Rua das Desilusões



RUA DAS DESILUSÕES

Ele chega ao balcão da cafeteria com um jeito triste, e pede para o atendente o café mais amargo que tiver.
Pois nada no mundo era mais amargo do que a sensação que se instalava no seu coração.
O atendente de imediato percebeu a situação em que o rapaz se encontrava, lhe ofereceu ajuda.
Ele agradeceu educadamente. Mas acharia melhor ficar só com o café e a solidão. Pois seu caso não tinha mais solução.
Ele tinha certeza de onde estava.
Estava na rua das ilusões. E ainda, no lado mais triste dela.
Sentado com a xícara na mão, ele se perguntava se era capaz do calor do café esquentar seu coração, totalmente frio por causa de um amor perdido.
Perguntava-se se tentou todas as saídas para não perder seu amor.
Mas mesmo assim...
Nem flores, nem ouro, nem propriedades, nem nada de mais raro no mundo era capaz de impedir seu amor de entrar naquele trem e nunca mais voltar.
Fazendo sua prece para Deus, perguntando se de onde ela estava dava para ouvir suas lágrimas de saudade.
Como se fosse um prêmio para os solitários, se sujeitou o prazer de tomar mais uma xícara de café. E num momento de nostalgia, lembrando de um futuro que jamais terá...
...Dizem que quem passa pela rua das desilusões, no canto mais triste, ainda consegue o ver tomando sua xícara de café do mais amargo, de olhos fechados com um sorriso no rosto.
Parecendo que já estaria conformado por seu destino.






Autor: Sergio Nunes


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