Artigo: O Batalhão de Operações Policiais Especiais do Rio de Janeiro e de Alagoas



Artigo: O Batalhão de Operações Policiais Especiais do Rio de Janeiro e de Alagoas

Roberto Ramalho é Advogado, Jornalista e estudioso de assuntos políticos e jurídicos

O Batalhão de Operações Especiais (BOPE) é uma força de operações especiais da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e que conta atualmente com quase 500 homens totalmente e extremamente preparados para atuar contra as organizações criminosas ou para quem preferir outro termo crime organizado.

O BOPE é uma unidade especializada em patrulhas, progressões e combates em ambientes confinados e restritos como ruas estreitas e favelas como as do Estado do Rio de Janeiro que possui muitas favelas assim como também em Alagoas onde existem muitas grotas.

É considerada por especialistas em segurança pública uma das mais eficientes tropas de combate urbano do mundo atuando principalmente em operações de risco extremo, seja no patrulhamento de locais de alto risco, combates em locais de difícil acesso, ou em incursões em favelas, bem como ocorrências com reféns localizados e ocorrências envolvendo explosivos e situações de confronto com traficantes de drogas.

O BOPE foi criado no Estado do Rio de Janeiro em 19 de janeiro de 1978, como Núcleo da Companhia de Operações Especiais (NuCOE), por meio de um projeto elaborado e apresentado, pelo então Capitão PM Paulo Cesar Amendola de Souza ao Comandante-Geral da PMERJ, Coronel do EB Mário José Sotero de Menezes.

Mas em1982 foi elevado à categoria de Companhia de Operações Especiais (COE), mudando novamente sua denominação em 1984 para Núcleo da Companhia Independente de Operações Especiais (NuCIOE).

Em 1988 ao ganhar autonomia administrativa, novamente mudou de nome para Companhia Independente de Operações Especiais (CIOE).

No ano de 1991 foi transformado em Batalhão, mantendo-se ainda aquartelado no Regimento Marechal Caetano de Farias, sede do Batalhão de Polícia de Choque, juntamente com outras unidades policiais.

Finalmente em 2000 ganhou instalações próprias, que estão localizadas no Morro do Pereirão, no bairro de Laranjeiras, na zona sul da capital fluminense.

A técnica de combate ao narcotráfico e a guerrilha urbana foi desenvolvida no Brasil pelo BOPE, Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar, visando principalmente a necessidade de agir no caos das ruas estreitas de favelas e morros da cidade do Rio de Janeiro, um dos maiores entraves para que as tropas consigam subir aos morros do Rio de Janeiro sem sofrerem baixas.

Segundo os especialistas em crime organizado ou organizações criminosas as favelas localizadas no Estado do Rio de Janeiro se tornaram uma área hostil à polícia devido ao a hostilidade dos criminosos ali situados pelo fato das ações policiais serem normalmente observadoas pelos mesmos uma vez que possuem uma visão privilegiada posicionando-se estrategicamente nos morros.

Em Alagoas o BOPE também faz um trabalho semelhante combatendo criminosos em grotas de difícil acesso combatendo o tráfico de drogas.

Essa é uma das razões pelas quais particularmente o BOPE do Estado do Rio de Janeiro conquistou o respeito e a admiração de unidades militares estrangeiras por agir nesses ambientes urbanos de alta dificuldade.

As Policiais Militares do BOPE e da CIP também possuem cães farejadores em treinamento de resgate de reféns.

O BOPE possui veículos blindados, que são conhecidos popularmente como "Caveirões", e que são utilizados, principalmente, em operações onde há conflitos com narco-traficantes que empregam armamento pesado e que estão situados nas favelas e nos morros do Rio de janeiro.

Os blindados podem levar até 12 homens nesses veículos blindados, e não possuem armamento próprio, sendo o seu poder de fogo constituído pelas armas da própria guarnição.

Para se ter uma idéia o chassi utilizado nos veículos é o mesmo encontrado no caminhão Ford Cargo 815, considerado inadequado por especialistas, uma vez que o peso do veículo, com a guarnição completa, supera as 8 toneladas de peso bruto para a qual o chassi foi projetado, tornando dessa forma arriscado o transporte de soldados.

No entanto a principal finalidade dos veículos blindados é a de proteger a vida dos daqueles que estão dentro dele e romper as barreiras físicas utilizadas pelo narco-tráfico como muros de tijolos, placas de aço, etc.

A blindagem do veículo "Caveirão" suporta disparos de armas de calibre muito poderoso, como os de fuzil 7.62, metralhadoras e submetralhadoras.
Também é importante frisar que os blindados são essenciais no apoio ao resgate de tropas encurraladas e na remoção de feridos dos cenários de confronto.

A Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro conta atualmente com 22 viaturas blindadas distribuídas por varios batalhões da PMERJ, das quais sete delas pertencem ao BOPE.

