O Pensamento Complexo



Compreender e visualizar o mundo numa perspectiva maior, macro, como um todo, de forma integral, de forma global, de modo ecológico, holístico, indissociável, multidisciplinar e sistêmico são as principais características do pensamento complexo, também conhecido comocomplexidade.

Segundo Crema (1988) a complexidade pode ser definido e entendido como umaescola filosófica que vê o mundo como um todo, integral, indissociável e propõe uma abordagem multidisciplinar para a construção do conhecimento. Diferentemente do reducionismo. Contrapõe-se à causalidade por abordar os fenômenos como totalidade orgânica. A proposta da complexidade é a abordagem transdisciplinar dos fenômenos, a multidiciplinaridade dos objetos, e a mudança de paradigma, abandonando o reducionismo que tem pautado a investigação científica em todos os campos, e dando lugar à criatividade, a produção do conhecimento, a reflexão, ao lúdico, entre outros fatores que levem o ser humano a atingir a sua emancipação cultura.

Segundo Capra (1996) o pensamento fragmentado não é capaz de tratar e resolver a interconexão dos problemas globais, tanto nos níveis maiores da sociedade como no nível do indivíduo, da particularidade. É necessário então uma nova forma de pensar e visualizar o mundo, que elimine a chamada "crise de percepção" que é a raiz mais profunda dos sintomas das crises que nos cercam. A superação desta crise só será possível se houver uma ruptura na educação, rompendo com a idéia de reprodução do conhecimento e aderindo a proposta de produção do conhecimento de modo coletivo.

A interdisciplinaridade é uma das características do pensamento, pois ele necessita pensar, dialogar, refletir e se comunicar com as mais diversas áreas do conhecimento. Mas infelizmente as ciências são por demais cartesianas, especificas, fragmentadas, não tendo abertura ao dialogo com as outras ciências, filosofia, teologia e outras. Causando ai um grande vazio no aspecto ético.

Edgar Morin ( 1996, p.149) afirma que a complexidade é elaborada e desenvolvida em conjunto de forma heterogênica, isto é de forma plural, onde o conhecimento seja construído e partilhado em conjunto de forma integral com as demais ciências.

À primeira vista, a complexidade é um tecido (complexo: o que é tecido em conjunto) de constituintes heterogêneos inseparavelmente associados: coloca o paradoxo do uno e do múltiplo. Na segunda abordagem, a complexidade é efetivamente o tecido de acontecimentos, ações, interações, retroações, determinações, acasos, que constituem o nosso mundo fenomenal. Mas então a complexidade apresenta-se com os traços inquietantes da confusão, do inextricável, da desordem, da ambigüidade, da incerteza... Daí a necessidade, para o conhecimento, de pôr ordem nos fenômenos ao rejeitar a desordem, de afastar o incerto, isto é, de selecionar os elementos de ordem e de certeza, de retirar a ambigüidade, de clarificar, de distinguir, de hierarquizar... Mas tais operações, necessárias à inteligibilidade, correm o risco de a tornar cega se eliminarem os outros caracteres do complexo; e efetivamente, como o indiquei, elas tornam-nos cegos.


Autor: Robson Stigar


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