Alcoolismo, uma dependência química - é possível tratar!



O consumo de bebidas alcoólicas é admitido e incentivado pela sociedade, mesmo sabendo que o álcool é uma droga psicotrópica, afinal ele atua no sistema nervoso central e provoca mudanças no comportamento de quem o consome. Os episódios de embriaguez estão associados a: muitos acidentes de trânsito, violência e a dependência que de acordo com o período, o número de doses, a frequência e as circunstâncias que podem levar ao alcoolismo.

Antigamente mesmo, lá na Idade média com o advento das bebidas destiladas inventada pelos árabes na Europa, este novo tipo de bebida foi "entendida" como um remédio para muitas doenças, com a promessa de dissipar as preocupações rapidamente, mais do que o vinho e a cerveja, além da sensação do alívio mais eficiente para a dor, o que deu origem a palavra whisky (do gálico "usquebaugh", que significa "água da vida"). E com a Revolução Industrial, houve um grande aumento na oferta e procura deste tipo de bebida, contribuindo para maior expansão de mercado e de consumo. Tão logo o número de pessoas que passaram a apresentar algum tipo de problema devido ao uso excessivo de bebidas alcoólicas não parou de crescer...

Mas a final, o que leva um indivíduo ao alcoolismo? Estes fatores são de origem biológica, psicológica, sociocultural ou todos eles. A dependência do álcool atinge cerca de 10% da população adulta no Brasil a segundo estudos recentes da UNIFESP. Alguns sinais de comportamento podem evidenciar a dependência, são eles: desenvolvimento da tolerância, ou seja, a necessidade de beber cada vez maiores quantidades de bebidas alcoólicas para obter os mesmos efeitos; o aumento da importância do álcool na vida da pessoa; a percepção do "grande desejo" de beber e da falta de controle em relação a quando parar; síndrome de abstinência (aparecimento de sintomas desagradáveis após ter ficado algumas horas sem beber) e o aumento da ingestão de álcool para aliviar a síndrome de abstinência.

Entretanto ao evidenciar e ao se constatar a dependência só nos resta tratar o paciente se este permitir. Sim. Porquê há muitos que almejam continuar seus vício mesmo enfraquecido por não se alimentarem corretamente, pois o sujeito alcoolizado acredita que com álcool pode fazer coisas que normalmente não faria, como por exemplo, conversar com uma bela moça, dirigir um carro em alta velocidade, ou mesmo "divertir-se". Com o vício cultivado por longos 10, 20 e 30 anos o sujeito atribui tamanha importância à garrafa que já não consegue expressar-se e viver socialmente sem o efeito de seu conteúdo. Mesmo com alteração do humor ocasionando raiva e comportamentos violentos; perdas de memória; desentendimentos de familiares à quebra de vínculos; diminuição da produtividade no trabalho e no desejo em trabalhar com a tendência a passar mais tempo com a bebida, seja às escondidas em casa ou nas noitadas com os "amigos".

Na maior parte dos casos os dependentes só procuram auxílio e tratamento quando o vício já lhe trouxe algum tipo de seqüela, as mais freqüentes são as doenças do fígado, alteração de pressão arterial, quadro de surtos em que o sujeito perde a razão e delira dellirium, a polineurite alcoólica, caracterizada por dor, formigamento e câimbras nos membros inferiores e outros...

O perfil psicológico do dependente de álcool tem características de personalidade de baixa estima, retraimento social e timidez, dificuldade em expressar afeto, desacreditado socialmente e por familiares e pessoas as quais julgue ser importantes para ele. É comum a soma de traumas na infância como abuso sexual e maus tratos. Entretanto, é importante ressaltar que nem todas as pessoas com estas características irão obrigatoriamente desenvolver algum tipo de vício, contudo, ao possuir todas estas características descritas acima, de certo, estas trazem grande pesar e sofrimento, portanto buscar auxílio e acompanhamento psicológico pode prevenir algo mais grave, camuflar a situação e disfarçar nunca foi a melhor solução.

A psicoterapia auxilia na medida em que estabelece uma relação de vínculo positivo com o sujeito, em que o paciente se relaciona sendo ele mesmo e não ele através da bebida, tal como condicionado ao longo dos anos. Ao passo em que a psicoterapia explora e fortalece seu novo modo existir, de vir a ser aquilo que ele ainda não é, o paciente exercita através de suas relações sociais seu período de abstinência e seus novos comportamentos. Dignidade e qualidade de vida sempre é possível e nunca é tarde para recomeçar.


Publicado por Psicóloga Carla Ribeiro
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Autor: Carla Ribeiro De Oliveira


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