da Silva

Autor: Pedro Gomes Da Silva


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