Os modelos de orçamento aplicados nas organizações



A elaboração do orçamento é uma das principais ferramentas que deve ser utilizada no processo de planejamento de uma empresa. O orçamento é a etapa do processo do planejamento em que se estima a melhor relação entre resultados e os desembolsos para atender os objetivos e metas traçadas pela empresa em um determinado período.
A palavra orçamento significa ação ou efeito de orçar, isto é, calcular gastos e receitas de qualquer obra ou empresa. De maneira mais formal, pode-se dizer que o orçamento é a expressão de um plano de ação gestão para determinado período futuro. Ele pode abranger aspectos financeiros, como por exemplo, quantidade de horas de trabalho, quantidade de matéria prima e não financeiros ( custo da mão de obra, receita de vendas, custo de matéria prima, lucro estimado etc).
O processo orçamentário é a forma como a empresa faz o orçamento. Entretanto, o ciclo orçamentário varia de empresa para empresa. Na verdade, cada empresa usa um processo orçamentário diferente para a implantação do orçamento.
O período de orçamento mais comum em empresas brasileiras é de um ano. Esse orçamento anual também pode ter ajustes mensais, trimestrais ou semestrais, depende da escolha do gestor da empresa.
A estrutura básica do orçamento é formada das projeções dos orçamentos individuais de cada unidade da empresa, abrangendo o impacto tanto das decisões operacionais quanto das decisões financeiras. O orçamento operacional aparece no primeiro plano do orçamento global e é formado pelas seguintes peças: orçamento de vendas; orçamento de estoque final; orçamento de fabricação; orçamento de custos dos materiais; orçamento da mão de obra direta; orçamento dos custos indiretos de fabricação e orçamentos de despesas de venda, financeira e administrativa. A outra parte do orçamento é o financeiro que é composto pelo orçamento de capital; orçamento de caixa; balanço patrimonial e demonstração de resultado de exercício.
Com o amadurecimento do capitalismo nos Estados Unidos no início do século XX surgiram as empresas de grande porte. Dado esse contexto, o orçamento ganha relevância nas empresas e começa a ser criado uma literatura sobre o tema. Essa literatura apresenta seis tipos de processos orçamentários que podem ser aplicados pela empresa. Conforme já exposto, não há uma receita pronta de orçamento para as empresas. Entretanto, há recomendações que podem ser seguidas, respeitando a cultura de cada uma delas.
O primeiro tipo metodológico de orçamento é denominado na literatura de orçamento empresarial. Esse modelo de orçamento faz projeção dos recursos baseada na estrutura organizacional e as referências para as projeções partem de dados passados.
O segundo modelo de orçamento é o contínuo que tem como ênfase a revisão contínua. A tendência das empresas é elaborar um orçamento. Todavia, um ano pode ser um tempo muito longo para planejar, dependendo do tipo de empresa. Assim, é recomendável a determinadas empresas a adotar um orçamento contínuo, que é baseado em ajustes mensais, trimestrais ou semestrais diante de mudanças no planejamento da empresa.
O terceiro método de orçamento que pode ser usado pelas empresas é o orçamento de base zero (OBZ). Ele exige que os administradores justifiquem as necessidades de recursos para cada período orçamentário, sem levar em conta dotações históricas.
O passo seguinte foi o surgimento do orçamento flexível com a projeção dos dados das peças orçamentárias em vários níveis de atividade. Em outras palavras, é orçado para vários níveis de atividade esperados, por exemplo, uma empresa pode projeta cenários (pessimista, mais provável e otimista) e construir os orçamentos para os cenários esperados.
Finalmente, surgiu o orçamento por atividades como uma extensão do custeio baseado por atividades (ABC), com projeção dos recursos nas atividades e o uso de direcionadores de custos para estimar e controlar a carga de trabalho e recursos. O uso do orçamento por atividades é natural para quem já utiliza o método ABC. Esse orçamento focaliza as atividades e os recursos para atingir as metas orçamentárias.
Enfim, o orçamento foi adaptando-se e acompanhando as tendências das modernas teorias de gestão empresarial. O gestor é responsável pela decisão de escolher uma metodologia de orçamento para sua empresa que melhor atenda os anseios da organização.

Referências Bibliograficas
LUNKES, Rogério João. Manual de Orçamento. 2. ed., São Paulo: Atlas, 2008.
Autor: Rosycler Cristina Santos Simão


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