Quando um Diretor e um Professor se Tornam Gestores?
Vivemos em um mundo de constantes transformações, com diferentes características da sociedade e uma época em que a maioria dos professores foi formada. Frente a isso, e a diversas outras questões vemos a necessidade de discutir a função e o papel do gestor escolar a partir das novas concepções, as práticas de organização e planejamento de ações comprometidas com o processo de democratização da sociedade brasileira. O professor deve saber lidar com esta nova sociedade, estar ligado às mudanças e às novas tecnologias.
Gestor são todos os que participam do processo educativo, em especial o diretor da escola em que é a pessoa chave para o desenvolvimento da escola. O professor gestor é aquele que tem a ousadia de criar, sabe que não é detentor único do saber, valoriza os alunos, sabe lidar com o imprevisto, tem espírito de equipe para articular as diferentes partes da escola e distribuir funções, tem a capacidade de se relacionar com a comunidade do entorno. Como a gestão é um compromisso que exige diretividade para se executar o que se planejou e alcançar as metas estabelecidas no Projeto Político Pedagógico e como é na sala de aula que o professor dá continuidade aos anseios da comunidade, socializando um trabalho que requer autonomia e capacidade de decisão, ele necessita ter conhecimento sobre gestão escolar. Além disso, para atuar como gestor da sala de aula, ele desenvolver sua capacidade de liderança, o que evidentemente implica ter conhecimento de relações interpessoais. O professor gestor é um líder capaz de ajudar os alunos, ele deve se preocupar com as condições necessárias para promoção do ensino-aprendizagem. Na verdade, o professor gestor é um pesquisador. Sua pesquisa tem início na sala de aula, na revisão de seu conhecimento, na busca teórica para formação do trabalho que desenvolve. Como resultado de sua pesquisa, o professor refaz seus conhecimentos e garante sua formação. O sucesso de uma escola está intimamente ligado ao bom relacionamento entre o diretor e o corpo docente, quanto mais afinada essa relação, maiores as probabilidades de bom rendimento nos trabalhos pedagógicos, facilitando o aprendizado dos alunos. O diretor gestor administra leis e normas, cuida da dinâmica escolar. Mas, além disso, ele deve ser um educador, deve estar ligado ao cotidiano da sala de aula, conhecer os professores, alunos e pais. Assim ele se torna um líder, e não alguém com autoridade burocrática. O bom diretor indica caminhos, resolve os problemas e facilita o trabalho em equipe. A figura do diretor centralizador, autoritário e conseqüentemente temido por alunos, pais de alunos, funcionários e até mesmo por professores, aquele que apenas cobra resultados, mas não contribui efetivamente para que eles aconteçam, que está preocupado apenas com a boa reputação de sua escola, principalmente no que diz respeito à disciplina, e não com o conteúdo trabalhado dentro dela não deve, ou não deveria ter mais espaço. O gestor moderno tem sua liderança reconhecida naturalmente, através da sua conduta, seu relacionamento com todos os integrantes do universo escolar e de seu conhecimento nos mais variados assuntos. Segundo a administração moderna, o bom gestor, entre outras coisas, conhece seu potencial e as necessidades do seu entorno, gerencia de forma participativa envolvendo no processo o maior número de pessoas e valoriza a criatividade de todos, ou seja, elementos fundamentais para uma administração participativa e democrática. O que encontramos nas escolas atualmente, sobretudo nas públicas, é uma grande falta de motivação. A gestão democrática torna-se motivante à medida que a sociedade participa efetivamente das ações escolares e percebe de perto o resultado do trabalho. Passando, assim a valorizar mais a educação de seu filho.
O desenvolvimento da consciência de que é necessário construir uma nova escola, voltada para o atendimento das necessidades sociais de nossa época, só acontecerá por meio da reflexão dos profissionais da educação. A construção dessa escola passa pela formação dos profissionais e do envolvimento da comunidade escolar. A gestão se faz pela organização coletiva e com a participação dos alunos. Diante das constantes transformações sociais, hoje mais do que antes, pois vivemos na sociedade das informações, não podemos nos aquietar e acomodar, dando por absoluto o conhecimento de nossa formação profissional. As necessidades práticas que se sobressaem na sala de aula nos dão a orientação e o caminho da pesquisa que necessitamos desenvolver. Tais necessidades tornam-se mais evidentes quando o trabalho em sala de aula se desenvolve democraticamente.
Autor: Monielle Renêe Farias De Aquino
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