Os Afrodisíacos



Raul Santos

Rodolfo Souto Maior,
Galante conquistador,
Tentava de todo jeito
Conquistar um novo amor,
Mas, a beldade em questão,
Magoava seu coração,
Sem dar-lhe o menor valor.

Por mais que ele se esforçasse,
Na conquista pretendida,
Fosse de noite ou de dia,
No trabalho ou na avenida,
Ela sempre dava o fora,
Mas, ele não ia embora,
E persistia, em seguida.

Mas, certo dia, o Rodolfo
Foi por ela surpreendido,
Com sorriso encantador,
Disse a ele: "? Meu querido,
Vim aqui me desculpar
Porque pretendo acatar
Seus insistentes pedidos!..."

"? Hoje à noite, vou estar
Lá em casa, lhe esperando,
Não precisa ter cuidado,
Pois não estou lhe enganando,
Logo após o escurecer,
Você pode aparecer,
Não bata e vá logo entrando!..."

Pela decisão da moça
Ser precipitada, assim,
Depois de tantos esforços,
Ela haver aceito, enfim,
Apavorado, ele entrou
Num bar, e logo tomou
Conhaque com amendoim.

Mas tomou tanto conhaque,
Tanto amendoim comeu,
Que ao chegar na casa dela
A barriga lhe doeu,
O Rodolfo se esforçou,
O aperto contornou
E ela nada percebeu.

Começaram com beijinhos
E um uísque pra relaxar,
Um papo bem animado,
Música solta no ar,
Um casal apaixonado
Num quarto refrigerado,
Uma cama e um frigobar.

Loucos beijos e gemidos,
A paixão desenfreada,
Os corpos entrelaçados,
Roupa no chão, atirada,
Mas, quando o fogo esquentou,
A barriga desandou
E o romance deu em nada.

Por dez minutos ficou
Sentado no sanitário,
Já sentia que estava
Fazendo papel de otário,
Naquele triste momento,
Seu revolto pensamento
Já chegava a ser hilário.

Depois do banho, voltou
E, ela, muito educada,
Recebeu com mil beijinhos,
Sem dar mostras de zangada,
Mas, quando o fogo esquentou,
A barriga desandou
E o romance deu em nada...

Cinco, dez vezes ou mais,
Rodolfo suava frio,
Humilhado e pernas bambas,
Vestiu a roupa e partiu,
E foi tão grande a vergonha,
A humilhação foi tamanha,
Que nunca mais ela o viu.

Mas, certo dia, encontrou
Uma amiga bem querida,
Assunto vai, papo vem,
Falando coisas da vida,
No campo das confidências,
Discutiram preferências
E a pauta foi conduzida.

Com muita delicadeza,
A amiga assim falou:
"? Por favor, não se aborreça,
Sei que você namorou
Rodolfo Souto Maior,
Me diga se ele é melhor
Do que os outros que beijou?!..."

"? Desculpe, se lhe pergunto,
Sei que você percebeu,
Meu interesse é bem grande,
É muito maior que eu,
Mas, seu romance desperto,
Por que foi que não deu certo?..."
Ela, então, lhe respondeu:

"? Ele é muito cavalheiro,
Sua estirpe é de primeira,
Jamais diz um palavrão,
Nunca fala uma besteira,
Só não tenho explicação,
É quando sobe o tesão,
Também lhe dá caganeira!..."
Autor: Raul Santos


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