A importância das classes sociais ce d para a economia brasileira



RESUMO:

Este artigo opinativo tem o interesse de debater e entender a importância das classes C e D na economia brasileira. Compreender o fenômeno da aviação e a revolução no transporte de passageiros. Analisar os dados da classificação do critério Brasil de renda para entender melhor como é a classificação da renda e como é dada a classe social de cada cidadão brasileiro.

INTRODUÇÃO:

Estamos vivenciando uma transformação na economia Brasileira. Com o controle da inflação e a fortificação da moeda real e a estruturação da economia, o Brasil passa a ter classes sociais que antes eram apenas estatísticas agora passam a serem desejadas por empresas.
Segunda dados divulgados pelo ministério da fazenda. Entre 2008 e 2010 estimasse que a classe C cresça 21,5% chegando a 103 milhões de habitantes. O documento ainda indica que em 2003 a classe C representava 37% da população Brasileira (66 milhões de habitantes). A perspectiva é que em 2014 chegaremos a 113 milhões de habitantes da classe social C.
Já que no diz respeito à classe D os dados são bem mais animadores, com R$ 381,2 bilhões para gastar no ano, só atrás da cifra da classe C, que deve torrar R$ 427,6 bilhões até dezembro, as famílias brasileiras com renda entre R$ 768 e R$ 1.114 deixaram de ser personagens secundários no universo do consumo. Maior que o montante disponível para compras na classe A (R$ 216,1 bilhões) e na classe B (R$ 329,5 bilhões), a grana da classe D, formada por 64 milhões de pessoas, passou a ser cobiçada por empresas de segmentos diversos, de companhias aéreas a colégios, de planos de saúde a fabricantes de Pcs. Empresários que não flertam com a base da pirâmide social devem rever seus conceitos, alertam especialistas. Os emergentes, apostam, irão liderar o desenvolvimento dos negócios e da economia brasileira no futuro bem próximo. A classe D já é a segunda do país em massa de renda. E assumiu a liderança na intenção de compras de bens como carros, geladeiras, desktops, entre outros - afirma Renato Meirelles, sócio-diretor da Data Popular, instituto de pesquisa pioneiro no estudo do mercado de baixa renda no Brasil. Por essa análise, a expectativa do Ministério da Fazenda é que a participação das classes C e D aumentem no ranking de potencial de consumo. Uma das justificativas dos técnicos é o reflexo das condições favoráveis da economia "para as camadas de menor renda". Tiveram influência o aumento do salário mínimo, o controle da inflação, a geração de empregos, os benefícios sociais, como o Programa Bolsa Família.
Este fenômeno se dá por vários fatores ocorridos no Brasil nos últimos 20 anos. Por mais criticado que tenha sido este ou aquele governo neste período, de uma forma ou outro cada um teve sua contribuição para chegarmos aos dias atuais.
Vejam por exemplo o que ocorreu na aviação brasileira, nem mesmo o mais otimista dos economistas poderia adivinhar ou prever que voar seria acessível a todos. Hoje, uma viagem de ônibus partindo de Presidente Prudente-Sp até São Paulo capital distante cerca de 550 km varia em torno R$ 80, 00, já de avião na compra com antecedência gira em torno de R$ 120,00. De capital para capital voar ficou mais acessível do que ir de ônibus. Quando a Gol linhas aéreas entrou no mercado brasileiro no ano de 2000 sem muita credibilidade e trazendo uma proposta que até então era uma "loucura" para os padrões existentes na época. Ninguém podia imaginar que seus executivos já visualizavam o crescimento da classe C e D e que estes consumidores passariam a ser seus clientes! O resultado foi que em apenas 10 anos de existência, a Gol Linhas Aéreas se transformou em uma das empresas mais enxutas e lucrativas do mundo. O modelo de negócios que a companhia implantou no país logo causou um efeito cascata na indústria aeroviária. Com tarifas a preços acessíveis, muitos viajantes migraram do transporte rodoviário para o aéreo, o que triplicou o número de passageiros transitando nos aeroportos. É o chamado "Efeito GOL". Em razão de uma política atenta ao controle dos custos e aos investimentos em equipamentos modernos, a Gol tornou-se a segunda maior companhia aérea doméstica do país, crescendo sem interrupção. A meta agora é disseminar o "Efeito GOL" em toda a América do Sul. Infelizmente sofremos com o problema de infra-estrutura nos aeroportos, mas isto faz parte de toda e qualquer mudança.
Portanto o que estamos vivendo hoje, é a soma de 20 anos de luta! Passando por Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, todos de uma forma ou outra contribuiriam para o crescimento e fortalecimento da economia e por sua vez da população. As classes C e D passaram a ser objeto de estudo para saber o seu comportamento para que as empresas pudessem buscar este mercado promissor e tão desejado. Outros fatores ajudaram a compor todo este ambiente, na parte psicológica o cidadão que era apenas uma estatística e agora sabe que é um potencial consumidor passou a ter um gosto a mais nas suas aquisições. Outro ponto importante a ser analisado é que na mudança de classe social com acessibilidade ao credito e a compras com prazos longos os objetos de consumos deixaram de ser sonho e passam a se concretizar.
