Livres no tempo ou escravo dele?!



Edson Silva

Muita se fala, se pensa, se grava, se ouve, se lê ou se escreve sobre tempo. Alguns dizem não ter tempo para nada. Será que terei para terminar este artigo? Outros admitem ter todo tempo do mundo, mas reconhecem que pouco ou nada aproveitam do privilégio. Parar ou voltar o tempo não é possível, pelo menos para nós simples mortais, mesmo que livres tão escravos do tempo marcado por relógios, cronômetros, ampulhetas e outras máquinas.

Cada vez mais lutamos para ser precisos e para isso temos de avaliar como estarão condições do tempo, do transporte, quanto será o tempo que vamos ficar no congestionamento, na fila do coletivo e se o tempo for curto e a grana não, na espera do táxi. Dar tempo ao tempo é o que diziam nossos avós e por certo nossos jovens muitas vezes dizem ou pelo menos têm vontade de dizer: "dá um tempo, oh tempo, que agora não tenho tempo pra você".

E na velocidade das coisas da juventude, eles buscam ultrapassar limites, deixam cabelos esvoaçar ao vento, respiram todo ar possível e pelas duas narinas, abrindo o peito na procura vigorosa da liberdade tão ambígua quanto estar próximo ou distante de lugar nenhum e por isso mesmo nem se sentir perdido, por achar que não tinha para onde ir. E é a esperança, é o tempo então amigo que sempre apontará um caminho, preferencialmente o mais correto.

No Evangelho consta que há tempo para tudo: de plantar e colher; de falar e calar; de rir e chorar; de nascer e morrer... Também é certo que o tempo do Criador não é o nosso, somos humanos e ansiedade faz parte da nossa natureza. Tendo ou não tempo, o que jamais devemos deixar de ter é visão critica e fazer esforços para conseguir aquele tempinho para avaliar uma situação, conhecer melhor determinadas pessoas e assim pesquisar, pensar, concluir e então decidir nas situações que afetarão a maioria.

Este tipo de ação, por exemplo, não cabe durante uma Eleição? É a pausa necessária para avaliar o que está funcionando bem ou mal no país ou no Estado que moramos e então fazer dos segundos do voto eletrônico decisão firme e duradoura, sem tempo para arrependimentos tardios. Pra encerrar e descontrair segue trecho de Tempo Perdido, do saudoso talento Renato Russo e sua Legião Urbana: "Todos os dias quando acordo/ Não tenho mais/ O tempo que passou/ Mas tenho muito tempo/ Temos todo o tempo do mundo.../ Todos os dias/ Antes de dormir/ Lembro e esqueço/ Como foi o dia /Sempre em frente/ Não temos tempo a perder..."

Edson Silva, 48 anos, jornalista, nasceu em Campinas e trabalha como assessor de imprensa em Sumaré.
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Autor: Edson Terto Da Silva


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