Tecnologias para o ensino e divulgação dos conhecimentos
Roberto Torres Tangoa
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Maria Inês Nogueira, [email protected]
O mundo evoluiu rapidamente de uma sociedade industrial para uma outra baseada no conhecimento, na qual a informação já não é um meio, mas um fim. Mais do que coisas ou bens, o que se produz hoje, com alto valor agregado, é conhecimento. É o que vemos nas novas ferramentas eletrônicas, nas novas linguagens, no computador e nos suportes da internet. Envolvida nessa esfera, a escola sofre o impacto direto dessas novas ferramentas cognitivas. Desde sua popularização, o computador e a internet estão causando uma série de fenômenos culturais que chamam a atenção dos professores e dos pesquisadores, pela forma como tais ferramentas e suas novas linguagens audiovisuais começam a fazer parte do cotidiano. Essas mudanças chegaram à escola que, sendo uma instituição tradicionalmente oral, livresca e memorística, não se encontrou preparada para receber as novas tecnologias. Tendo inicialmente por função, entre outras coisas, proporcionar conhecimento ? as instituições de ensino competem atualmente com outra fonte de indiscutível poder de informação: a internet.
Como conseqüência da digitalização da informação, está mudando também o suporte básico do saber e do conhecimento: as novas gerações de crianças e jovens estão cada vez mais influenciadas pelo computador e pela internet.
Com a ascensão das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs) tornou-se imprescindível a introdução da informática nas redes de ensino em todos os níveis. Apesar dessa evidência, tal necessidade ainda é vista com receio entre os professores tradicionais, gerando polêmicas, por interferir nos paradigmas sedimentados das formas tradicionais de aquisição do conhecimento. Não há dúvidas de que a informática educativa redesenhará o ensino. Pedagogicamente, o uso do computador requer operações intelectuais que vão desde o domínio da palavra, da escrita, da capacidade de comparar e diferenciar, da atenção, da abstração, até formas de organizar o pensamento e a ação. As NTICs, além de proporcionarem rápida difusão de materiais didáticos de interesse de professores e alunos, permitem, entre outras possibilidades, a construção interdisciplinar de informação ? produzida individualmente ou mesmo em grupos, por parte dos alunos geograficamente dispersos, ou através de desenvolvimentos colaborativos de projetos ?, além da permuta de projetos didáticos entre os professores. A universidade também deve se comprometer em oferecer respostas a esta nova problemática.
Atualmente, o microcomputador não é visto como uma máquina de ensinar, mas como uma mídia educacional; ou melhor, uma ferramenta educacional, instrumento de compreensão, de aperfeiçoamento e de possível mudança na qualidade do ensino. Por essa razão, os estudantes devem ser ensinados a buscar e a usar a informação via computador.
No que se refere aos sistemas educativos e aos poderes nacionais, é necessário construir uma sociedade nova para a humanidade e não para a tecnologia, no sentido de que inalienavelmente a vida deve predominar - agora e sempre - sobre a técnica. Os objetivos civilizacionais adotados na educação deveriam ser sempre os de assegurar e aprofundar as liberdades pessoais e cívicas dos cidadãos, de eliminar todo tipo de marginalização do ser humano e da erradicação da pobreza. Por outro lado, as comunidades virtuais (que agem como forma de inteligência coletiva) também induzem a novas ações científicas, sociais e econômicas e podem ser aproveitadas em favor da educação e da cultura.
O computador e suas linguagens, assim como a internet, abrem novos caminhos para as instituições de ensino formal e não-formal no mundo: diminui a distância espacial, permitem a troca de informações com pessoas distantes ou de culturas diferentes, facilitam a aquisição de informações e, enfim, propõem uma nova forma de aprender e encarar o planeta em que vivemos. Aquilo que aqui defendemos é uma sociedade de conhecimento que esteja a serviço de todos os cidadãos, justa e permanentemente democrática e pluralista. É isto que nos faz acreditar no futuro e no desenvolvimento qualitativo da condição humana.
Aparelhos usados no ensino e pesquisa em Odontologia - USP
Autor: Roberto Torres Tangoa
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