Para entender melhor este fenômeno, vamos buscar um pouco da historia da economia brasileira desde o governo Collor até o governo Lula.
PANORAMA HISTÓRICO DA ECONOMIA BRASILEIRA:
Fernando Collor de Mello primeiro governo civil eleito diretamente em 1989 derrotando no segundo turno o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. No dia seguinte ao da posse, ocorrida em 15 de março de 1990, o Presidente lançou seu programa de estabilização, o plano Collor, baseado em um gigantesco e inédito confisco monetário, congelamento temporário de preços e salários e reformulação dos índices de correção monetária. Em seguida, tomaram medidas duras de enxugamento da máquina estatal, como a demissão em massa de funcionários públicos e a extinção de autarquias, fundações e empresas públicas. Ao mesmo tempo, anunciou providências para abrir a economia nacional à competição externa, facilitando a entrada de mercadorias e capitais estrangeiros no país. Um momento difícil para todos brasileiros, mas foi o alicerce para os próximos planos que o sucederiam. Collor foi precursor da abertura da economia fazendo com que as empresas nacionais buscassem tecnologia para concorrer com os produtos importados. Vejam que tal fato começou a mudar a "cara" do Brasil. Os lamentáveis fatos que se seguiram depois no seu governo acabaram por causar o seu impeachment em Dezembro 1992.
Itamar Franco assumiu de forma interina e definitiva a partir de 29 de Dezembro 92. Tinha uma missão difícil além da preocupação com a inflação e com a economia que começava a dar sinais de fraqueza à imagem do governo estava completamente arranhada. Não se sabia se Itamar fazia parte da parte podre do governo ou era da parte boa. No governo Itamar Franco foi elaborado o mais bem-sucedido plano de controle inflacionário da Nova República: o Plano Real. Montado pelo seu então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, o plano visava criar uma unidade real de valor (URV) para todos os produtos, desvinculada da moeda vigente, o Cruzeiro Real. Desta forma, cada URV correspondia a US$ 1. Posteriormente a URV veio a ser denominada "Real", a nova moeda brasileira. O Plano Real foi eficiente, já que proporcionou o aumento do poder de compra dos brasileiros e o controle da inflação. Neste ponto da historia começava a ficar mais evidente que teríamos uma transformação na economia brasileira. Há de se lembrar que os brasileiros sofreram muito, e este sofrimento foi que para nos dias de hoje colhermos o bom fruto. Foi no governo Itamar em Abril de 1993, cumprindo com o previsto na Constituição, o governo fez um plebiscito para a escolha da forma e do sistema de governo no Brasil. O povo decidiu manter tudo como estava: escolheu a República (66% contra 10% da Monarquia) e o Presidencialismo (55% contra 25% do Parlamentarismo).
Fernando Henrique Cardoso, apoiado pelo Itamar Franco que terminou seu mandado com alta popularidade e pelo sucesso do plano real, foi eleito Presidente do Brasil já no primeiro turno com larga escala de votos e tomou posse dia 1º de Janeiro de 1.995, sendo reeleito em 1.998, tendo nos dois mandatos Marco Maciel, do PFL, como vice-presidente. A política de estabilidade e da continuidade do Plano Real foi o principal apelo da campanha eleitoral de Fernando Henrique Cardoso e um dos fatores decisivos para sua reeleição em 1998, sendo reeleito no primeiro turno. Tendo como principal adversário Luiz Inácio Lula da Silva.
FHC conseguiu manter uma estabilidade política durante seus oito anos de governo. No primeiro mandato FHC conseguiu a aprovação da emenda constitucional que criou a reeleição para cargos executivos. O governo de FHC foi marcado pela privatização de empresas estatais, como: Embraer, Telebrás, Vale do Rio Doce e outras estatais. Além da privatização, seu governo também houve diversas denúncias de corrupção, como: a compra de parlamentares para aprovação da emenda constitucional que autorizava a reeleição e também o favorecimento de alguns grupos financeiros na aquisição de algumas estatais. Este período foi tortuoso para todos, para manter a economia num patamar seguro e a inflação controlada havia a necessidade de sacrifício de alguns setores da economia, nem sempre compreendidos. O funcionalismo publico foi um setor que sofreu grandes perdas. A equipe econômica do governo FHC teve varias pressões internas e externas principalmente no início do segundo mandato de FHC, em 1.999 houve uma forte desvalorização do real, devido a crises financeiras internacionais (Rússia, México e Ásia) que levou o Brasil a maior crise financeira da história, além de aumentar os juros reais e aumentar a dívida interna brasileira. Por outro lado alguns dos programas sociais criados no governo tais como: A Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e o Vale Gás, ajudavam a impulsionar as classes menos favorecidas a se fortificar. No governo de FHC entrou em vigor a lei de responsabilidade fiscal (LRF) que se caracterizava pelo rigor exigido na execução do orçamento público, que limitava o endividamento dos estados e municípios e os gastos com o funcionalismo público.

