CHEGUEI







CHEGUEI



Sai muito atrasada, os olhos inchados de sono, coloquei a primeira roupa que encontrei no armário.
Andava apressada, olhando diretamente para frente à medida que caminhava, sem perceber os restos de lixos ou os buracos nos asfaltos.
A mochila nas costas pesava, deveria tê-la esvaziado no dia anterior, mas tudo bem.
Dentro do ônibus, enfrentei a fobia de ambientes lotados, vozes estridentes, odores desagradáveis.
Ao descer, caminhei apressadamente, alheia as buzinas dos carros, ao movimento dos pedestres. Não respondi quando perguntaram as horas, poderia me atrasar, não olhava o relógio quando estava atrasada.
Mais adiante, já era possível ver o prédio e a fila em movimento.
Passei a correr, vagamente percebi carros freando, alguém gritando, seria comigo? Sem fôlego, tropecei na calçada.
Mas cheguei. Sou pobre, necessito trabalhar, não poderia perder o emprego.

Autor: Maria Estela Ximenes


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