Em decorrência das exigências de sua atuação em situações especiais, como em favelas e morros do Estado do Rio de Janeiro, policiais que servem no BOPE recebem um armamento diferenciado como fuzis, submetralhadoras, pistolas, espingardas, carabinas e explosivos.

Segundo informações da Assessoria de Comunicação do órgão, para ingressar no BOPE, o candidato deve ser policial militar da PMERJ a pelo menos dois anos, possuir excelente condicionamento físico, bem como tamém ser aprovado nas avaliações física, médica e psicológica.

São oferecidas duas modalidades de curso, para as duas atribuições da unidade:

? Curso de Operações Especiais (COEsp), com duração de três a seis meses, visando preparar o policial para intervenções em áreas de conflito e ao resgate de reféns.

? Curso de Ações Táticas (CAT), com duração de cinco semanas, que é uma síntese do curso de operações especiais.

Em um documentário chamado "Wardogs" de 2005, é mostrado um soldado da Guarda Nacional dos Estados Unidos identificado como Bain Serna, que teria passado por um treinamento de cinco semanas no BOPE.
Após o lançamento do documentário, Serna declarou a um jornal do Texas que o BOPE seria a melhor equipe de combate urano do mundo.
"É a melhor equipe de combate urbano do mundo. Nossas tropas no Iraque deveriam aprender com o BOPE", afirmou Serna.

Na época no filme "Tropa de Elite", segundo o jornal americano mais famoso e um dos mais importantes do mundo o New York Times, o BOPE possuía 120 membros e era considerado "O céu para os policiais honestos do Rio de Janeiro". Hoje em dia, a corporação cresceu, incorporando mais de 400 homens, e a sua fama de órgão incorruptível continua inabalável.

Atualmente está passando nos cinemas de todo o Brasil a continuação do filme "Tropa de Elite 2"

São princípios do BOPE do Estado do Rio de Janeiro:
? Agressividade controlada;
? Controle emocional;
? Espírito de corpo;
? Flexibilidade;
? Honestidade;
? Iniciativa;
? Lealdade;
? Liderança:
? Perseverança;
? Versatilidade.

Histórico e criação do BOPE em Alagoas.

07.07.1976: O Pelotão de Choque tem sua sede no então denominado Grupamento Policial Militar do Trapiche da Barra ? GPMTB

1983: Ainda na GPMTB, o Pelotão de Choque passa a ser a 5ª Companhia de Policiamento de Choque, pertencente ao 1º BPM;

1984: Já com a denominação de 5ª Companhia de Policiamento de Choque é transferida para o bairro do Tabuleiro do Martins, BR 104 - Km 14, sendo aquela sede conhecida como "Base Pantera";

1992: Ainda lotada na Base Pantera, a 5ª Companhia de Policiamento de Choque é transformada em Batalhão de Polícia de Choque, denominado Batalhão Coronel Antônio Monteiro de Souza;

1998: O Batalhão de Polícia de Choque tem sua sede transferida para o bairro do Pontal da Barra, ocupando um prédio que antes era a sede administrativa de uma indústria de adubos

2001: Ainda no Pontal da Barra, o Batalhão de Polícia de Choque tem sua denominação modificada e passa a ser conhecido como Batalhão de Operações Policiais Especiais ? BOPE.
São missões do BOPE de Alagoas:

Parágrafo Único ? fica vedado o emprego de tropa ou fração de tropa pertencente ao BOPE em atividades normais de policiamento, ressalvado os casos de extrema necessidade do serviço, declarada formalmente pelo Comandante Geral.

Art. 2°. Compete ao BOPE executar as seguintes missões:
? Controle de distúrbios civis;
? Ações repressivas contra assaltos e seqüestros;
? Ações de resgates e liberação de reféns, e;
? Ações preventivas e repressivas contra guerrilha urbana e rural

Para fazer parte do BOPE de Alagoas são feitas as seguintes exigências:
1. Todos os Militares que quiserem fazer parte do Batalhão de Operações Policiais Especiais, deverão enquadrar-se nas seguintes exigências;
2. Ser voluntário;
3. Estar em condições perfeitas de saúde física;
4. Preparo técnico profissional;
5. Grau de fidelidade ao comando;
6. Tempo de serviço em UOp (dois anos na atividade fim) ou ser formado no BOPE;
7. Ter o crivo do Comandante do BOPE com o aval do Comandante Geral.

Concluindo, os BOPES, tanto o do Estado do Rio de Janeiro como o do Estado de Alagoas, atualmente possuem um efetivo de policiais qualificados e especializados em operações de combate ao crime organizado ou organizações criminosas, principalmente o tráfico de drogas em áreas de altíssimo risco e no resgate de reféns. São verdadeiras tropas de elite das Polícias Militares do Estado do Rio de Janeiro e de Alagoas. E estão preparadas para dar a vida pela Pátria, pela Constituição de seu País e em defesa da sociedade.


Autor: Roberto Jorge Ramalho Cavalcanti


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