Luiz Inácio Lula da Silva, depois de varias tentativas Lula se tornou presidente do Brasil e sua trajetória de vida fazia com que diversas expectativas cercassem o seu governo. Seria a primeira vez que as esquerdas tomariam controle da nação. No entanto, seu governo não se resume a essa simples mudança. Entre as primeiras medidas tomadas, o Governo Lula anunciou um projeto social destinado à melhoria da alimentação das populações menos favorecidas. Estava lançada a campanha "Fome Zero". Outros programas e ajuste foram feitos no intuito de erradicar a pobreza no Brasil. Bolsa Família: instituído no ano de 2004, reformulado e fundido em um só programa de transferência de renda, provê famílias que se encontram em estado de pobreza e também as que estão em um nível baixíssimo de pobreza. Para se manterem no programa estas famílias precisam seguir a risca algumas regras: as crianças com até 15 anos de idade obrigatoriamente precisam conservar-se na escola e ter uma constância mínima de 85%, bem como manter em dia as carteiras de vacinação. É o programa mais importante do governo Lula. Segundo levantamentos estatísticos, cerca de 11 bilhões de famílias já foram contempladas.
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti): implantado em 1996, ainda durante a administração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, tem como principal meta retirar as crianças e adolescentes de faixa etária entre 07 e 15 anos do trabalho infantil que traga perigo a sua saúde e segurança. O projeto cede bolsas mensais ? por volta de R$ 40 ? com o intuito de manter estas crianças e adolescentes na escola durante um determinado período e no tempo restante proporcionar-lhes atividades culturais, esportivas, artísticas e de lazer.
Estes seriam uns dos diversos programas sociais que marcaram o seu governo. A ação assistencialista do governo se justificava pela necessidade em sanar o problema da concentração de renda que assolava o país. Tal medida inovadora foi possível graças à continuidade dada às políticas econômicas traçadas durante a Era FHC. O combate à inflação, a ampliação das exportações e a contenção de despesas foram algumas das metas buscadas pelo governo. A ação política de Lula conseguiu empreender um desenvolvimento historicamente reclamado por diversos setores sociais. No entanto, o crescimento econômico do Brasil não conseguiu se desvencilhar de práticas econômicas semelhantes às dos governos anteriores. Independente de ser um governo vitorioso ou fracassado, o Governo Lula foi uma importante etapa para a experiência democrática no país. De certa forma, o fato de um partido formalmente considerado de esquerda ascender ao poder nos insere em uma nova etapa do jogo democrático nacional. Mesmo ainda sofrendo com o problema da corrupção, a chegada de Lula pode dar fim a um pensamento político que excluía a chegada de novos grupos ao poder. Beneficiados por varias ações de outros governos trouxe as classes menos favorecidas a se enquadrarem nas classes superiores. Uma verdade tem que ser dita o novo critério de medir a renda da população tem suas facilidades para melhorar a renda da população. Por outro lado o Critério Brasil é uma forma de se medir (em uma pesquisa) a classe econômica do entrevistado e determinar seu poder de compra, sem ter que se falar em assuntos delicados como salário, renda familiar, etc. O critério considera a "Classificação Econômica" para verificar o poder de compra das pessoas, sem a pretensão de classificar a população em termos de "Classes sociais". O entrevistado tem que responder uma série de questões a respeito de bens que ele possua em sua casa (e quantos) e grau de instrução do chefe de família. Cada resposta recebe uma pontuação (de acordo com a tabela abaixo), e de acordo com a somatória destes pontos consegue-se enquadrá-lo numa classe econômica (última tabela).

