Anátema dos olhos



Anátema dos Olhos

Os olhos tristes e cansados não conseguem enxergar nada mais além das brumas que he cerra as faces; molham seus lábios e que lhe trazem o gosto amargo de suas próprias lágrimas límpidas...
Os véus hoje desnudos não têm mais importância
A ignorância faz luto em seu coração
Coração este apodrecido e infesto de vermes e de traças que roem pouco a pouco toda a pureza e inocência e ingenuidade de tua alma ainda pura...
Teu corpo que guarda tua alma fenece na terra escura e úmida e fria onde se procriam os vermes que de seu corpo se alimentam
Teu corpo frágil, que dorme...
No cerrar dos olhos, no escurecer da noite...
Os tristes e cansados olhos que ainda me lembro com um brilho, um único brilho na eterna primavera de teus poucos anos
Empalidecida e tísica e melancólica e débil com teus olhos fúnebres que me cercam e vigiam e atormentam meus sentidos, ainda resistes..
Lutas frementemente com tua dor incessante, que te destrói um pouco por vez
Minha imortal alma sem forças tento ser seu ser, ser seu imenso sepulcro, ser seu afeto, ser seu segredo mais secreto, ser seu ventre para guardar teu feto que não vai viver..

Minha imortal alma sem forças que resiste ainda te espero aqui sentado embaixo desta arvore que derrama sobre mim toda a sua sombra generosa e sublime

Autor: Ronaldo Campello


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