PROBLEMAS PARA VISUALIZAR AS TABELAS ACESSE;
http://www.slideshare.net/guest99c687b/cceb-2010

CONCLUSÃO:

Embora o critério Brasil de classificação de classe social gere muitos debates e insatisfação, temos que entender que o Brasil tem grandes dimensões e diferentes comportamentos. Dado a sua grandeza ter um critério que seja eficiente para classificar a classe social de pessoas de regiões diferentes como, por exemplo, um cidadão que mora no sudeste e outro que more no nordeste. Sem preconceito nenhum, mas temos que ver a realidade que são mundos diferentes dentro de um único país. No que diz respeito a atual economia não devemos esquecer que todos os presidentes que passaram deixaram algo de bom para que hoje o Brasil seja uma nação respeitada em todo o mundo!

Obrigado e até o próximo artigo!

Claudio Donato
Graduado em Gestão de Negocios e Pós-Graduado MBA em Marketing e Gestão de vendas.
Presidente Prudente - Sp
E-mail [email protected]



BIBLIOGRÁFIA:
http://www.viacomercial.com.br/2010/08/10/economia-brasileira-classe-media-chega-a-103-milhoes-e-deve-crescer/
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/governo-fernando-collor-de-mello/fernando-collor-de-mello-1.php
http://www.brasilescola.com/historiab/itamar-franco.htm
http://www.brasilescola.com/historiab/governo-fernando-henrique-cardoso.htm
http://www.brasilescola.com/historiab/governo-luis-inacio-lula-da-silva.htm
http://www.infoescola.com/mandatos-presidenciais-do-brasil/governo-lula/ http://tudibao.com.br/2010/05/criterio-brasil.html
http://zaapnet.com/index.php?option=com_content&task=view&id=411&Itemid=93
http://noticias.r7.com/economia/noticias/classe-d-muda-a-cara-do-mercado-20100314.html
http://www.artigonal.com/gestao-artigos/brasil-um-pais-de-todos-1666339.html
http://www.artigonal.com/find-articles.php?q=claudio+donato
http://www.slideshare.net/guest99c687b/cceb-2010


Autor: Claudio Donato


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